Cap 25 - Luisa

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Ivan:

Oi, Ivan? — Reconheço a voz de Frank imediatamente, é um tanto, singular. — Sobre o que pediu à Bruna, tive que procurar à fundo, mas antes de apertar esse botão de enviar, preciso saber o que me fez invadir arquivos de aviação de dois mil e dez. Ainda mais por se tratar de um homem de uma família de magnatas.

— Olá, Frank, é bom ouvir sua doce e delicada voz. — Digo irônico e ele ri. — Sabe aquele gringo que assumiu a minha máfia? Acho que é ele e preciso saber se esteve em Nova York naquela data.

— Tudo bem. Eu já havia clicado no botão de enviar, só estava curioso. — Reviro os olhos. — Boa sorte, espero que tome o controle da máfia novamente.

— Obrigado, eu tam... — O PIB indica que ele desligou. Italianos....

Levanto a tela do meu notebook e uma foto antiga da minha família aparece, eu era uma criança feia de doer. Por sorte, cresci.

Entro em meu E-mail e clico no arquivo enviado pelo Frank e o baixo. É uma lista dos voos vindos do continente asiático para os Estados Unidos, Frank fez a boa ação de circular o nome de Xandrik Alamour.

Quem raios é Xandrik Alamour?

Tem uma seta do lado do nome, cliquei e uma aba se abriu. É uma cópia do passaporte desse tal homem e da identidade.

Ora...ora.....

Parece que o velho usou documento falso.

Leio o restante do arquivo. Abicieli chegou uma semana antes da morte do meu pai e dos Mendonça, foi embora na manhã seguinte à morte. Isso era o que eu precisava. Foi o desgraçado do Abicieli. Preciso avisar a Morena.

Meu celular vibra em meu bolso assim que entro no carro. Franzo o cenho para a tela, o número é desconhecido. Decido deixar a ligação cair, mas não adianta muita coisa, pois o celular toca novamente alguns segundos depois.

Achei que não iria atender. — Freio bruscamente o carro e controlo a raiva apertando o volante do carro. — Soube que mudou de lado. — Fabrício fala de maneira doentia, a voz mansa e psicopática. — Deixe-me adivinhar, se apaixonou pela vadia?

— Eu vou matar você, desgraçado. — Rosno e coloco no viva voz. Rapidamente envio a ligação para a equipe de investigação que Marília e deixo que Fabrício continue a falar, isso dará mais tempo para rastrear a ligação. É incrível como ele é burro.

— Entre na fila. — Ele ri e isso só me enraivece mais. — Vou te falar o que farei com ela, e peço gentilmente que avise a ela, já que vadia não atende minhas ligações. Vou levá-la para um lugar abandonado, vocês não saberão onde procurá-la, vou amarra-la e a amordaçar, fode-la em todos os buracos e... — Coloco no mudo. Não preciso ouvir essa merda.

A ligação é encerrada alguns minutos depois. Paro o carro em frente a Mendonça Tower e envio uma mensagem para Maraisa, avisando que estou no prédio e preciso falar com ela e com a namorada chata. Ela pede para que eu suba e que já fui avisado.

Passo pelas secretárias gostosas e tenho quase certeza que uma delas piscou para mim. Vou pedir à Maraisa o contato dessa morena, talvez eu dê sorte.

Demora quase um minuto para chegar à cobertura. Eu não vejo qual a necessidade de um prédio desse tamanho, talvez seja para compensar o tamanho do pênis. Coitada da Morena.

— Olá, sou Ivan Nikolai. — Digo para a loira de óculos, que apenas aponta para uma das salas com paredes de vidro. Consigo ver a Morena trabalhando em sua mesa distraidamente. Caminho até sua sala e me escoro no batente da porta. — Como vai? — Ela levanta o rosto e vejo algo estranho nele. — O que aconteceu? — Questiono preocupado, sentando-me na cadeira em frente sua mesa chique.

— São gêmeos, Ivan. — Puta... que... pariu. — Eu achando que já ia ter dificuldade de cuidar de um bebê só, imagina dois? Eu vou virar um balão, Ivan. UM BALÃO. — Ela começa a chorar e me sinto entrar em desespero.

— Um balão é exagero, talvez uma bexiga de assoprar. — Sorrio dócil, mas desmancho assim que percebo que falei merda. Ela me olha horrorizada e começa a chorar mais. — É brincadeira Morena, você não vai virar nada, vai ficar tudo bem, esses bebês vão sair e você vai voltar a ser essa gostosa que você é.

— Chamou minha mulher de gostosa?

Eu joguei pedra na cruz, só pode.

— Eu disse lustrosa, você ouviu errado. — Viro o rosto e encaro Marília como se nada tivesse acontecido.

— LUSTROSA? — Maraisa brada e nego novamente. — Você está dizendo que eu sou oleosa?

— Honrosa, foi isso que eu disse, vocês estão com cera no ouvido. — Marília bufa e se senta ao meu lado.

— O que descobriu Ivan? — Marília olha no relógio de pulso caríssimo e me olha com preguiça.

— Eu descobri quem é o chefão. — Sorrio e elas continuam me olhando com expectativa. — É o Abicieli. Ele foi para Nova York uma semana antes do acidente e voltou para a Ásia no dia seguinte. Usou documentos falsos.

— Como descobriu isso?

— Tenho contatos no meio em que vivo. Enviei um arquivo para você, Maraisa, com tudo que esse contato me mandou. — Ela começa a mexer no computador. — Fabrício também me ligou. Enviei a chamada para sua equipe, Marília, o burro usou um telefone rastreável novamente.

— Ótimo. — Ela guarda o celular após ter enviado algo a alguém. — Mas isso não é o suficiente para prendermos o Abicieli, precisaremos de algo que realmente o incrimine.

— Uma confissão, talvez. — Maraisa se levanta. — Podemos armar uma emboscada e fazer ele confessar.

— O que faria ele confessar? — Resmungo. — Droga-lo?

— Não. — Ela sorri com escárnio. — Vamos sequestra-lo, tortura-lo e fazer ele falar.

— O que você anda fazendo com essa mulher? — Viro-me para Marília, que me olha igual.

— Eu ia te perguntar a mesma coisa.

— O que foi? Não gostaram? — Ela faz bico e Marília se levanta, beijando-a. Eca. Não preciso ver isso. A inveja é grande.

— Amor, sem tortura, tudo bem? — Ela revira os olhos e cruza os braços, ficando nervosa e voltando para trás de sua mesa.

— Estranho. — Ela diz, franzindo o cenho. — Luísa me enviou uma mensagem, quer que eu me encontre com ela no bar em frente ao hospital.

— O que tem de estranho nisso? — Pergunto confuso. — Achei que fossem amigas.

— Somos, mas ela odeia aquele bar. — Ela volta a se levantar e pega sua bolsa. — Eu vou lá, deve ser importante. — Suspira. — Volto para o jantar, tudo bem? — Marília confirma e a beija novamente. — Obrigado, Ivan.

— Não há de que, cuidado, qualquer coisa, ligue. — Ela sorri e assente, saindo e me deixando à sós com a riquinha. — Você é feia. — Digo e ela levanta o dedo do meio.

— E você é careca. — Abro a boca em descrença e ela se levanta, arrumando o terninho.

— Seu pau deve ser pequeno, por isso esse prédio é enorme. — Ela sorri de lado e me olha com malícia.

— Minha mulher não reclama.

— Ela finge.

— Invejoso.

— Burra.

— Broxa.

— Precoce.

— Ladrão.

— Pobretona. — Ela arqueia uma das sobrancelhas e me praguejo internamente. — Merda...

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora