Um tempo atrás...
A pulsação de Seungmin latejava contra as cordas grossas que prendiam seus pulsos, lembretes nítidos de sua dura realidade. A sala era uma tela de sombras e monotonia, seus olhos já haviam memorizado há muito tempo cada fresta e fenda da prisão comum em que Chan o deixara.
Um relógio em algum lugar além das paredes marcava os segundos, cada um deles uma eternidade se estendendo diante dele. Não havia nada que pudesse entreter Seungmin de sucumbir ao tédio, apenas coisas comuns de um quarto comum.
Uma mudança repentina no ar alertou Seungmin para uma mudança, um barulho para os passos pesados que se aproximavam da porta. Sua respiração ficou presa na garganta enquanto observava a maçaneta girar com uma precisão lenta que parecia zombar de seu desamparo.
A porta se abriu e por ela entrou uma figura envolta em um capuz e uma máscara que escondiam seu rosto.
O intruso fechou a porta com um clique suave e começou a se movimentar pela sala, procurando alguma coisa. O coração de Seungmin acelerou, mas ele não ousou emitir nenhum som, mal respirando enquanto observava cada movimento do homem.
Sombras dançavam na figura do ladrão enquanto ele vasculhava gavetas e tirava objetos de seus lugares - joias, relógios, qualquer coisa que brilhasse com promessa de valor, ele estaria levando, além de uma pasta que precisa estar repleta de documentos.
Ele enfiou esses tesouros em uma sacola com uma indiferença que sugeria que esse não era seu primeiro saque.
O homem encapuzado movia-se com uma eficiência e um silêncio quase graciosos, mas ainda assim permanecia uma corrente de desespero na maneira como ele examinava a sala em busca de mais tesouros, uma dança silenciosa entre a ganância e o medo.
Enquanto o ladrão continuava sua pilhagem, aproximando-se inconscientemente de onde Seungmin estava tenso e quieto, a mente do jovem prisioneiro zumbia.
Apesar do terror que apertava seu peito, ele não pôde deixar de se perguntar o que aquele homem queria ali, e por que aqueles papéis pareciam tão valiosos.
No entanto, enquanto a mão do homem pairava perto dos pertences descartados, o pensamento desapareceu, substituído por uma única e desesperada esperança de que ele passaria despercebido em seu canto escuro da sala.
A súbita irrupção da porta ecoou como um trovão no silêncio do quarto, e o encapuzado se virou num reflexo afiado. Um segurança corpulento preenchia o vão da porta, com a mão já pousando sobre o coldre à cintura.
Não houve palavras trocadas; o tempo parecia diminuir sua marcha enquanto os dois homens se encaravam, mas então, como predadores em rota de colisão, eles se lançaram um contra o outro.
O ladrão encapuzado, sua agilidade contrastando com a massa muscular do segurança, desviou-se de um soco que teria sido devastador se tivesse o acertado.
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Silent Cry | Chanmin ✔️
RomanceSilent Cry | #1 Em Chanmin Em meio ao neon pulsante de uma boate coreana, um leilão macabro toma conta da noite. Jovens sem teto, despojados de esperança, são vendidos como mercadoria aos mais poderosos criminosos do mundo. Entre os compradores, est...