Capítulo 3

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AMELIE

Meus olhos estavam pesados, minha cabeça doía, aquele cheiro de álcool exalava ao meu redor. Abri meus olhos aos poucos tentando reconhecer o local. As paredes brancas. Oh, Deus! Eu estava em um hospital. Eu desmaiei na rua após a entrevista. Mas isso aqui não parece um hospital público como os que estou acostumada a ir, está tão vazio. Tão luxuoso. Tenho um quarto só pra mim? Quanto isso vai custar? Vou ter que deixar um rim aqui, tenho certeza. Onde eu fui me meter? Quem me trouxe pra cá?
Tento me sentar quando a porta é aberta por uma mulher empurrando um carrinho.

-  olá, que bom que acordou! Me chamo Tamires e serei a enfermeira que vai acompanhar você. Como está se sentindo?

-  Oi. Estou bem, eu acho.

Ela se aproxima colocando um aparelho de pressão no meu braço e um aparelho de saturação na mão do outro braço.

-  Consegue me dizer seu nome, querida? - Perguntou com a voz suave

Como esse povo de hospital particular tratava a gente bem. Deve ser porque não tem uma fila de doentes lá fora.

-  Amelie. Amelie Castro. Quem me trouxe pra cá?

-  Foi um senhor muito educado. Está lá fora, disse que só iria embora quando soubesse que voce estaria bem.  Quer que eu o chame?

-  Não! Quer dizer, sim, por favor.

-  Ok! Seus sinais vitais estão bons. O médico já vem falar com você. E pode deixar que vou chamar o senhor que a trouxe.

A vejo sair e ouço minha barriga roncar. Preciso comer antes que desmaie de novo.
Estou com um acesso para o soro, acho que é a única coisa que está fazendo meu corpo ter vida, bendito soro.
Ouço duas batidas na porta e logo ela se abre.

-  Olá, está se sentindo melhor? - A voz veio de um homem magro, alto, que deveria ter uns 50 anos.

-  Oi! Estou sim, não sei como agradecer por ter me trazido até aqui, mas precisava ser um hospital tão caro? - pergunto fazendo uma careta

-  Oh, não se preocupe! Meu patrão já deixou tudo pago. E muito prazer, meu nome é Antônio. - ele fala estendendo a mão

-  Sou Amelie. Porque seu patrão pagaria a conta do hospital? Eu o conheço?

- Ele disse que você desmaiou nos braços dele, então viemos correndo pra cá. Ele ficou bastante preocupado, senhorita Amelie. O nome dele é Thomas Schneider.

Antes que eu pudesse responder o médico abre a porta.

- Olá mocinha, me chamo dr Hugo. A enfermeira Tamires me passou seus sinais vitais, seus exames de sangue também estão bem, só esta com vitamina D baixa. Mas de resto está ótima. Você teve uma queda de pressão, quando foi sua última refeição?

-  Ontem. - falo em um sussurro mais pra mim do que pra ele. - ontem de manhã.

-  Então está explicado. Lhe darei alta, mas precisa prometer que vai se alimentar, ok? E lhe passarei umas vitaminas. Tenham um bom dia!

- Obrigada. - falo vendo ele sair - Então você já está liberado também Antônio, muito obrigada por tudo! Agradeça ao seu patrão também. - ele dá um sorriso sem mostrar os dentes - Poderia me passar o número dele? Gostaria de mandar uma mensagem agradecendo.

- Infelizmente não posso lhe dar, o patrão me mataria. - Diz rindo. - Mas posso pegar o seu e passar pra ele, pode ser?

Lhe passo meu número e ele insiste em me levar pra casa. Estava meio aérea ainda, então aceitei. Entramos num carro bem chique. Esse patrão deve ser bem rico.
Ele me levou até a pensão que eu estava desde que mudei pra SP, o agradeci mais uma vez e entrei. Precisava de um banho e de um bom prato de comida.

CASAMENTO POR CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora