CAPITULO 10

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THOMAS

Acordei com um belo corpo moreno ao meu lado. A noite foi intensa depois de conhecer a nova casa de festa que Henrique estava investindo.
Faltava um dia pro casamento. Eu desejava com toda força que isso desse certo. Meu futuro estava em jogo. Meu pai estava doente, foi diagnosticado com Lúpus. Seus rins pararam de funcionar, ele precisava fazer hemodiálise até conseguirmos um transplante, então não conseguiria vir. Minha mãe ficou pra esperar nossa cerimônia e logo depois voltaria pra ele. Minha irmã Alice também  viria mas não ficaria muito.
Levantei e peguei minhas coisas saindo do quarto. Aquele quarto de hotel já tinha me visto com tantas mulheres que riria de mim se soubesse que eu iria me casar finalmente.

Passei em casa pra tomar um banho rápido e fui pra empresa. O dia foi bem cheio, já que nos 3 dias seguintes eu não viria trabalhar. Depois do casamento passaríamos 2 dias nos "amando" na casa de praia que reservei pra nós.
No fim do dia fui até a pensão. Amelie disse que precisava conversar comigo. Mandei uma mensagem avisando que tinha chegado e em poucos minutos ela desceu, estava com uma saia branca curta e uma blusa social de manga. Estava tão linda, não sabia como era possível ela ficar mais linda cada vez que a via.

- Boa noite, futura esposa. - falei assim que ela entrou no carro.

- Eu não consigo, Thomas. Não vou conseguir seguir com isso. - ela falou com um desespero na voz enquanto me olhava séria.

- Ei, calma! Aconteceu alguma coisa?

- Tudo isso é demais. Eu estou com medo, estou apavorada. E se descobrirem? E se eu for presa? Você tem advogado, você é rico. Eu não sou ninguém. Não tenho ninguém.

- Respira, tá? Vai dar certo. Nós vamos conseguir. - segurei sua mão por impulso - Não fique com medo. Vou ajudar você no que puder e esse casamento será bom pra nós dois. E você não estará mais sozinha. Serei seu amigo, ok? Só respira.

Coloquei a outra mão no seu rosto e encostei minha testa na sua. Não sei o que me deu, mas precisava que ela se acalmasse. E acho que funcionou. Sua respiração foi desacelerando. Senti sua respiração quente no meu rosto. Meus olhos estavam em sua boca perfeitamente desenhada. Precisava sair dali ou não responderia por mim. Ela despertava algo no meu corpo.

- Vamos dar uma volta. Tudo bem?

- Tudo bem.

Liguei o carro e sai andado pela cidade. Queria que ela se sentisse confortável ao meu lado. Assim como eu me sentia ao lado dela.

- Quer comer alguma coisa?

- Hoje não, obrigada. Mas posso te acompanhar se quiser.

- Nem um sorvetinho? - falei e ela mostrou um sorriso tímido, acertei no ponto fraco dela

- Isso é jogar sujo, jamais negaria um sorvete. - rimos juntos.

Fomos a mesma sorveteria do outro dia e deixei que ela descontasse tudo naquele copao de chocolate e menta.
No final andamos por uma praça quase vazia que ficava de frente a sorveteria. Ela estava tão mais leve, já estava até sorrindo. Terminou seu sorvete e jogou o copo na lixeira que estava no caminho.

- Sua boca ficou suja aqui no canto, deixa eu limpar pra você. - passei o dedo pelo canto de sua boca e meu dedos paralisaram. Meu corpo todo paralisou quando ela ficou de frente pra mim e levantou o olhar até os meus olhos.

- Sou uma bagunça mesmo - disse e deu um sorriso. Aquele sorriso acabou com o resto de controle que eu tinha. Passei o outro braço pela sua cintura aproximando seu corpo do meu.

- Seria loucura se eu dissesse que quero beijar minha noiva? - ela me olhou de uma forma tão profunda que parecia ler minha alma.

- Seria loucura se eu dissesse que quero que meu noivo me beije?

Sem pensar em mais nada encostei nossos lábios. Sua boca era tão macia. Pedi passagem com a língua e ela deu. Parecia uma dança perfeita. A aproximei ainda mais, quase estávamos ocupando o mesmo espaço. O beijo se tornou mais intenso e minhas mãos passeavam pelas suas costas. Seus braços foram parar ao redor do meu pescoço. Ela agarrou meu cabelo com sua mão pequena e me fez gemer em seus lábios. Meu amigo lá embaixo estava mais que acordado e ela percebeu, mas não se afastou.
Ficamos assim por tanto tempo que perdi a noção do tempo. Eu queria mais, queria ela por completo. Senti um pingo de chuva cair sobre nós, logo depois mais alguns e então nos afastamos. Peguei sua mão e corri de volta para o carro. Entramos e ficamos em silêncio. Eu estava com medo do que viria a seguir. Eu estava com medo? Que merda.

CASAMENTO POR CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora