O brilho da televisão lançava uma dança de sombras no rosto indiferente de Changbin, absorto no universo cinematográfico que proporcionava uma breve pausa na realidade e um escape de seus pensamentos.
Ele estava sozinho em casa, somente com notícias no celular sobre o que havia acontecido, e algumas encomendas de comida na porta.
Os problemas que pesavam em seus ombros diminuíram a cada cena que passava distraindo o Seo do mundo, um raro momento de tranquilidade na existência caótica que levava.
De repente, o ambiente da sala mudou. A porta da frente se abriu, interrompendo a distração de Changbin. Os olhos do Seo se estreitaram, a sensação de paz se despedaçando quando várias silhuetas volumosas surgiram na porta.
Os seguranças, com os rostos marcados pela seriedade, entraram, abrindo-se para revelar a figura que escoltavam entre eles.
Mas nenhum deles era da familia, eram completos estranhos.
O coração de Changbin deu um pulo, não de medo, mas de um ressentimento profundamente enraizado. Quando o reconhecimento surgiu, sua mandíbula se apertou. Era Ethan, seu pai, o homem que se tornou um estranho - não, um adversário - em sua própria casa.
- O que você está fazendo aqui? - A voz de Changbin era um rosnado baixo, palavras impregnadas de desprezo. Ele se levantou - Você sabe que não é bem vindo aqui.
Não havia como negar o veneno em seu tom, um claro reflexo dos anos de turbulência que existiram entre eles
Com uma rapidez feroz, Changbin pegou seu telefone, folheando os contatos até encontrar a única pessoa que precisava saber sobre essa intrusão indesejada.
- Chan - ele falou ao telefone, com urgência em seu comando ao ser atendido, não dando tempo nem do outro responder - Você precisa voltar imediatamente.
Changbin manteve seu olhar fixo no de Ethan, garantindo que a gravidade de sua indesejável presença fosse totalmente compreendida.
Não haveria gentilezas ali, nem o calor de uma reunião familiar - apenas a verdade fria e dura de uma ponte reduzida a cinzas.
Os ombros de Ethan caíram, um forte contraste com a rigidez da postura de Changbin. Seus olhos, aquelas mesmas profundezas insondáveis que outrora guardaram histórias de grandeza, agora pareciam implorar por algo há muito perdido.
- Oi filho... - As palavras escaparam por pouco da garganta de Ethan, sua quietude pairando estranhamente no ar, como um convidado indesejado inseguro sobre seu lugar.
Ele ofereceu um sorriso cansado, mas esperançoso, um reconhecimento silencioso da tensão que existia entre eles.
Com um gesto sutil, mais resignado do que de comando, dispensou a equipe de segurança que o seguia - uma comitiva condizente com um homem da sua estatura passada, agora reduzido a meras testemunhas da sua tentativa de reconciliação.
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Silent Cry | Chanmin ✔️
RomanceSilent Cry | #1 Em Chanmin Em meio ao neon pulsante de uma boate coreana, um leilão macabro toma conta da noite. Jovens sem teto, despojados de esperança, são vendidos como mercadoria aos mais poderosos criminosos do mundo. Entre os compradores, est...