Cap 22 - Passado III

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Ivan:

DEZ ANOS ATRÁS

O carro de Anton e Irina capotam quatro vezes até parar em uma árvore na beira da estrada.

Meu coração vai na mão, com medo de terem se machucado ou estarem mortos. Levo minha mão para a maçaneta da porta, pronto para ir correndo até o carro capotado, mas as mãos frias de meu pai me fazem parar. Ele aponta para outro automóvel que chega, está chovendo e minhas vistas não conseguem focar exatamente no rosto da pessoa que sai do carro.

Ela corre até o outro carro na beirada da pista e grita algo, poucos minutos depois, ela se afasta correndo e mal chega no carro em que veio quando o automóvel acidentado explode.

— Ela os matou? — Meu pai berra, batendo forte no volante do carro. — Vá, veja se eles sobreviveram. — Ele ordena e franzo o cenho.

— É obvio que não sobreviveram, Ivo!

Costumo chamar meu pai pelo nome.

— Eu mandei ir ver se eles sobreviveram... — Ele murmura rispidamente. — É uma ordem, Ivan, vá.

Suspiro, odiando ter que sair do carro.

Antes que eu feche a porta, ele me chama.

— Se eu não voltar, se esconda. — Ele olha dentro dos meus olhos e minha saliva desce seca por minha garganta, apenas assinto, concordando.

Meu pai pisa no acelerador e corre atrás do carro preto que não consegui ver a marca.

Não perco meu tempo indo ver se Anton ou Irina estão vivos, é óbvio que não.

Por que Ivo me mandou sair do carro? Porra!

Eu poderia ajudá-lo a pegar quem matou nossos amigos.

Ouço um barulho estranho atrás de mim, que me arrepia até meus últimos fios de cabelo. Olho para trás e forço as vistas, tentando ver algo dentro da floresta densa e escura atrás de mim.

Nem fodendo que vou ficar aqui.

Vai que é assombração...

Corro pela encosta da pista na mesma direção em que meu pai saiu para perseguir a outra pessoa, é uma linha reta, posso ver os faróis dos carros e os barulhos de tiro.

Sinto meu coração acelerar e meus pés travam quando vejo um dos carros sair da pista e entrar na floresta, parando com a frente enfiada provavelmente em uma árvore.

É o meu pai?

O outro carro continuou seu caminho, não voltou para me buscar..

Merda!

Corro ainda mais rápido, os respingou de chuva batem forte contra meu rosto, mas não me importo. Quando estou quase chegando, paro.

Um outro carro, branco, sai de dentro de uma trilha na floresta e para ao lado do carro do meu pai. Me abaixo em um arbusto e fico escondido, assim como meu pai ordenou.

O homem sai do carro e anda até a frente do carro, o ouço dizer algumas coisa e a voz do meu pai. Noto quando Ivo vira o rosto na minha direção, eu não sei como ele me achou, mas seus olhos se prendem aos meus. Quando vejo o homem de pé ao seu lado tirar uma arma da cintura e colocar na cabeça do meu pai, levanto-me, mas o ouço gritar um "não".

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora