Cap 15 - Leilão

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Marília Mendonça:

Tento acostumar minha vista aos flashes das câmeras. Puxo Maraisa, trazendo-a para mais perto de mim.

Ouço alguns deles fazendo perguntas, provavelmente, jornalistas. Porém, só respondi uma delas antes de entrar no hotel.

— É minha namorada. — Assim que anuncio, os flashes aumentam de intensidade, assim como as vozes dos jornalistas.

A entrada do Burj Al Arab é luxuosa. Thon se coloca atrás de mim e Maraisa, mantendo uma distância considerável.

— Não acredito que anunciou aquilo. — Franzo a testa.

— Algum problema?

— Pensei que não queria que soubessem. E eu nem contei para meus pais ainda. — Entrelaço meu braço no dela. — Quer dizer... eles ainda acham que eu te odeio. — Reviro os olhos.

— Eu quero que todos saibam que você é minha. Quanto aos seus pais, pode contar amanhã cedo, ou hoje quando voltarmos.

— Tudo bem.

Assim que chegamos ao salão de festa, vejo a morena arfar ao meu lado. É impressionante, os árabes amam ouro e adoram esbanjar riqueza.

— Nomes, por favor. — Pede a recepcionista. Ela veste um vestido longo e dourado, a pele claríssima e os cabelos ruivos denotam que não é do país.

— Marília Mendonça — Digo e vejo-a vacilar sobre os pés. Um sorriso brota em seus lábios vermelhos e ela parece se abrir como uma flor.

— Ah, claro, senhora Mendonça. — Me cumprimenta com um aperto de mão firme, sem se preocupar com a morena ao meu lado. — Mostrarei sua mesa, pode me acompanhar?

— Claro — Sou seca. Ela sai na frente, rebolando demasiadamente o quadril.

Olho para Maraisa que permanece quieta ao meu lado. Seus olhos continuam observando todo o ambiente, parecendo alheia à recepcionista atirada.

— Tudo bem? — Questiono. Ela finalmente olha para mim e balança a cabeça.

— Tudo. Esse lugar é lindo. — Sopra.

— Você é mais. — Ela sorri e sinto meu coração falhar algumas batidas. Tão perfeita.

Começo a andar e Maraisa me acompanha. Enquanto passamos pelo salão, percebo olhares em nossa direção, seguidos por comentários que não me importo em saber.

A ruiva para perto de uma mesa no centro. Possui oito lugares, cada um nomeado por uma plaquinha.

— Essa é a sua. — Leio meu nome e os que estão ao lado do meu, nenhum é o da minha acompanhante. Maraisa percebe, pois a vejo se retrair ao meu lado.

— Está tudo bem. — Ela diz, sorrindo forçadamente. — Eu vi um sofá que parece ser bem confortável lá trás.

— Não. — Digo para a recepcionista. — Não me sentarei longe dela, sinto muito.

— Ah, eu sinto muito senhorita Mendonça. Sua acompanhante com certeza está em alguma das outras mesas. — Relaxo os punhos ao sentir a mão da minha menina sobre eles, um simples gesto que diz "mantenha a calma".

— Eu disse que não me sentarei longe dela. Mas se isso realmente for um problema, podemos ir embora. Eu nem queria estar aqui mesmo. — A mulher junta as mãos e engole em seco.

— Não é problema, tenho certeza que posso conseguir uma vaga na mesa para ela. Só um segundo. — Ela sai às pressas.

Viro-me para Maraisa e levo minhas mãos para sua cintura fina, puxando seu corpo para o meu.

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora