CASAMENTO POR CONTRATO

CAPÍTULO 6

THOMAS

- Mãe? O que faz aqui?

- Não fuja do assunto! Como pôde, filho? Ele só tem você! Como vai permanecer no Brasil agora? Seu pai não pode voltar pra cá, não mesmo!

- Quem contou pra você? Foi a Helena, não é? Eu vou demiti-la! E não se preocupe, vou dar um jeito de resolver

- Um jeito? Vai dar um jeito? Vai subornar a imigração pra te dar um visto fora do prazo? Vai casar com uma brasileira? Impossível. Seu pai está doente, Thomas! Não posso permitir que ele volte.

- Doente? O que ele tem? Ele me falou que se aposentaria porque queria passar mais tempo com a senhora.

- Ele mentiu. Os rins do seu pai não estão mais trabalhando bem, filho. Vamos precisar entrar na fila de transplante . - senti meu coração apertar dentro do peito. Os olhos da minha mãe foram enchendo de água e eu fiquei sem reação. Meu pai estava doente? Ele era tão saudável como um touro. Até que uma mão chegou até a minha e uma voz doce me trouxe de volta.

- Na verdade, será a segunda opção. - ela olhava pra minha mãe que estava sem entender nada. Assim como eu.

- Que segunda opção? Quem é você?

- Eu sou Amelie. Noiva do seu filho, muito prazer! - Os olhos da minha mãe vieram direto em mim - então será a segunda opção. Ele irá se casar com uma brasileira. Não teremos mais o problema com o visto e ainda vamos realizar nosso sonho, não é amor?

Amor? Eu estava tentando acompanhar mas minha mente parecia não raciocinar. Minha mãe me olhava como se esperasse uma explicação e Amelie apertou minha mão me trazendo de volta a realidade.

- Isso mesmo. Por isso não queria preocupar vocês, está tudo resolvido. Vou me casar com a mulher mais incrível que já conheci. - falei por fim passando a mão pela cintura dela a colocando na minha frente.

- Quando iria me contar? Eu sou sua mãe! Ah meu Deus! Achei que não viveria pra ver isso! Muito prazer querida. - O semblante preocupado da minha mãe mudou na mesma hora - Obrigada por amolecer esse coração de pedra. - ela falou e abraçou Amelie. A garota tem uma atuação digna de Oscar. - Sendo assim, vamos marcar um jantar lá na sua casa filho, quero conhecê-la melhor e podemos continuar essa conversa. Vou levar minhas malas pra sua casa e ligar pro seu pai. Preciso descansar também porque a viagem foi bem estressante. Até logo meu amor. - ela me deu um beijo na bochecha e saiu.

- Uau! Até eu acreditei. Amor? A mulher mais incrível que já conheci? Vocês são bons ein! - Henrique falou rindo de nós dois. Logo a soltei e voltei pra minha cadeira.

- Não fode! - voltei meu olhar pra mulher que me salvou. Ela tinha a expressão meio perdida. Seus cabelos longos castanhos combinavam bem com seus olhos da cor de mel. Sua boca era tão bem desenhada, tinha percebido essa parte no dia que a conheci, fiquei olhando pra ela durante todo o caminho até o hospital. Ela tinha por volta de 1,65 de altura. Seu corpo era bem desenhado, suas curvas chamavam atenção. Brasileiras realmente roubam a cena. - porque fez isso?

- achei que precisava ser salvo. Uma mão lava a outra, não é?

- Muito obrigado, mas você não tinha dito que não faria isso?

- Eu não sabia o real motivo desse pedido de casamento tão emocionante que seu amigo ali fez. - ela olhou para Henrique que não tirava o sorriso do rosto. - então, como isso funcionaria?

- Bom, podemos dar entrada na papelada do cartório hoje mesmo. Mas essa parte deixa comigo. Faremos um contrato entre vocês, mas ninguém pode saber que é uma farsa ou serão presos. O que iremos fazer é crime. - Quando Henrique chegou com essa proposta mais cedo, eu jurei que não daria certo. Mas foi a única opção que restou. - E claro, você seria paga por isso.

- Então seríamos casados apenas no papel? Cada um no seu canto e tá tudo resolvido?

- Na verdade, vocês precisam que todos acreditem que são um casal de verdade. Isso não pode parecer uma mentira. Se o pessoal da imigração tiver qualquer dúvida, ferrou tudo.

- Eu vou entender se não quiser. Mas se disser que sim, não se preocupe, isso não vai passar de um relacionamento profissional. E posso te pagar super bem.

- Super bem quanto?

- super bem do tipo R$500.000,00 (quinhentos mil). Você salvaria não só a mim, mas consequentemente a empresa e a saúde do meu pai. - ela abriu a boca pra falar mas parou. Fez isso mais duas vezes até que conseguiu dizer algo

- UAU! É sério? É muito dinheiro. Achei que só fosse possível ganhar dinheiro assim indo pra um reality. Como seria esse contrato?

- Bem, estávamos discutindo isso antes de você chegar. Henrique pode te mostrar o que colocamos e você também pode adicionar alguma cláusula se quiser.

- Claro que vou adicionar. Pode anotar aí Henrique: Nada de sexo. Nada de se apaixonar por mim.

- Como já falei, será um relacionamento completamente profissional. E eu jamais me apaixonaria por você.

Ela foi até Henrique que lhe mostrou tudo o que havíamos planejado. Fez algumas objeções e adicionou algumas regras também. Antes dela chegar não fazíamos ideia pra quem faríamos a proposta. Nem se daria certo.
Mas foi assim que começou a maior loucura da minha vida.