AMELIE
- Uau! Amo quando você se veste assim pra mim.
- Não me vesti pra você. Sai do meu quarto por favor - falei já me tremendo e sentindo as lágrimas caírem.
- Não se faça de difícil, isso só me provoca mais minha boneca. - falou enquanto me empurrava contra a parede do quarto. - já tranquei a porta. Não adianta gritar, você sabe o que acontece quando grita.
- Por favor, eu não aguento mais.
Não adiantava o quanto eu pedisse ou implorasse. Ele sempre vencia. Ele sempre fazia o que queria e ninguém fazia nada.
Senti o sol forte entrar no quarto, droga! Esqueci as cortinas abertas. Meu coração estava acelerando depois de mais um pesadelo.
Senti um peso sobre a minha cintura, era o braço de Thomas. Tivemos uma noite tão incrível depois que ele veio até o meu quarto.Ele me levou ao céu.- Bom dia, dorminhoco.
- Mais 5 minutinhos - falou escondendo o rosto no meu pescoço.
- Hoje não posso te dar 5 minutinhos ou vamos nos atrasar. Henrique disse que precisamos estar lá às 8h - falei tentando levantar mas ele me puxou de volta.
- Ontem não foi um sonho? - perguntou me abraçando
- Se foi, quero continuar sonhando. - falei depositando um beijo em sua bochecha - vamos lá, precisamos ir.
Fui ao banheiro e fiz minha higienes, quando voltei para o quarto ele já não estava. Coloquei uma roupa mais social. Logo depois ele bateu na minha porta com seu terno preto e uma camisa branca por baixo. Parecia um deus de tão lindo. Seguimos até o consulado. Eu estava nervosa e ele parecia estar mais ainda. Nos chamaram ate uma sala pequena, tinha apenas uma mesa de duas poltronas. Parecia sala de interrogatório. Já tinha ido a uma sala de interrogatório? Não. Não vi em vários filmes.
- Bom dia, sr. e sra. Schneider. - uma mulher baixinha falou assim que entrou.
- Bom dia. - falamos em conjunto.
- Sabem porque estão aqui?
- Sim. - respondi
- Ótimo. Farei algumas perguntas e preciso que sejam verdadeiros. - ela falou nos encarando séria - Fingir um casamento para garantir o visto é crime. Vocês tem ciência disso?
- Sim senhora. Mas não é o nosso caso. - Thomas falou segurando minha mão. - Eu não me importaria em sair do país, desde que ela estivesse comigo. Qualquer lugar do mundo seria perfeita se ela estivesse ao meu lado. Então não cometemos nenhum crime. Não nos casamento pelo visto.
- Está insinuando que não gosta do nosso país? Que tanto faz pra você estar aqui?
- Não! Não é isso. Eu amo o Brasil. Amo o povo daqui, amo a comida, amo poder contribuir com a economia, amo estar aqui. Mas o ponto aqui é o meu casamento. Eu só quero que você entenda os motivos que casei com minha mulher.
- Como vocês se conheceram?
- Eu desmaiei na rua e ele acabou me socorrendo.
- Ela desmaiou em mim. Literalmente ela colocou as mãos em um desconhecido, que por acaso era eu e desmaiou. Daí não resisti. Corri com ela pro hospital e não a larguei mais, não é meu amor?
- Ele se apaixonou primeiro viu, e em minha defesa eu tive uma queda de pressão. - falei rindo.
- Porque ela não se cuidava, não tinha comido nada há quase 24h, mas já resolvemos isso. Agora ela come regradinho. - ele respondeu rindo de volta pra mim.
A assistente fez mais algumas perguntas e depois nos liberou. Não sabíamos se ela estava convencida ou não.
Saímos de lá fomos direto à empresa. Foi a primeira vez que chegamos juntos. Eu sempre ia com Antônio.
Todos nos olhavam e cochichavam enquanto andávamos de mãos dadas. Era uma sensação estranha. Mas eu amava ter aquele homem do meu lado.A medida que os dias foram passando, fomos nos conhecendo mais, nos envolvendo mais, no apaixonando mais.
Não tínhamos passado do que aconteceu no dia que resolvemos tentar. E por mais que eu tentasse ele parecia pisar em ovos, com tanto cuidado. Isso é ótimo, mas eu já estava ficando impaciente.
Me sentia tão à vontade com ele, me sentia confortável, segura. Então estava pronta pra mais.
Thomas me convidou pra passar alguns dias com seus pais que estavam na França e claro que aceitei.
As coisas estavam indo tão bem. Entre nós dois, na faculdade, no trabalho, minha irmã disse que minha avó estava respondendo ao tratamento, sempre lhe fazia depósitos pra ajudar. Finalmente sentia minha vida voltar ao eixo.- Ah, nem acredito que você vieram!! Estava morrendo de saudades. - minha sogra falou assim que desembarcamos.
- Também estava com saudades, mãe! - Thomas respondeu a abraçando.
- E você, como pode estar ainda mais linda? - virou pra mim
- Me pergunto isso todos os dias, mãe. - Thomas respondeu passando a mão pela minha cintura.
- Agora sei pra quem o seu filho puxou tão exagerado. - respondi fazendo-os rir.
Depois seguimos para a mansão dos Schneider. Se a casa de Thomas era um luxo, essa aqui era 3x mais.
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CASAMENTO POR CONTRATO
RomanceEm uma cidade nova, sozinha e sem muito dinheiro, Amelie tenta fugir do passado. Ela é uma moça doce, inteligente e mais forte do que qualquer um pode pensar. Mesmo cheia de traumas, medos e segredos, mantém um sorriso que afasta qualquer tristeza d...