Silent Cry | #1 Em Chanmin
Em meio ao neon pulsante de uma boate coreana, um leilão macabro toma conta da noite. Jovens sem teto, despojados de esperança, são vendidos como mercadoria aos mais poderosos criminosos do mundo.
Entre os compradores, est...
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3 meses depois
Os passos de Seungmin eram calmos, enquanto seus pés o guiavam pelas estradas de cimento que rodeavam aquele parque. Aquele extensão de verde já foi seu refúgio, seu quarto, sua sala de jantar - tudo envolto no abraço aberto e vulnerável da natureza. Agora era apenas um parque; bonito e cheio de vida, felizmente não era mais sua casa.
Ele observou com um sorriso gentil um grupo de crianças passar correndo, suas risadas perfurando o ar como uma melodia alegre. Um jovem casal descansava num cobertor xadrez próximo, perdidos nos olhos um do outro, compartilhando comidas que brilhavam ao sol.
O coração de Seungmin doeu com a visão - alegrias tão simples e cotidianas antes pareciam inalcançáveis para ele. Mesmo agora, namorando um homem tão endinheirado.
Enquanto ele vagava, sua mente desviou-se para Chan. Pensar nele acendeu um calor que se espalhou pelo peito de Seungmin. Bang Chan, com seus sorrisos fáceis e olhos gentis, desmantelou as paredes ao redor do coração de Seungmin, tijolo por tijolo.
Morar juntos foi uma adaptação, mas a cada dia Seungmin encontrava novos motivos para acreditar que, sim, ele poderia ser amado.
O cheiro de grama recém-cortada encheu o ar, trazendo Seungmin de volta ao presente. Ele respirou fundo, permitindo-se aproveitar a tranquilidade ao seu redor.
Sua vida mudou muito em tão pouco tempo - do chão frio e duro para a suavidade de uma cama compartilhada, da solidão para o companheirismo. E agora, enquanto traçava em sua mente os contornos de suas vidas entrelaçadas, ele não pôde deixar de sentir que, talvez, a felicidade o tivesse encontrado, afinal.
Os passos de Seungmin diminuíram quando ele parou na beira de um lago, observando as ondulações dançando na água por causa de uma pedra atirada por um jovem do outro lado. O sol estava baixo, riscando o céu com tons de laranja e rosa.
- Certo ou errado? - ele sussurrou para si mesmo, a pergunta permanecendo como uma leve brisa contra sua pele - Estou fazendo a coisa certa?
Seungmin sabia que seu coração não se importava com a medida de normalidade da sociedade; sua sexualidade não era um segredo que ele guardasse.
No entanto, entrelaçado com Chan, era mais do que apenas uma identidade - era vulnerabilidade, aceitação e algo que parecia perigosamente próximo do amor.
Ele olhou para sua mão, aquela que Chan tantas vezes procurava segurar, mas que sempre recuava com receio.
Chan ofereceu milhões, uma quantia impressionante que pesava na consciência de Seungmin como correntes.
Mas não foi o dinheiro que o manteve amarrado; foram as risadas genuínas que compartilhavam nas horas tranquilas da noite, os olhares ternos quando as palavras eram desnecessárias e a compreensão paciente que floresceu entre eles.
