CASAMENTO POR CONTRATO

CAPITULO 21

AMELIE

Meu corpo não me obedecia mais desde o momento que ele pegou na minha cintura na piscina. Eu gostava dele. Depois da nossa pegação na piscina tive ainda mais certeza. Meu corpo chamava por ele. Por sua boca. Suas mãos.
Andei ao seu lado até o escritório onde Henrique queria conversar conosco.

- E então? Temos algum problema? - perguntei assim que entramos

- Na verdade, sim. Alguém denunciou vocês. Recebi uma carta do consulado pedindo uma nova análise do visto de Thomas porque receberam uma denúncia que o casamento era falso.

- Quem denunciou? Quem faria isso? Só nós três sabemos, não é? - perguntei

- Isso. Só nós três. - Thomas respondeu de forma firme. - A menos que você tenha contado pra alguém.

- Porque eu faria isso e correria o risco de ser presa? - respondi me sentindo ofendida.

- Não sei. Talvez tenha deixado escapar. Isso é sério Amelie. Antes de qualquer coisa nós temos um contrato que precisamos cumprir. Deveríamos existir comprometimento profissional aqui.

- Eu sei da merda desse contrato. Você não me deixa esquecer. - respondi com a voz alterada já chateada. - Não falei nada pra ninguém.

- Calma, pessoal. Não precisam brigar, eu só preciso que vocês vão até lá juntos. Responderão algumas perguntas e depois vai ficar tudo bem, confiem em mim.

- Tudo bem. Quando querem a nossa presença? - Thomas perguntou sem olhar mais pra mim.

- Amanhã pela manhã.

- Estaremos lá. - respondi de forma seca. - Com licença, vou me trocar.

Sai do escritório me sentindo apenas um negócio pra ele, mais uma vez.
Entrei no quarto e meu celular estava tocando, era minha irmã.

- Amelie? - sua voz estava baixinha - preciso de você. - falou e soltou um soluço reprimido.

- O que aconteceu? Você tá bem? Ele fez algo com você?

- Não. É a vovó. Ela tá doente, Amelie. Câncer de pulmão em estado avançado. - sua voz calou esperando alguma resposta minha, mas eu não sabia o que falar. Minha avó sempre fumou muito, desde que me lembro por gente, mas ninguém espera por uma notícia assim. - Nosso tio parou de ajudar depois que você foi embora e não temos como pagar seu tratamento. Papai não deixa de beber um só dia. Ela está esperando uma vaga no hospital público. Mas está difícil vê-la morrendo. Eu não sei o que fazer

- De quanto vocês precisam?

- Não sei. Hospital particular é caro, você sabe.

- A leve ao melhor que puder e me mande a conta.

- Como você vai conseguir dinheiro?

- Tenho um bom emprego aqui. - ouvi uma batida na porta - Só faz o que falei. Ela vai ficar bem. Eu amo você, mas preciso desligar.

- Ok, eu também te amo. Obrigada por nos ajudar mesmo depois de tudo.

Desliguei o telefone, enxuguei as lágrimas que caíram e fui até a porta. Esperei que fosse Henrique com alguma informação que não fiquei pra receber no escritório, mas era Thomas.

- Precisamos conversar. - Ele falou entrando no quarto.

- Sobre?

- Nós. Isso que tem acontecido entre a gente.

- Não temos que conversar sobre isso. Já entendi que isso se resume apenas a um contrato. Então pode sair.

- Não! Não é isso. Me desculpa pelas palavras idiotas. Não é só um contrato. - falou dando passos até mim - Eu gosto da sua companhia, gosto de quem eu sou com você. - continuou se aproximando até parar de frente pra mim - Na verdade eu adoro tudo em você. Você é tão linda, tão doce, inteligente, tudo se torna leve quando estou ao seu lado, Amelie. Seu beijo é o melhor que já provei e me faz querer sempre mais. To tentando entender tudo o que estou sentindo, mas só sei que quero você comigo.

Ele levou sua mão até o meu rosto me fazendo fechar os olhos.

- Olha pra mim. Olha no fundo dos meus olhos e me diz que não sente o mesmo e eu prometo que saio por aquela porta e deixo você em paz. - ele falou segunda do meu rosto com as duas mãos.

- Não faz isso comigo, Thomas.

- Me diz, você não gosta de mim?

- Mais do que deveria. - falei de forma rápida - Eu gosto de você mais do que deveria. Ao sair por aquela porta você não me deixaria em paz, seria exatamente o oposto disso.

Não falamos mais nada, ele juntou nossas bocas me fazendo soltar um gemido.