Seungmin abriu a porta do quarto, revelando uma escuridão habitando o quarto, ele colocou a mão no interruptor e o acendeu. Ele entrou no quarto, observando o caos que havia se instalado lá dentro.
A visão que o saudou o fez recuar, não parecia algo real, não levando em consideração o quão cuidadosos eles costumavam ser com os comodos da casa.
Bang chan estava sentado na cama abraçando seus joelhos, olhando para o nada. As roupas em seu corpo estavam amassadas e sujas, seu cabelo estava uma bagunça, e seus olhos escurecidos com olheiras.
O quarto era um reflexo claro da mente conturbada de Bang chan: lençóis amassados, cortinas fechadas impedindo que a luz desse vida ao lugar.
Seungmin não sabia o que dizer, então por longos momentos ele ficou ali, emoldurado pela porta de madeira, a imagem nítida da desolação de Chan gravada em sua frente como uma memória. Era como se as sombras que antes se agarravam aos cantos da sala tivessem caído sobre Chan, envolvendo-o num abraço opressivo.
Chan não comia, não bebia, apenas estava ali, existindo em seu próprio mundo de sofrimento e angústia; Seungmin sequer sabia a fonte daquilo tudo.
— Chan, o que aconteceu? — A voz de Seungmin perfurou a escuridão. Seus passos eram suaves contra o tapete enquanto ele diminuía a distância entre eles, mas para Chan eles trovejavam como uma tempestade iminente.
Ele tentou se aproximar com cautela, afinal não sabia o que Chan poderia fazer nessa situação; embora ele soubesse que Chan jamais o machucaria.
— Me deixa em paz, vai embora — Chan murmurou, sua voz mal ultrapassando um sussurro. Seungmin parou um momento e mordeu os lábios quando Chan disse — Não quero ver ninguém hoje.
Ele virou a cabeça, negando a Seungmin o menor vislumbre de seu rosto, mas o tremor em suas palavras traiu o tumulto que se contorcia sob sua pele. Ele não queria demonstrar fraqueza, mesmo que já estivesse evidente.
Seungmin hesitou, o apelo pairando no ar fazendo-o pensar, em como deveria agir. A resistência de Chan era forte, mas não inquebrável. Apesar da rejeição, a presença de Seungmin permaneceu ali.
A sombra de Seungmin caiu sobre a cama onde Chan estava deitado. Ele ficou de pé e analisou ao redor, então se abaixou e pegou com as pontas dos dedos uma camisa- a mesma que ele usou na festa de Jake, e que por sinal estava suja de bebida e bolo.
Na porta do quarto ainda imóveis a tudo, estava Ethan com Jake em seu colo, o menino estava silencioso, dessa vez apenas mordia seus próprios dedos para conter os soluços do choro anterior. Mesmo tão pequeno, ele entendia que a situação não era agradável.
Ele ficou quietinho no colo de seu avô, mesmo que quisesse ajudar a animar seu pai. Tudo que ele podia fazer era esperar os adultos resolverem.
Com os braços cruzados, Seungmin estudou a figura de seu namorado bem diante dele: uma pessoa que sempre demonstrava impiedade, sempre um passo a frente de tudo, e que comandava uma das maiores gangues de assassinos de aluguel do país. Agora, não se passava de um menino chorando em seu quarto.
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Silent Cry | Chanmin ✔️
RomanceSilent Cry | #1 Em Chanmin Em meio ao neon pulsante de uma boate coreana, um leilão macabro toma conta da noite. Jovens sem teto, despojados de esperança, são vendidos como mercadoria aos mais poderosos criminosos do mundo. Entre os compradores, est...