Sentimos falta de você

301 30 8
                                    

Deixei Jude em casa, esperando pelos profissionais de manutenção do prédio, que iriam instalar as coisas necessárias pra meu novo morador não pular de quatorze andares e saí pra ir ao pet shop mais próximo comprar as coisas do Schördringer. Pesquisei na internet tudo que um gato precisava e fiz uma lista, Jude não parava de me mandar fotos e vídeos do filhote subindo em tudo e destruindo minha casa, enquanto ele ria e dizia o quanto ele é fofo.

Após encher o carrinho com o dobro de coisas existentes na lista, deixei um terço do meu salário como pagamento e voltei para casa. O apartamento estava uma bagunça, havia muita poeira e uma porta que agora impedia que as pessoa saíssem do elevador direto na minha sala, quando passei por ela, encontrei Jude dormindo no chão, a televisão ligada e Schördringer brincando com um pedaço de papel. Larguei as sacolas na mesa e acabei acordando o  homem jogado na sala.

- Já voltou? - Me lançou um olhar sonolento. - Isso tudo é pra um gato só?

- Eu exagerei um pouquinho. - Dei de ombros. - Oi Schördringer. - O gatinho se enroscou na perna da minha calça jeans e me escalou. - Vamos arrumar suas coisas?

- Tem que arrumar um apelido pra ele. - Jude riu e se levantou. - Quer ajuda?

- Por favor. - Assenti e tirei Schördringer de cima de mim. - Preciso colocar as caixas de areia dele na área de serviço antes que ele faça xixi no meu tapete.

- Quando vai levar ele ao veterinário? - Jude começou a abrir as sacolas, checando o que eu havia comprado.

- Acho que amanhã quando sair do trabalho. - Ponderei. - Imagino que ele vai precisar tomar muitas vacinas.

Arrumei as caixas de areia e mostrei ao filhote onde elas estavam, ele pulou dentro de uma imediatamente e fez xixi. Coloquei um comedouro automático, já que passava o dia fora de casa e um bebedouro que ele não conseguiria derrubar mesmo tentando muito.

- Isso tudo de arranhador? - Jude observou.

- Não quero que ele arranhe meus móveis. - Peguei o maior deles, que tinha uma toca como primeiro andar e mais dois como plataformas pra arranhar. - Esse aqui já vem com uma casinha, olha. - Coloquei em um canto da sala. - Os outros são pra colocar na parede.

- Quanto você gastou nessas coisas? - Perguntou, chocado.

- O suficiente. - Não o encarei quando respondi.

- Bem, ele gostou. - Observamos o filhote ir se aninhar dentro da casinha.

- Ele deve sentir frio. - Supus. - Deve estar desnutrido também.

- Você e o Haaland passam duas horinhas sozinhos e já arranjam um filho. - Ele brincou. - Não é mole, não.

- Deixa de gracinha. - Resmunguei. - Vou preparar alguma coisa pra gente comer.

- Eu apoio essa mensagem. - Ele sorriu. - Fiquei sabendo que a história do leilão fez o maior sucesso. - Ele me acompanhou até a cozinha. - Florentino conseguiu o que queria, seja lá o que for.

- Ele é esperto. - Admiti. - Também, já está a tanto tempo no mundo que fosse burro seria sacanagem.

- Não sabia que você podia ser cruel. - Jude soltou uma risada. - Eu gostei.

- Eu não gostei do que ele fez. - Peguei ingredientes no armário pra fazer uma massa de pizza. - Nos pegou desprevenidos e se aproveitou da autoridade que tem.

- Nós poderíamos ter negado. - Jude sentou pra me observar.

- Acredita mesmo nisso? - O encarei por alguns segundos.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora