Silent Cry | #1 Em Chanmin
Em meio ao neon pulsante de uma boate coreana, um leilão macabro toma conta da noite. Jovens sem teto, despojados de esperança, são vendidos como mercadoria aos mais poderosos criminosos do mundo.
Entre os compradores, est...
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As pálpebras de Seungmin se abriram, revelando a pálida luz da manhã que penetrava pelas frestas das cortinas. Seu sono tinha sido um campo de batalha entre seus sonhos, que o perturbaram a noite toda.
Ele piscou para afastar o borrão em sua visão, sentindo o peso conhecido das pálpebras inchadas, e se perguntou que lágrimas ou terrores o haviam visitado durante a noite.
Ele se mexeu, os lençóis farfalhando contra sua pele, e se virou para Chan, dormindo graciosamente ao seu lado. O outro homem ficou em repouso, a subida e descida do seu peito rítmica e calmante.
O olhar de Seungmin traçou os contornos pacíficos do rosto de Chan, seu coração encontrando uma estranha sensação de calma, apesar da turbulência que havia agitado dentro dele poucas horas antes.
Um impulso gentil guiou a mão de Seungmin em direção ao rosto de Chan; a suavidade contrastava fortemente com a dureza que Seungmin sabia que Chan possuía.
Mas quando as pontas dos dedos roçaram o calor da pele de Chan, a realidade quebrou o momento de serenidade. Os olhos de Chan se abriram, o estado de alerta nítido dentro deles desmentindo a tranquilidade anterior.
Seungmin recuou, seu pulso acelerando quando encontrou o olhar de Chan.
A quietude da sala ficou pesada enquanto a mão de Seungmin permanecia no ar, presa pela súbita consciência nos olhos de Chan. O silêncio da manhã foi interrompido apenas pela cadência suave da voz de Chan, inesperadamente terna.
- Bom dia meu querido. Está pensando em algo? - Suas palavras caíram no espaço silencioso entre eles, serenas e roucas, um som que parecia reverberar pelas próprias paredes.
- N-nao nada - As palavras saíram de Seungmin, desajeitadas e apressadas. Sua própria voz soava estranha para ele.
Com uma rapidez que ele nem sabia que tinha naquelas horas da manhã, Seungmin se levantou da cama, distanciando-se da intensidade do olhar penetrante de Chan.
Seus pés o levaram rapidamente pelas tábuas frias do piso, longe da atração magnética daqueles olhos que pareciam ver através da sua alma.
As mãos de Seungmin tremiam levemente quando ele abriu a porta do banheiro, fechando-a atrás de si com um clique suave.
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