CASAMENTO POR CONTRATO

CAPÍTULO 16

THOMAS

Búzios era um lugar muito romântico. Escolhi pensando nas boas fotos que renderiam e mostraríamos ao consulado.
Mas agora, aqui com ela, eu só queria aproveitar sua companhia sem nem lembrar de registrar nada.
Ela fica ainda mais linda quando está animada com algo. Parece uma criança conhecendo as várias lojinhas da vila. Cada hora me diz que vai levar algo. Que quer provar alguma coisa.
Aproveitei que estamos em público e segurei sua mão o máximo que pude. Eu gosto da companhia dela.
Depois do casamento ela ficou um pouco estranha, mas agora esta sendo a Amelie que conheci. Gosto mais dessa versão.

- Aqui Thomas, uma foto com esse fundo ficaria linda. Vem, vamos tirar e mandar pra sua mãe e pro Henrique.

Me posicionei ao seu lado, passei a mão na sua cintura e tirei uma selfie. Ela sorriu. E aquele sorriso me fez agir sem pensar. Virei o rosto e a beijei. Como era bom aqueles lábios macios.

- Não precisa fazer isso aqui. Nem tem conhecidos por perto. - ela falou se afastando

- Rendeu uma boa foto. Vão até pensar que estamos apaixonados. - foi a única coisa que consegui pensar pra me justificar.

A levei pra almoçar logo depois, não podia deixar que ela ficasse estranha de novo. Então tentei puxar vários assuntos aleatórios. E graças a Deus funcionou.
Voltamos pra casa e ela foi direto para o seu quarto. Fiquei na sala assistindo e logo depois fui em direção ao meu. Quando parei em frente a porta, ouvi um soluço vindo do seu quarto. Ele estava chorando?
Encostei o ouvido perto da porta e ouvi falar com alguém.

- Eu não posso voltar. Você sabe que não posso. - ela ficou um momento em silêncio e então voltou a falar . - Não insiste, ok? Eu amo você mas não posso deixar que continue me puxando de volta. Quando quiser sair desse lugar, você sabe que estarei aqui pra te puxar. Eu tiro você daí. Mas não me peça pra voltar.

Então ela calou. Com quem ela tava falando? Ela era tão misteriosa sobre tantas coisas. Não me falou quase nada sobre sua vida. Sua família era um assunto proibido.
Bati na sua porta. Precisava saber se ela estava bem.

- Oi. Tá tudo bem? - perguntei assim que ela abriu a porta. Seus olhos estavam vermelhos.

- Porque não estaria? - odiava quando me respondiam com outra pergunta.

- Por nada. - não podia contar que estava ouvindo atrás de sua porta - Pensei em tomarmos um banho de mar, o que acha?

- Eu queria descansar um pouco primeiro, pode ser daqui a 1h?

- Claro! Quando estiver pronta é só bater na minha porta.

Entrei no quarto e aproveitei pra ligar pra Caroline. Eu precisava resolver minha vida com ela.

- Oi meu amor. Sua noivinha te deixou entediado?

- O que você quer de verdade, Caroline? Você não pode simplesmente aparecer na minha vida assim. E justo no dia do meu casamento. Achei que tínhamos encerrado esse assunto.

- Voce quis encerrar. Mas eu não. Ainda amo você, e pelo que percebi ontem você também me ama. Você que me deixou e veio pro outro lado do mundo. Podemos tentar de novo, Thomas. Eu ainda sou a mesma.

- Não podemos. Ontem foi um erro. Por favor não me provoca de novo. E é justamente por você ser a mesma que não podemos mais ficar juntos. Você me machucou demais, Carol. Não quero e não posso passar por tudo aquilo de novo.

- Não precisa me dar resposta agora. Ficarei durante essa semana aqui, quando voltar da sua lua de mel sem graça me procura. Te mando o endereço. Espero você. - então ela desligou

Eu não podia deixá-la voltar pra minha vida. Não podia.
Respondi alguns e-mails referentes a empresa e ouvi a batida na porta.

- Entra.

- Estou pronta, se ainda quiser ir. - Amelie entrou com um biquíni azul, somente a parte de cima a mostra pois estava com um short jeans embaixo. Suas pernas bem definidas, sua cintura tão bem desenhada. Ela não tem noção do que passou pela minha cabeça

- Claro, vamos!

Andamos ate à praia, ela não esperou muito, tirou seu short e entrou na água. Fiquei apenas observando por um tempo. Depois entrei na água também. Estava bem fria, mas suportável.
Saímos da água e sentamos na areia, observando o sol que estava quase se pondo.