CAPÍTULO 13

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AMELIE

"A Amelie é só um negócio. Você sabe disso. Não somos nada e não tem a menor possibilidade de surgir algo entre a gente. Ela é gostosa, muito. Mas só isso. É só atração."

As palavras de Thomas me atingiram em cheio. Claro que eu era só um negócio e aquilo não passava de encenação. Mas porque aquilo mexeu tanto comigo? Claro que não sou emocionada e não, não estou apaixonada por ele, mas achei que existia respeito, um mínimo de consideração. Eu não era nada pra ele.
Ele transou com outra mulher no dia do nosso casamento. O que mais faria nesses 6 meses longe da vista de todos?

Assim que ouvi aquelas palavras comecei a ter uma crise de ansiedade. Eu queria correr dali, mas ao mesmo tempo meu corpo não se mexia. O que eu tinha feito com a minha vida? Thomas não era meu amigo. Me senti sozinha de novo. Eu era sozinha.

- Amelie? Está tudo bem?

Eu não conseguia responder, nem me mexer, nem sei de quem era aquela voz. As lágrimas começaram a cair. Droga! A maquiagem

- Sou eu, Cecília. Esposa do Antônio. Lembra de mim? Vem, deixa eu tirar você daqui.

Ela pegou no meu braço e me puxou dali. Me levou até o carro onde Antônio estava e pediu que ele dirigisse. Ela encostou minha cabeça no seu colo e fez carinho

- Tá tudo bem, menina. Tá tudo bem.

Paramos em frente a uma casa de portão branco, era simples mas parecia muito bonita. Meu choro já tinha cessado, sai do carro e acompanhei Cecília. Entramos na casa que estava super bem organizada.

- Também tive uma crise de choro no dia do meu casamento. Eu estava morrendo de medo do que viria depois. Minha irmã me colocou na sua moto e fugiu comigo. - ela riu ao lembrar - imagina aí, uma noiva fugindo numa moto. - então gargalhei junto com ela. - assim que estiver pronta, a gente volta. Pelo menos com você foi de carro.

- Muito obrigada. Nem sei como te agradecer. Eu realmente estou com medo do depois.

- Você é uma boa menina, vai ser muito feliz com o senhor Thomas. O pai dele sempre foi bom pra nós, mas ele é ainda mais.

Fiquei lá por uns 30 minutos encarando a parede cheia de fotos até que Antônio entrou na sala

- O senhor Thomas está te esperando lá fora, está preocupado com você Amelie. Quer vê-lo?

Respirei rindo antes de responder - É Claro. É meu marido. Só preciso ir ao banheiro antes.

Ele me levou até a porta e eu entrei. A maquiagem era mesmo resistente, pois quase não foi impactava pelo meu choro. Peguei um papel e tentei tirar o pouco que estava borrada.
Assim que sai Thomas estava sentado no sofá. Ele levantou e não falou nada.

- Obrigada pela fuga Cecília, agora sei porque Antônio é tão gentil. - eles riram - Vamos, meu amor. - falei como uma verdadeira atriz estendendo a mão a Thomas que parecia perdido.

Ele pegou minha mão e fomos até o carro, entramos e não falamos mais nada. Precisava daquele silêncio.
Quando percebi já estava na frente da casa dele. Da nossa casa.

CASAMENTO POR CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora