Cap 31 - Casamento

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Maraisa Pereira:

— Selena Pereira Mendonça, eu estou falando sério, largue isso em nome de Jesus. — Quase choro ao ver minha bebê com uma arma nas mãos. Se Marília ver isso, ela vai me matar de várias maneiras diferentes.

— Relaxa, morena, está descarregada. — Ouço a voz do Ivan atrás de mim e me viro, revoltada. — Ela queria muito a arma, começou a chorar e eu não soube o que fazer.

— ERA SÓ VOCÊ NÃO DAR. — Ando até minha filha, que já está quase andando e aprontando todas. Pego a arma de suas mãozinhas e ela logo faz o biquinho mais fofo da minha vida. — Filha, isso não pode. — Viro-me para o ruivo e quase jogo a arma contra ele. — Eu só te pedi para vigiar ela por dois minutos e, quando eu volto, minha filha está com uma arma nas mãos. UMA ARMA, IVAN, ELA É UM BEBÊ DE OITO MESES.

— Ela queria muito. Eu não sei lidar com bebês chorando, ainda mais minhas afilhadas. — Suspiro e conto até três.

Deus, não me deixe matá-lo.

— Você tem sorte de ter sido eu a ver, porque se fosse Marília, você seria um homem morto.

— Se eu visse o que? — Sinto minha barriga gelar. Ah, merda, mil vezes merda. Ela tinha que aparecer agora? — Amor, por que está com uma arma nas mãos?

— Ah, isso? É... — Olho para o Ivan, buscando socorro, qual a desculpa para uma arma? — Eu queria ver o peso. — Foi o melhor que consegui. — É leve. — Devolvo a arma para o dono, que está sorrindo nervosamente para minha noiva. Elena está no colo dela, brincando com o colar, que agora está me olhando e claramente desconfiada.

— Eu vou fingir que acredito, não estou a fim de me estressar. — Ela caminha em minha direção e beija de leve meus lábios. Eu nunca vou me cansar dessa mulher, Deus foi muito bom comigo. — E por que meu pacotinho está com esse bico? — Diz, indo até Selena, que está sentada no chão e com os bracinhos cruzados, fazendo a mesma carinha de nervosa que a mama dela faz.

— Deve ser fome. — Diz Ivan.

— É, deve ser.

[...]

A Itália é maravilhosa em muitos níveis diferentes. Estamos ficando na casa da Bruna, que não se desgruda das minhas filhas, ela é boa com crianças. Deixamos nossas meninas com ela, pelo menos, ela eu sei que não daria uma arma para um bebê, eu espero.

Eu e Marília resolvemos andar pelas ruas de Florença, que é lindíssima. Eu nunca havia viajado para cá antes, na verdade, o único país que já visitei foi o EAU, e agora, minha noiva pretende me levar para os quatro cantos do mundo, e eu vou para aonde ela quiser me levar.

— Acho que chegamos, Bruna disse que sempre vem aqui com o Alexsandro. — Paro em frente à Pizza Napoli 1955. — Ela disse que é a melhor pizza de Florença.

— Está com muita fome?

— Não muita, ainda está cedo. — Estamos no final da tarde, já visitamos alguns pontos turísticos e eu aproveitei para atualizar minhas redes sociais, que eu não entrava há muito tempo. — Mas meus pés estão doloridos. — Digo, olhando para as cadeiras na frente da pizzaria.

— Então vamos descansar, é bom nos sentarmos, precisamos conversar. — Diz séria, o que me causa uma tremedeira e um medo do que está por vir. Quando alguém fala que precisa conversar, nunca é coisa boa.

Nos sentamos nas cadeiras que ficam na calçada, um de frente para a outra. Marília espera até que o garçom chegue e pede duas taças de vinho, não sei qual é, nem prestei atenção na verdade. Estou tentando listar as coisas que eu fiz que poderiam me encrencar, mas não é uma lista muito extensa, eu realmente não faço ideia do teor da conversa.

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora