Não brinque assim comigo, mi vida

356 36 1
                                    

Eu fiquei pronta as oito, em cima da hora de sair de casa, me perfumei duas vezes e respirei fundo, nervosa como se Haaland fosse estar me esperando no elevador. Ninguém nunca me falou como as vezes pode ficar difícil dizer que se ama alguém, diante de todas as coisas pelas quais ele e eu já passamos, depois de toda mágoa, raiva e decepção que senti, parece que todo sentimento que tenho por ele se multiplicou, eu o quero ainda mais do que queria antes e perceber todas as coisas que ele fez pra me conquistar de volta só aumenta o meu sentindo de urgência em pegar esse homem de volta pra mim.

Usei um vestido que havia comprado para a renovação de votos de casamento que meus tios fizeram pouco tempo antes de eu começar a trabalhar no City. Saí de casa sentindo meu coração batendo loucamente contra meu peito, minha mente me dizia a todo momento que não havia necessidade alguma disso, mas meu corpo parecia não processar a informação muito bem. Sempre foi ele atrás de mim, eu não precisei fazer esforço algum, por mais que tenha passado por diversas situações com ele e por causa dele, eu nunca me humilhei atrás dele, no entanto, ele nunca nem pensou antes de se jogar aos meus pés.

Entreguei meu carro ao manobrista e respirei fundo uma última vez antes de entrar no salão. O lugar era muito bonito, havia uma linda fonte de água na entrada, que dividia os dois caminhos até o estacionamento, que ficava por trás da casa de festas. Segundo Jude, não seria nada grande, apenas os jogadores e os funcionários foram convidados, cada pessoa tinha direito a levar um acompanhante e a imprensa foi totalmente limitada. Era realmente uma recepção pra Haaland, pra finalizar essa coisa toda da chegada dele e o aproximar mais do time, coisa que estava sendo fácil, porque os caras abraçaram ele como se fossem irmãos de longa data.

O ambiente escuro me deixou mais confortável, me passava a impressão de que ninguém estava me olhando, mesmo que isso fosse uma ilusão. O time quase todo já estava presente, menos Haaland e Jude, que provavelmente ainda estavam se arrumando, porque Jude parece uma noiva quando vai sair de casa. Procurei por Sebastian, mas não o encontrei, então me acomodei em uma das mesas vazias e pedi um drink sem álcool, já que estava dirigindo.

- Você tá bonita pra porra. - Me assustei com a presença repentina de Haaland. - E cheirosa também. - Ele inclinou a cabeça pra perto de mim.

- Você também está muito bonito. - Sorri, sentindo meu coração acelerar.

- Vermelho. - Ele passou os olhos pelo meu vestido. - Quer me matar essa noite, não é mesmo?

- Olha, eu não tinha pensado nisso não. - Entrei na brincadeira. - Mas, agora que você falou, não me parece uma má ideia.

- Não brinque assim comigo, mi vida. - Ele sussurrou e o apelido novo me pegou de surpresa.

- Já está aprendendo espanhol? - Não consegui disfarçar que a porra da voz dele em espanhol deu uma mexida no meu psicológico.

- Tô tentando me virar. - Ele piscou pra mim.

- Continua, eu gostei. - Pisquei de volta e ele prendeu a respiração.

- Tudo bem, pode dizer. - Jude chegou e quebrou a tensão entre nós. - Eu estou gato pra caralho.

- Depois de três horas se arrumando, eu esperava mais. - Erling debochou.

- Você tá muito bonito, sim. - Me levantei pra dar um abraço nele. - Parecendo um pinguim de geladeira.

- Nossa, eu achando que você era minha amiga. - Ele me empurrou de lado. - Vou buscar uma bebida.

- Me traz outra? - Pedi e ele me encarou com os olhos semicerrados. - Por favorzinho?

- Olha, vou te contar que as vezes eu me odeio por ser seu amigo. - Ele riu. - Só me faz de trouxa.

Jude foi até o bar e nos deixou sozinhos novamente, Haaland ainda me olhava de cima a baixo.

- Porquê você não se levantou pra me dar um abraço? - Ele perguntou.

- Depois de ontem, ficar perto demais de você tem sido complicado pra mim. - Admiti e vi um sorrisinho surgir no rosto dele.

- Eu juro que não peguei no sono de propósito. - Eu assenti. - Mas, tenho que confessar que estava morrendo de saudades de simplesmente deitar e dormir com você.

- Eu também. - Concordei com ele. - Senti falta de você.

- É bom ouvir isso. - Ele assentiu, mas nossa conversa foi interrompida novamente quando um grupo de jogadores se aproximaram.

- Iniciação do novato. - Vinicius gritou e eles saíram puxando um Haaland confuso e assustado, enquanto eu só sabia rir.

Jude voltou pouco depois apenas pra me entregar minha bebida e foi se juntar aos rapazes. Eu me sentei pra observar a algazarra por um tempo, fiquei feliz em ver ele sorrindo e se enturmando com os rapazes. Erling é muito fechado, muito sério com pessoas que não conhece, o que tornava seu círculo de amizades muito pequeno. Eu não posso julgar ele, pois meu jeito é muito parecido e até mais sério, dou sorte de encontrar pessoas extrovertidas que me adotam e não me deixam afundar nas trevas. Os meninos simplesmente arrancaram a timidez dele e o fizeram de gato e sapato até cansarem, mas todos estavam felizes.
Minha preocupação por ninguém da família dele estar presente nesses momentos tão importantes foi se dissipando aos poucos, ele estava bem, feliz e sendo muito bem recebido por todos. Isso deixava meu coração tranquilo.

A noite foi passando e eu confesso que estava me divertindo, haviam bons drinks, a comida era ótima e eu não estava sendo leiloada.

- Ellie! - Sebastian se aproximou e sentou ao meu lado. - Finalmente consegui falar com você.

- Vocês pareciam bem animados. - Comentei.

- Os caras já estão com mais três champions no bolso por causa do Haaland. - Ele riu. - Por isso estão felizes.

- Fico feliz em ver ele fazendo parte das coisas assim tão rápido. - Observei Haaland rindo e conversando com Lunin e Vinicius. - Ele geralmente é bem fechado.

- Ele se encaixou. - Sebastian disse. - Como se o lugar dele aqui já estivesse reservado.

- Isso diminui boa parte das minhas preocupações. - Nós iríamos continuar no assunto, mas Brahím ocupou o terceiro banco da mesa.

- Oi Ellie. - Ele sorriu timidamente. - Como vai?

- Eu vou bem e você? - Fui simpática, pois percebi que ele é um cara muito sozinho.

- Também. - Ele assentiu. - Sebastian já está te contando nossos segredos?

- Minha boca é um túmulo. - Sebastian riu. - Nada sai de mim.

- Ele conta se eu quiser. - Dei de ombros.

Sebastian iria retrucar, mas uma música animada começou a tocar e as pessoas ao nosso redor comemoraram.

- Eu não sei vocês, mas eu vou dançar. - Sebastian se levantou.

- Vem comigo, Ellie? - Brahím me chamou e eu não vi problema em ir, afinal, todos já estavam fazendo o mesmo.

- Claro. - Aceitei a mão que ele me ofereceu e seguimos para a pista de dança.

(...)

A Ellie é uma gostosona, por isso que o Haaland não larga o osso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A Ellie é uma gostosona, por isso que o Haaland não larga o osso.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora