Cap 26 - Sequestro

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Maraisa Pereira:

Saio do prédio com um dos seguranças que Marília deixou em minha cola. Luísa raramente vai ao bar do Leonel, que fica na frente do hospital onde ela trabalha, mas quando eu ia buscá-la ao sair da faculdade, passávamos lá para tomarmos uma cerveja. 

Ligo algumas vezes para ela, mas sempre cai na caixa postal. 

"Gustavo, sabe se Luísa está no hospital ainda?" 

Envio a mensagem. 

Já que ela está morando com ele, e que ele não apareceu na empresa hoje, ele deve saber. O carro para em um sinal vermelho e meu celular vibra. 

"Ela está no quarto estudando, parece que surgiu uma pessoa com uns sintomas estranhos no hospital e ninguém sabe como tratá-la. E ela perdeu o celular, não sabe como.

Ah.... merda, mil vezes merda. 

"Gustavo, caí em uma armadilha, avise a Marília." 

— Stevan, podemos voltar para a empresa? Não estou me sentindo bem. — Minto, mas Stevan continua seu caminho em direção ao hospital. — Stevan, por favor. 

"Amor, ligue o rastreador que sei que colocou em todas minhas roupas, acho que caí em uma armadilha, Stevan não está aqui para me proteger. " 

Envio a mensagem para Marília e desligo o celular. 

— Chegamos, senhorita. 

— Pedi para voltar, não estou bem. — Agradeço a Deus pela voz ter saído firme, pois estou tremendo. 

— Sinto muito, não obedeço a senhorita, entregue-me seu celular e saia do carro. — Faço o que ele pede, não estou em vantagem. 

Stevan joga meu celular no lixo e coloca a mão em minha cintura, guiando-me para uma van preta e de vidros muito escuros. 

Ótimo, poderia ser menos clichê? Talvez um fusca teria menos cara de sequestro. 

Nunca pensei que um dia estaria nessa situação. Quando assistia filmes de ação com minhas amigas, sempre xingava as meninas burras por caírem em situações que poderiam ser evitadas, e estou aqui, xingando a mim mesma por ter caído. Pelo menos fui esperta o suficiente para perceber a situação e mandar uma mensagem para Marília e para Gustavo. Parece que a doideira de Marília em colocar um rastreador até nas minhas calcinhas, serviu para alguma coisa. 

— Aonde vamos? — Questiono assim que Stevan me coloca na parte de trás da Van. Ele tira uma algema do bolso e pede para que eu estenda as duas mãos. — Não aperte muito, eu sou branca e isso vai ficar marcado depois. — Ele franze o cenho e ri. 

— É com um hematoma bobo que está preocupada? — Stevan é bonito, alto, sua pele é parda e seus olhos são azuis.

— Já pensou em ser modelo, Stevan? — Ele me olha como se eu fosse um ET. Claro, até eu estou surpresa com meu nível de atuação, estou pleníssima por fora, mas me cagando por dentro. — Você daria um ótimo modelo, deveria investir na carreira. — Stevan termina de algemar minhas mãos, se abaixa e pega uma corda que estava no chão. — Vai precisar mesmo disso? 

— Vai dificultar que fuja. — Reviro os olhos e rio quando ele junta minhas pernas e passa a corda por elas. — O que foi? 

— Isso faz cócegas. — Ele para de amarrar minhas pernas e parece ponderar se continua ou não, mas acaba voltando ao trabalho. — Sabe, essa situação é uma merda, eu nem tenho roupa para esse evento. 

— Você é louca? — Stevan levanta o olhar para meu rosto, quase rio de sua expressão de indignação. — Está sendo sequestrada, algemada, amarrada, e está fazendo piada? 

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora