Silent Cry | #1 Em Chanmin
Em meio ao neon pulsante de uma boate coreana, um leilão macabro toma conta da noite. Jovens sem teto, despojados de esperança, são vendidos como mercadoria aos mais poderosos criminosos do mundo.
Entre os compradores, est...
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Os dedos de Seungmin tamborilaram nervosamente na mesa de madeira, seu olhar era fixo nos padrões quadriculados do chão de madeira do restaurante como se eles contivessem respostas para a turbulência que se agitava dentro dele, os questionamentos e perguntas intermináveis que dominavam sua mente.
Sentado em sua frente, estava Jisung observando-o com um olhar curioso, os sons ambientais dos talheres tilintando do restaurante e os murmúrios baixos de conversas envolvendo-os.
— Então... você disse que queria falar comigo — a voz de Jisung cortou o silencio de Seungmin, fazendo com que seus olhos se erguessem lentamente, encontrando seu olhar firme.
Seungmin engoliu em seco, o rosto de Chan se materializou em sua mente, lembrando-o novamente sobre o que havia feito. Ele abriu a boca, o início das palavras estremecendo suas barreiras, mas estas ficaram presas em sua garganta, teimosas e resistentes.
Jisung se inclinou para frente, com os braços cruzados na beirada da mesa, um convite silencioso para Seungmin prosseguir com suas dúvidas.
Os dedos de Seungmin traçaram o copo de água diante dele. O frio do vidro penetrou em seus dedos, fazendo sua pele arrepiar-se. À sua frente, Jisung esperava com um ar de paciência que parecia estranhamente desarmante.
— Eu... — ele começou, a voz vacilante enquanto levava o copo aos lábios. O líquido frio ofereceu um alívio passageiro à secura de sua boca. Ele pousou o copo, um pequeno círculo de umidade marcando seu lugar na mesa — Tem tanta coisa...
A postura de Jisung relaxou em sua cadeira, um contraste com a forma rígida de Seungmin. Ele exibia um sorriso quando se aproximou, empurrando o copo para mais perto de Seungmin com um empurrão suave.
— Deixe-me ajudar — Jisung sugeriu, seu tom suave. Seu sorriso se alargou, enquanto sua mão gentilmente tocou as de Seungmin — Quer saber porque você era o único que estava sendo vendido naquela noite, e provavelmente quer saber o que você se tornou tão especial ao ponto de ser disputado por mim e por Chan?
A respiração de Seungmin se aliviou, e ele assentiu com um aceno de cabeça, se sentindo leve por não precisar explicar o que nem ele mesmo entendia.
— Então.. — Jisung quebrou o silêncio outra vez, sua voz calma enquanto brincava com a alça de seu copo de cerveja. O líquido dourado espirrou suavemente quando ele o ergueu, a espuma ameaçando transbordar — Eu gosto de provocar Chan — ele confessou, uma risada escapando dele antes de tomar um gole, os olhos nunca deixando Seungmin — Então eu queria comprar o garoto dele só para zuar com ele. Mas, de qualquer maneira eu iria te devolver a ele.
Seungmin sentiu uma reviravolta peculiar em seu estômago. A maneira como ele falava, como tantos outros se referiam a ele como um objeto, era torturante. Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda era visto daquela forma?
— Não sou o garoto de Chan, meu nome é Seungmin, por favor se refira a mim com esse nome — ele revirou os olhos, os desviando da atenção de Jisung.
