Você vai me obedecer

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Preparei o jantar com um pouco de comida a mais, não sabia se Haaland iria comer alguma coisa com os rapazes, se o conheço bem, iria ficar meia hora e já estaria batendo na minha porta. Tomei um banho e vesti uma roupa qualquer, jantei e fiquei brincando com Schördringer enquanto esperava  por ele. Uma hora depois ele bateu na porta, o que me lembrou de fazer uma cópia pra lhe entregar.

- Oi. - Ele segurava uma sacola de restaurante nas mãos. - Eu trouxe o jantar.

- Eu já comi. - Abri espaço pra ele entrar e o ouvi soltar um suspiro.

- Demorei um pouco mais, eles não me deixaram sair. - Ele foi até a cozinha e deixou a sacola por lá. - Você está brava comigo e eu estou irritado com você, então vamos nos engalfinhar logo e resolver o problema.

- Você é maluco ou se faz? - Disparei. - Onde já se viu se meter no meio de um atendimento médico?

- Ah, então foi isso. - Ele coçou a nuca. - Eu ainda não sabia o que tinha feito de errado.

- Você não pode fazer essas coisas. - Ralhei. - Eu não entro em campo quando você está fazendo o seu trabalho e tiro a bola dos seus pés.

- Me desculpe. - Disse sem pestanejar, se desculpar nunca foi um problema pra ele. - Eu não percebi o que estava fazendo.

- E não percebeu porquê? - Questionei.

- Aí é que entra a parte onde eu me irritei com você. - Respondeu calmo. - Você ficou de quatro por cima daquele cara. - Eu fiquei muda na hora. - Sei que estava concentrada no seu trabalho, mas não foi uma cena muito legal de se ver.

- É sério isso? - Eu não tinha argumentos, nunca disse que sei admitir as coisas.

- Aquele imbecil agarrou sua cintura e ficou lá te segurando como se pudesse fazer isso. - Ele deu alguns passos na minha direção. - Coisa que ele claramente não pode.

- Eu não percebi. - Me defendi. - E tenho certeza que ele também não.

- Está defendendo outro homem na minha frente? - Em um passo maior ele já estava cara a cara comigo. - Eu tive que assistir a minha mulher de quatro em cima de outro cara. - Eu engoli em seco e me afastei, porque o olhar que ele ostentava eu conhecia muito bem.

- Não estou defendendo ninguém. - Respondi em um tom mais baixo agora. - Estou me defendendo.

- Eu fiquei com ciúmes, assumo. - Eu senti minhas costas encostarem na parede e não tive mais como andar pra trás. - E errei, assumo também. - Ele parou coladinho em mim. - Mas você não pode me culpar por sentir isso, pode?

- Eu posso te culpar por ter me atrapalhado. - O encarei.

- Pode. - Assentiu. - Mas, você sabe que nós temos o nosso jeito de resolver as coisas. - Ele segurou meu rosto com uma mão e começou a massagear a parte de trás da minha cabeça com os dedos. - Eu gosto quando você grita comigo, mas em outras condições.

- Erling.. - Suspirei mesmo sem querer. - Para de tentar me enrolar.

- Você sabe muito bem o que eu quero. - Sussurrou. - Não estou te enrolando.

- Porquê nós sempre acabamos na cama? - Minha voz soou fraca.

- Porquê eu só consigo ficar irritado com você por meia hora. - Respondeu. - Depois se transforma em tesão.

- hnm. - Eu já havia me perdido inteira.

- Sabe, quando te vi naquela posição no meio do campo, me dei conta de que não dei a devida atenção à tatuagem que você fez nas costas. - Ele escorregou a mão pra dentro dos meus cabelos e os segurou com força. - Então porque você não vai até o quarto, tira todas as suas roupas e me espera em cima da cama? - Ele ergueu minha cabeça, me obrigando a lhe olhar. - De quatro.

- Eu.. - Ele puxou meu cabelo com mais força e me prensou contra a parede.

- Você vai me obedecer. - Seu tom de voz soou firme. - Não vai, amor? - Eu assenti. - Responde pra mim.

- Sim, eu vou. - Havia uma briga interna em mim, entre me sentir extremamente excitada por estar obedecendo a ele e ficar irritada com isso.

- Então vai lá e faz o que eu mandei. - Ele largou meu cabelo com certa brutalidade. - Eu só vou checar se as portas estão trancadas.

Como se estivesse em transe, fui para o quarto e comecei a me despir. Dobrei as roupas em cima da cômoda, subi na cama com os pés virados para a cabeceira e me coloquei de quatro, como ele mandou.

Haaland entrou no quarto e eu não tive coragem de olhar pra ele, continuei imóvel e com a cabeça baixa enquanto ele fechava a porta do quarto. Meu cabelo cobria meu rosto, o que amenizava um pouco a minha vergonha, o vi caminhar até a outra ponta do cômodo e arrastar um espelho grande que tenho até que ele ficasse de frente pra mim. Ele checou duas vezes se estava na posição desejada antes de sumir do meu campo de visão. Ouvi o barulho do cinto, depois do tecido sendo deslizado pelo corpo dele, a cada som novo a ansiedade se tornava maior dentro de mim.

Ele não disse nada, eu mal conseguia respirar, ainda me perguntava como passei de brava à submissa com tanta facilidade. Senti o colchão afundar na lateral da cama, ele se aproximou devagar, sua presença se abatendo sobre mim, mas não encostou um dedo.

- Realmente, a tatuagem caiu muito bem. - Senti seus dedos deslizando sobre minha coluna, tão levemente que eram quase imperceptíveis. - Nunca imaginei que você faria uma, sabia?

- Ganhei de presente. - Me atrevi a olhar através do espelho, ele já estava me olhando.

- Hum. - Ele segurou meu quadril com as duas mãos e se inclinou, deixando beijos por toda extensão das minhas costas. - Não consigo dizer o quão sexy você ficou com ela. - Sussurrou quando chegou perto do meu ouvido.

- Obrigada. - Ele soltou uma risadinha com a minha resposta.

- Mas, porquê nas costas? - Voltou a distribuir beijinhos e algumas leves mordidas.

- Pra você apreciar enquanto me fode. - Respondi baixinho e ele parou no meio do caminho do beijo que deixaria na minha pele.

Haaland ergueu o olhar e me encarou através do espelho, os olhos quase pretos com as pupilas dilatadas e um brilho que me daria medo em outras situações. Ele apertou meu quadril e abriu um sorrisinho sacana, fazendo um caminho de volta até minha bunda.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora