Capítulo 2

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THOMAS

Sempre pensei que tivesse o controle de tudo. Eu sempre tive. Mas há uma semana minha secretária perdeu o prazo de renovação do meu visto. Se ela passasse mais tempo fazendo seu trabalho ao invés de paquerar cada homem que
passava pelos corredores, eu não estaria com algo fora de controle agora.

-  Bom dia, senhor Thomas. O dr. Henrique esta lhe esperando. Por favor, me acompanhe.

Segui a mulher baixinha com um coque no alto da cabeça até a sala do meu advogado e melhor amigo. Henrique veio comigo para o Brasil há 1 ano, sempre me acompanhava desde que nos conhecemos na faculdade de Londres. Dividimos quarto, depois um apartamento, várias noites de bebedeiras, ele me viu sobreviver ao inferno e permaneceu ao meu lado. Então era mais que amigo, pode se dizer, ele era como um irmão.

-  Ton, já estava com saudades? - ele disse com um sorriso debochado no rosto se levantando e vindo me abraçar.

- Vai a merda! - Falei de volta o fazendo rir ainda mais.

-  Quase 1 semana sem sair pra beber comigo, estou começando a pensar que você encontrou um novo melhor amigo! A que devo a honra? - ele falou enquanto voltava pra sua cadeira com pose de advogado. Ele sabia que eu não viria nesse escritório se não fosse algo de extrema importância. Não gostava desse lado da cidade, mas ele insistiu em ficar onde se concentrava a maior parte dos escritórios de advocacias de São Paulo.

-  Estou precisando de um milagre que só você pode fazer! - falei e ele levantou a sobrancelha.

-  Você matou alguém? Roubou um banco? - eu ri da pergunta idiota. - Claro que não roubou, você é rico. Então matou alguém?

-  Deixa de ser idiota, Henrique! Na verdade é bem pior, a Helena esqueceu de renovar meu visto e terei que voltar pra Londres daqui a 1 mês. Estou fudido cara! Logo agora que meu pai voltou de vez pra casa. Ele vai ficar louco quando souber. Como deixei algo tão importante nas mãos de alguém tão incompetente. Sou um cara responsável, você sabe porra!

-  Que merda! Eu falei pra você quando renovei o meu, você disse que estava tudo resolvido. Que merda Thomas!

Passamos um bom tempo pensando em como resolver, mas não chegamos a lugar nenhum. Ele disse que me ligaria assim que tivesse uma solução. Então sai de lá indo de encontro ao meu carro que estava do outro lado da rua, meu motorista não conseguiu estacionar por perto, odiava aquele lado da cidade que estava sempre cheio. Foi quando uma mulher de cabelos castanhos esbarrou em mim colocando suas mãos no meu peito, por impulso a segurei e antes que eu gritasse com ela a mulher simplesmente caiu. Logo um monte de gente foi parando pra ver o que aconteceu, não pensei muito, a peguei no colo e a levei até o meu carro. Ela era tão leve. A deitei no banco de trás e deitei sua cabeça em uma das minhas pernas, mas coloquei meu blazer pra forrar antes. Não seria muito inteligente colocar a cabeça de uma mulher no meio das minhas pernas. Não daquele jeito.

-  Nos leve pro hospital mais próximo. - dei a ordem a Antônio.

-  Sim senhor! - ele respondeu sem fazer perguntas.

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