CAPÍTULO 33

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THOMAS

Estávamos no final do 6 mês de casados. Amelie me pediu um tempo e eu respeitei. Nós conversávamos apenas o necessário. Enchi minha agenda com viagens para que ela tivesse toda a privacidade que precisava.
Passei as últimas semanas com meus pais, papai estava respondendo ao tratamento, estava muito melhor. A empresa ia bem, Caroline assumiu um namoro e finalmente me deixou em paz, Henrique descobriu quem tinha feito a denuncia ao consulado: a secretária que perdeu o prazo de renovação do visto e que tinha uma paixão escondida por mim, não aceitou a ideia do meu casamento e quis nos separar de alguma forma. Claro que a demiti. Ele também tinha dado entrada nos papéis do divórcio, só faltava assiná-los.
Quando voltei pra SP, passei na empresa e peguei o documento que ele havia deixado no meu escritório. Fui pra casa logo depois.
Ouvi uma música vindo de dentro assim que estacionei o carro, quando entrei não havia ninguém na sala, fui até a cozinha e lá estava ela. Usava uma camisa minha que ficava incrivelmente sexy no seu corpo enquanto cozinhada. Seu cabelo estava em um coque bagunçado. Estava tudo uma bagunça, ela era a rainha da bagunça. Perdi a noção do tempo enquanto a observava, até que ela girou e me viu.

- Oi, quase me mata de susto - colocou a mão no peito - está aí há muito tempo?

- Acabei de chegar. - falei rindo

- Como foi a viagem? Como estão seus pais?

- Foi muito boa, consegui resolver tudo o que precisava. E meus pais estão ótimos, meu pai está respondendo muito bem o tratamento.

- Que bom, fico feliz.

- Eu vou subir pra tomar um banho, estou bem cansado. Vou te deixar a vontade.

- Espera. - ela falou como um impulso - janta comigo? Aqui tem comida pra um batalhão.

- Será um prazer. Quer ajuda?

- Não, já estou terminando. Pode tomar um banho enquanto isso.

- Tudo bem, desço daqui a pouco.

Estava parecendo um adolescente, como se fosse ao primeiro encontro. E aquele nem era um encontro. Quando entrei no quarto vi minha cama um pouco bagunçada, no banheiro tinha uma escova de cabelo da Amelie. Ela esteve aqui. Me arrumei depressa e logo desci
Quando cheguei na cozinha a mesa estava posta, ela estava sentada distraída no celular mas logo me viu

- Que bom que desceu, já estava caindo de fome.

- Desculpe pela demora.

- Vem, senta aqui.

Me sentei ao seu lado, ela havia feito uma massa com camarões. O cheiro estava exalando, parecia uma delícia. E ela estava tão descontraída, estava rindo, puxando assunto.
Estava torcendo pra que a noite não acabasse, queria aproveitar cada segundo antes de entregar os papéis para ela assinar, mas o relógio estava sendo meu inimigo.

- O que acha de assistirmos um filme? - falei enquanto tirava os pratos da mesa

- Só se você lavar as louças.

- Farei isso agora mesmo, senhora Schneider. - Só depois que vi a cara da Amelie me toquei o que tinha acabado de falar. - desculpa, força do hábito.

- Sem problema. Vou selecionar algumas opções de filmes enquanto você termina aí e depois a gente escolhe junto. - então ela saiu me deixando com meus pensamentos.

Assim que terminei fui até ela que estava sentada no sofá com as pernas cruzadas e olhando pra tv que estava desligada.

- Você trouxe?

- O que?

- Os papéis do divórcio. Henrique me disse que entregaria a você assim que chegasse.

- Sim. Desculpa não ter falado logo, eu sei que você quer acabar com isso o quanto antes - Falei sentindo meus olhos encherem de água - fui egoísta.

Ela levantou e veio andando na minha direção, e pra minha supresa pegou minha mão me puxando para o sofá de volta.

- Vem, senta aqui. Precisamos conversar.

CASAMENTO POR CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora