Silent Cry | #1 Em Chanmin
Em meio ao neon pulsante de uma boate coreana, um leilão macabro toma conta da noite. Jovens sem teto, despojados de esperança, são vendidos como mercadoria aos mais poderosos criminosos do mundo.
Entre os compradores, est...
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A revelação pairou no ar entre eles, uma nuvem tóxica que se recusava a se dissipar. Os olhos de Changbin estavam firmes, o peso de sua confissão o ancorando firmemente no lugar, como se a gravidade de o prendesse no lugar.
- Você não entende, Chan - começou Changbin, com a voz baixa e firme, virando o olhar para Jeongin - Nosso pai, estava pronto para te destruir. Eu não poderia deixar isso acontecer.
A resposta de Chan foi um silêncio ensurdecedor; as palavras o abandonaram no exato momento em que ele mais precisava delas. Seu olhar desviou do rosto de Changbin para a figura esparramada e "alegre" na cama, a risada de Seungmin era o único som que mantinha Chan controlado.
- Por que fez isso com ele? - A pergunta finalmente saiu da garganta de Chan quando ele se virou, incapaz de suportar olhar para seu irmão. Seus passos o levaram para o lado de Seungmin, cada passo carregado de descrença - Não era só ter jogado fora?
Seungmin continuou a rir, alheio à tempestade de emoções que o envolvia naquele quarto. Ele ficou ali deitado, felizmente inconsciente da turbulência pela qual seu "noivo" estava passando. Chan estendeu a mão, seus dedos roçando o cabelo de Seungmin com uma ternura que desmentia o caos em seu coração.
Protege-lo, era tudo que o líder mais desejava.
Changbin permaneceu em silêncio, observando com uma expressão que não continha arrependimento, apenas certeza - uma certeza de que o que ele fez foi cruel e desumano, até mesmo para ele, que já havia cometido inúmeros crimes.
A sala estava fria apesar da tarde ensolarada lá fora, um frio que emanava das paredes e se instalava nos ossos de Chan enquanto ele estava ao lado de Seungmin, que estava perdido na alegria induzida pelas drogas que corriam em seu sangue.
A risada de Changbin quebrou a tensão por um momento, o som irritando os nervos de Chan.
- Confesso que eu não pensei muito nisso - admitiu Changbin, sua risada misturada com uma indiferença que fez a pele de Chan arrepiar. Ele entrelaçou os dedos com os de Jeongin, que havia sido uma testemunha silenciosa de toda a cena. Sua presença, até então despercebida, acrescentava outra camada de desconforto - Você vai saber como lidar com isso, afinal, você é um criminoso.
A mão de Chan congelou no meio do movimento no cabelo de Seungmin. Um criminoso, sim, era assim que o chamavam, mas havia limites que nem ele conseguiria ultrapassar.
As palavras de Changbin ecoaram em sua mente como uma provocação, um desafio à sua bússola moral que sempre apontou para longe de prejudicar aqueles que ele amava.
- Changbin... por favor saia daqui - A voz de Chan saiu mais cansada do que irritada, a decepção pesando em cada sílaba. Ele não olhou para o irmão; ele não podia. Ver a face do parentesco que abalou sua confiança seria demais para suportar naquele momento.
Changbin fez uma pausa, talvez sentindo a finalidade no tom de Chan.
- Eu vou, mas fique ciente... não estou arrependido disso - As palavras escaparam de seus lábios, desprovidas de calor, antes de ele se virar, pegando Jeongin pela mão. Eles cruzaram a soleira, sua saída foi marcada pelo clique suave da porta sendo fechada.
