Cap 17 - Amiga do FBI

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Maiara Carla:

A casa do Henrique é totalmente incrível.

A única casa de rico em que coloquei os pés foi a casa dos parentes de Luísa, ainda assim, não chega nem aos pés desta mansão. Fica no meio de uma mata de eucaliptos. Um grande gramado verde cobre os arredores da casa. Não há piscina no lado de fora, somente no de dentro, e é aquecida. Eu poderia morar aqui para sempre. Meu novo quarto fica no segundo andar, enquanto o quarto do burguês fica no último.

Henrique anda meio estressado e pouco fala comigo. Estou ficando preocupada. Confio cegamente em Marília para cuidar da segurança da minha amiga, mas esse silêncio é perigoso. O tal Ivan e Fabrício não deram mais sinais, minha experiência como policial diz que isso não é uma boa coisa.

Meu celular começa a tocar e corro para atender, quase tropeçando e caindo no tapete felpudo e branco.

O nome de Scott pisca na tela. O hino da união soviética para de tocar assim que eu atendo.

Não me julguem, eu não sou comunista nem nada do tipo, nem sei o que a música significa, apenas gosto do ritmo e do instrumental.

— Oi Scott, conseguiu algo?

Oi Maiara. Consegui algo sim, mas não acho que vá gostar.

— Não pode ser tão ruim assim. Deve apenas ser um lunático com muitas passagens pela polícia.

Pedi ao Scott, um antigo amigo do FBI, que procurasse alguma coisa nos registros sobre Ivan, algo que pudéssemos usar para localizá-lo, ou pessoas que pudessem conhecê-lo.

Ivan Nikolai é o filho de Ivo Nikolai, o dono de uma das máfias russas. Ivo morreu há dez anos. Pelos registros do FBI, a morte de Ivo está diretamente relacionada com a morte dos pais dos Mendonça, mas nunca acharam nenhuma ligação da família Mendonça com nenhum tipo de máfia. As mortes continuam sendo um mistério.

— Acha que os Mendonça poderiam saber de algo?

— Gustavo e o Henrique, improvável. Henrique era adolescente na época e Gustavo, uma criança. Marília? Talvez. Os pais de Marília estavam em Nova York visitando-a na época.

A perícia do FBI investigou as mortes por se tratar de um chefe de máfia e de uma das famílias mais ricas dos Estados Unidos. Marília Mendonça foi investigada e não acharam nada. Não existe nenhuma prova de que haviam mais de dois carros naquela pista na hora dos acidentes, estava chovendo muito e não houve marcas de pneu.

— Isso só está ficando cada vez mais confuso. Como sabe que Marília poderia saber de algo se não acharam nada que a envolvesse?

O carro que Ivo dirigia bateu em uma árvore à dois quilômetros de onde o carro dos Mendonça explodiu. Estava todo baleado. A perícia constatou que a causa foi um dos tiros ter pego no pneu traseiro. Ivo perdeu o controle. O carro capotou algumas vezes até bater em uma árvore.

— Então ele foi assassinado. Houve uma perseguição, mesmo sem as provas de uma. Isso é fato.

Sim. Fizeram a balística e não conseguiram achar a arma. Era uma bala desconhecida, foram em todos os fornecedores de material bélico, mas nenhuma empresa fabrica aquele tipo de bala. Não sabem qual foi a arma e nem de onde ela veio. Provavelmente, uma arma construída do zero, fora dos padrões legais.

— Droga. — Resmungo. — Procuraram olhar as câmeras de segurança da casa onde Marília morava?

Sim, mas por coincidência a segurança do prédio estava em reforma há uma semana. Não há nada que prove que Marília Mendonça estivera envolvida. Ela até tinha um álibi. Um amigo da faculdade.

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora