Yuánfèn - Erling Haaland

Tem cursinho pra isso?

- Então o Jude e a Beca serão os padrinhos. - Astor reafirmou depois que Haaland finalmente os informou sobre o assunto.

- Sim. - Assenti levemente, estava com medo de que algum deles ficasse chateado.

- Bem, não importa. - Ele deu de ombros. - Eu sou tio, esse bebê tem meu sangue.

- Teremos mais quatro, te chamo pra ser padrinho de algum. - Haaland brincou.

- Ainda bem que essa criança veio logo. - Gry suspirou e deu mais um gole em seu vinho tinto. - Eu estava com medo de você largar meu filho idiota de novo.

- Eu nunca larguei ele. - Corrigi.

- É verdade. - Ela revirou os olhos. - Como eu te criei tão burro? - Perguntou ao loiro.

- Eu me perguntei muito isso enquanto tentava fazer a Ellie voltar pra mim. - Ele ponderou. - Não cheguei a uma conclusão exata.

- Ainda bem que você achou essa mulher. - Alf disse. - Iria se acabar aos trinta sem ela.

- Vocês já estão pensando nos nomes? - Gabi perguntou.

- Eu não pensei ainda. - Respondi. - Vou esperar a ultrassom pra saber se é menino ou menina.

- Eu já tenho alguns em mente. - Erling respondeu e eu o encarei, um pouco surpresa. - Eu penso nisso desde que te beijei pela primeira vez.

- Temos o último romântico da terra. - Astor brincou e empurrou algumas vagens para o meu prato disfarçadamente.

Nós estávamos almoçando e devido ao fofoqueiro do meu noivo, toda a família estava empenhada em me fazer comer legumes porque achavam que eu estava vivendo de salgadinho e limão.

- Onde estão as gêmeas? - Questionei, porque até agora somente os filhos de Gabi estavam em casa.

- Aula de karatê. - Alf explicou. - Elas estavam precisando de disciplina.

- Devem chegar em uma hora. - Gry disse. - O comportamento delas melhorou muito em pouco tempo.

- Chega uma idade em que as crianças precisam de mais disciplina mesmo. - Eu concordei com eles. - Nada melhor do que uma arte marcial para ensinar isso.

- Já descobrimos quem vai ser a policial má. - Astor riu. - Sinceramente, eu estava preocupado com isso, porque o Erling é um bobão.

- Bem, ele também vai precisar aprender a ter pulso firme. - Encarei o loiro, que, de repente, achou algo de muito interessante nas vagens em seu prato.

- Tem cursinho pra isso? - Me olhou com a cara de tonto que só ele tem.

- Tem sim. - Alf respondeu. - Se chama paternidade, é vitalício e você já adquiriu o pacote.

- Acho que estou começando a ficar nervoso. - Ele fez uma careta. - E se eu não for um bom pai?

- A Ellie te larga e coloca o Jude no seu lugar. - Gabrielle o provocou.

- Jude já vai estragar essa criança sendo padrinho dela. - A corrigi. - Erling, assim como eu, vai aprender o melhor a fazer a medida em que formos criando nosso filho.

- Isso mesmo. - Gry concordou. - Vai ser um bebê lindo e, vendo a criação da Ellie e conhecendo a família dela, muito bem criado também.

O almoço seguiu tranquilo, muitas conversas sobre a gravidez e provocações ao Haaland por parte dos irmãos. Eu me senti sonolenta após comer e meu noivo percebeu isso, então ele deu um jeito de me tirar do centro das atenções e me levar para o quarto.

- Se sente bem? - Perguntou assim que nos encontramos sozinhos.

- Sim. - Assenti. - Só tenho ficado cansada com mais frequência.

- E isso é normal, não é? - Ele franziu o cenho.

- Sim, amor. - Sorri. - Só preciso de um banho quente e um cochilo.

- Tudo bem. - Ele deu um beijo na minha testa. - Quer que eu prepare a banheira?

- Não. - Neguei prontamente. - Um banho rápido e já vou me deitar, minhas pernas estão doendo.

- Posso fazer uma massagem neles. - Se ofereceu.

- Eu não vou negar. - Já entrando no banheiro.

- Você trouxe algum daqueles seus óleos? - Perguntou.

- Na bolsa. - Respondi antes de me enfiar em baixo do chuveiro.

Meu corpo estava mudando e, embora eu estivesse me achando com minha barriga de grávida, minha autoestima estava um pouco baixa. Eu convivia cercada de homens e não havia nenhuma mulher que entendesse o lado totalmente feminino de estar grávida. Os rapazes tentavam ser gentis, sempre e até demais. Perdi as contas de quantos doces e frutas ganho por dia, sempre perguntam se estou bem e se preciso de algo e eu sou muito grata por isso, mas ainda sinto falta de uma presença feminina.

Sinto falta de Beca e de Jena, sei que se estivesse em Manchester a minha mãe só viveria na minha casa e que teria mais suporte das mulheres da minha vida. Não que Haaland não esteja me dando suporte, ele tem cumprido seu papel de pai muito bem e tem cuidado de mim, mas ele continua sendo um homem e mesmo que queria muito, nunca vai conseguir entender totalmente o que acontece dentro de uma mulher grávida.

Isso nos traz ao fato dele estar me tratando como uma boneca de porcelana bem quando meus hormônios estão prestes a explodir. Ando tão estranha e tão excitada o tempo inteiro, mal posso ve-lo que tenho vontade de voar em seu pescoço, mas pareço ser completamente não excitante para ele.

Terminei meu banho e saí enrolada na toalha, não estava fazendo tanto frio e eu precisava relaxar meu corpo, as roupas estavam começando a me incomodar.

- Estou prestes a me transformar em uma daquelas grávidas que usam cortinas como roupas. - Reclamei enquanto procurava meu desodorante. - As roupas estão começando a ficar apertadas e feias.

- Você é a grávida mais linda desse mundo. - Ele respondeu.

- Devo ser a mais cansada também. - Brinquei. - Essa coisinha vai fazer cinco meses e já está acabando com minha coluna.

- Bem, eu tenho quase dois metros. - Ele riu. - Acho que esse peso é culpa minha.

- Eu deveria ter pensado nisso antes de transar sem camisinha com um gigante. - Suspirei e segui em direção a cama, onde ele já estava deitado.

- Posso me redimir te fazendo uma deliciosa massagem nos pés. - Ele sentou na cama e bateu a mão no lugar onde estava deitado antes. - Apenas relaxe.

- Obrigada. - Prontamente me deitei onde ele pediu. - Amo você, obrigada por isso.

- Obrigada por estar gerando nosso filho e fazendo os órgãos dele todos os dias. - Ele sorriu. - É minha obrigação, amor, cuidar de você.