CASAMENTO POR CONTRATO

CAPÍTULO 12

THOMAS

Quando o violino começou a tocar Turning Paige, todos se levantaram e então eu a vi.
Meu coração estava acelerado, eu não devia estar me sentindo assim em um casamento de mentira. Minhas mãos estavam suando. Era somente nervosismo pela situação, pensei.
Ela parecia um anjo. Parecia que flutuava. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas não parecia de alegria.
Ela veio caminhando devagar, com um buquê de rosas brancas. Sozinha. Todos pareciam babar enquanto ela passava. Minha mãe chorava ao meu lado. Ela parou e eu fui ao seu encontro. Peguei sua mão e a trouxe até a mesa em que o pastor estava para celebrar nossa união.

- Nunca te vi tão linda. Estou casando com um anjo. - sussurrei em seu ouvido e depositei um beijo em sua testa.
Ela me olhou e sorriu de lado antes de responder.

- Você não está nada mal.

A cerimônia foi rápida, e quando o pastor disse que o noivo podia beijar a noiva, coloquei minhas mãos em seu rosto e a trouxe pra perto. Estava ansioso por esse momento. Era como se não existisse mais ninguém ali. Só nós dois. Nossos lábios se encontraram e foi tão gostoso como na noite anterior. Foi um beijo rápido. Mas tão bom. Todos gritavam felizes. Peguei em sua mãe e saímos embaixo de uma chuva de arroz.

O resto da festa foi uma chatice. Fotos e mais fotos. Chamamos somente as pessoas mais próximas. A maioria amigos que meus pais fizeram no tempo que ficaram no Brasil. Henrique foi nosso padrinho junto com minha irmã Alice, que havia chegado aquele dia. Eles ja tiveram um lance, mas não gostava nem de lembrar.

Amelie continuou com seu papel de boa atriz, cumprimentou a todos, sorriu e brindou.

- agora é a dança dos noivos!!! - Minha irmã gritou.

Então peguei sua mão e a levei ao centro. Uma música lenta começou a ser tocada e a aproximei de mim. Com uma mão segurei a sua e a outra a envolvi pela cintura. Ela encostou a cabeça no meu peito e ficou assim até a canção terminar. Foi uma sensação tão boa que me assustou. Eu não podia me deixar levar por aquilo. Não podia deixar ela se aproximar dessa forma, não estava pronto pra ser de alguém e dar a chance de me magoarem de novo.
Então assim que acabou sai o mais rápido possível. Falei que ia ao banheiro, precisava me afastar dela. Assim que entrei, lavei o rosto e ouvi a porta fechando.

- Achei você! Estava te procurando

- Caroline? O que está fazendo aqui? - lá estava ela. O diabo em pessoa. Tão alta e linda como sempre.

- Eu não pude evitar, quando me disseram que você iria se casar. Achei que chegaria a tempo de impedir essa loucura, mas meu voo atrasou. - falou se aproximando de mim - a porta está trancada. Podemos matar a saudade

E antes que eu pudesse responder ela me beijou. Meu corpo traidor respondeu como sempre. Ela era tão gostosa. Eu sentia tanta falta. A sentei sobre a pia levantando seu vestido com urgência. Ela abriu minha calça e quase sem pensar entrei dentro dela. Fui metendo mais forte, enquanto ela gemia baixinho no meu ouvido.

- como senti sua falta, meu amor. Você é meu, você sempre será meu.

Ela falava entre nossos beijos.
Então alguém bateu a porta.
Sai de dentro dela o mais rápido que pude enquanto ela ria e se ajeitava.

-  Fica aqui nesse banheiro enquanto eu saio. Te ligo mais tarde, ok?

- Espero que ligue. Vai ser um prazer adoçar sua lua de mel. - ela falou e entrou em uma das cabines.

Abri a porta e Henrique estava do outro lado

- Thomas? Parece que viu um fantasma. Tá tudo bem?

O puxei pelo braço enquanto falava.

- Ela tá aqui.

- Ela quem?

- Você sabe. Que merda! Como ela descobriu que eu iria casar?

- Ah meu Deus! A diaba? Que porra ela tá fazendo aqui? Ela tava no banheiro com você? Você comeu outra mulher no dia do seu casamento?

- Fala baixo, cacete! É ela mesmo. Não consegui nem pensar, quando percebi já estava com o pau dentro dela.

- Você disse que não faria isso de novo. Essa mulher te destruiu. E a Amelie? Pelo jeito que vi vocês tão em sintonia achei que estava rolando algo.

- A Amelie é só um negócio. Você sabe disso. Não somos nada e não tem a menor possibilidade de surgir algo entre a gente. Ela é gostosa, muito. Mas só isso. É só atração.

- Ok, mas pelo menos respeitava ela hoje né.

- Vai se fuder. - falei e sai pra procura-la.

Andei pelos poucos lugares ali mas não a encontrei.

- Mãe, viu minha esposa?

- Que lindo! Já a chama de esposa. Ela estava conversando com sua tia agora pouco próximo ao banheiro.

Puta merda. Espero que ela não tenha visto e nem ouvido nada naquele lado.