Capitulo I

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AMELIE

Você já teve aquele momento em que começa a pensar onde sua vida começou a dar errado? Qual escolha te levou pra um lugar que você nunca imaginou que estaria? Pois bem, estou com esse pensamento há meia hora enquanto espero mais uma entrevista de emprego. É a 4 só essa semana e ainda é quinta feira.
Eu estava exausta e com muita fome. Devia ter aceitado o cafezinho com biscoito que me ofereceram assim que cheguei.

- senhorita Amelie, por favor me acompanhe. - a secretaria me chama me tirando dos meus devaneios.

A sigo até uma porta branca com as iniciais LM. Assim que me manda entrar, ela sai fechando a porta atrás de mim. Encontro um senhor barrigudo de pé, com seu terno azul marinho com os botões quase pulando, a barba bem grande e com um cigarro na boca. Oh, Céus! Deveria ser proibido fumar em locais fechados. O mal cheiro estava por todo o ambiente. Aproveitei pra colocar a mão na boca assim que ele foi andando até a sua cadeira.
Ele logo sentou fazendo o sinal com a cabeça pra que eu me sentasse também na poltrona que tinha a frente de sua mesa. Tossi um pouco e ele percebeu que eu estava incomodada. Então tirou o cigarro da boca, apagou e jogou no cinzeiro.

- Então, senhorita Amelie, como já deve saber, meu nome é Levi. Trabalho na advocacia há tanto tempo que você nem era nascida. Então construí tudo isso com trabalho sério. Com muito esforço. Estou precisando de uma secretária pessoal, que também leve o trabalho a sério, já que a minha irá entrar de licença maternidade daqui a 1 mês.

Droga! 1 mês? Teria que esperar 1 mês pra começar a trabalhar? Não sei se teria dinheiro pra aguentar tudo isso.

- Olhei o seu currículo e gostei muito, apesar de nunca ter trabalhado na nossa cidade e eu nunca ter ouvido falar desses lugares que aqui diz que você já trabalhou, vou acreditar em você. - Ele deu uma piscada pra mim no final da sua fala, o que ele estava insinuando? Claro que já trabalhei em tudo o que coloquei no meu currículo. Auxiliar de serviços contábeis, secretaria, assistente comercial (eu odiava esse) e vendedora.

- O senhor pode pesquisar na internet se quiser, e vai ver que todos esses lugares existem, e pode ligar pra confirmar também. - falei por impulso. Eu sempre pensava muito antes de fazer ou falar algo, mas não ia deixar ele insinuar que estava mentindo.

- Não será necessário, senhorita, já disse que acredito em você.

Ele continuou a entrevista perguntando várias informações que já estavam escritas naquele papel chamado currículo, e finalizou querendo saber onde eu me via daqui a 5 anos. Eu quis rir da pergunta, oras, eu não sabia onde me via na semana seguinte, quem dirá daqui a 5 anos.

- Espero que estável financeiramente, porque pense numa coisa que está difícil é esse tal de dinheiro. - falei o fazendo rir.

- Otimo, entraremos em contato em breve pra lhe dar a resposta.

- Obrigada! - agradeci e me levantei indo em direção a porta.

Saí dali com a barriga roncando e uma tontura me veio assim que coloquei os pés na rua. Droga! Eu deveria ter comido alguma coisa. Tentei me segurar em algo, mas não tinha muito encosto, então minhas mãos foram direto no peitoral de um homem de 1,80 que passava, ele me olhou sério sem entender o porque uma estranha estava lhe tocando. Mas antes que falasse alguma coisa minhas pernas fraquejaram e eu apaguei.

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