Começando a nossa família

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- Amor, eu sei que ainda não nos casamos, mas eu gostaria muito que você se mudasse pra cá. - Haaland disse enquanto colocava um pacote de salgadinho apimentado na minha frente.

- Tentando me comprar com salgadinhos? - Aceitei de bom grado a comida.

- Talvez. - Maneou a cabeça e sorriu. - É só que agora eu vou precisar cuidar melhor de você e fica difícil quando moramos longe.

- Acho que você tem razão. - Uma expressão de surpresa tomou conta do rosto dele. - Sei que Jude é meu vizinho e que posso recorrer a ele, mas, você é o pai.

- Eu sou o pai. - Ele repetiu, como se ainda fosse um fato inacreditável. - Caramba, dizer isso é bom demais.

- Vou marcar outra ultrassom, para ouvirmos o coração e vermos nosso bebê. - Ele concordou imediatamente.

- Obrigado por ter me esperado pra fazer isso. - E lá estavam os olhos azuis cheios de lágrimas novamente.

- Eu achei que era a coisa certa. - Dei de ombros. - Seria injusto ter essa experiência sozinha já que o filho é nosso.

- Então, você vem morar comigo? - Eu assenti. - Esse bebê já está me ajudando muito. - Brincou.

- Nós sempre tivemos esse plano. - Ponderei. - Algumas coisas trocaram de ordem, mas tudo ainda está dentro do planejado.

- Melhor do que nunca. - Disse, animado. - O que vamos fazer sobre o nosso casamento?

- Como assim? - Não entendi muito bem.

- Eu estava pensando em uma festa enorme, com tudo que temos direito. - Ele gesticulou enquanto falava. - Você quer isso?

- Você me conhece. - Fiz uma leve careta e ele soltou uma risadinha. - Mas, pensando em tudo que já passamos, acho que merecemos uma festa legal.

- Misericórdia, esse bebê está mexendo com a sua cabeça. - Se espantou.

- O que acha de esperarmos o bebê nascer pra que o nosso filho ou filha possa participar do nosso casamento? - Propus e vi os olhos dele brilhando.

- Eu acho uma ótima ideia. - Ele estava genuinamente animado. - Mas, nós podemos nos casar no cartório antes. - Completou. - Fazemos a festa depois.

- É um bom plano. - Concordei.

- Estou realizando tantas coisas ao mesmo tempo. - Parou para pensar. - Tive medo de não conseguir trazer você de volta pra mim. - Disse baixinho. - E agora tudo que venho sonhando desde que nos conhecemos está se realizando praticamente ao mesmo tempo.

- Você é muito fofo. - Talvez fossem os hormônios tomando conta de mim, mas tudo que Erling fazia ou dizia estava me deixando emocionada.

- Eu sou um homem completamente feliz e realizado aos vinte e três anos. - Concluiu. - Nem todos tem a mesma sorte.

- Vamos mesmo convidar o Jude para ser padrinho, não é? - Só queria saber se ele estava de acordo com a escolha que eu já havia feito. - Ele foi muito importante nesses primeiros momentos.

- E vai continuar sendo durante o resto da vids dessa criança. - Ele concordou, com um sorrisinho no rosto. - Eu bem vi ele chorando quando você me contou.

- Ele tem um coração enorme. - Comentei. - É a melhor pessoa que poderíamos escolher.

- Mas vamos deixar ele passar nervoso um pouquinho, tá bom? - Pediu. - Só pra eu me divertir.

- Não seja tão maldoso. - Tentei lhe dar uma bronca, mas acabei rindo da carinha que ele fez. - Ele passou o maior nervoso junto comigo, teve que guardar segredo.

- Ele teve que guardar dois segredos. - Haaland riu ainda mais. - Sabia que eu iria te pedir em casamento.

- Coitado. - Eu ri também, mas senti ainda mais pena, porquê o fiz passar pelo maior nervosismo sem saber que Haaland estava fazendo o mesmo do outro lado.

- Jude é meu melhor amigo desde sempre. - O loiro disse. - Mesmo tendo Jack e Phil, não os conheço a tanto tempo assim. - Eu apenas assenti enquanto ele falava. - Eu sei que ele vai fazer de tudo pelo meu filho ou filha.

- Vai sim. - Concordei plenamente. - Um padrinho incrível.

Nós passamos muito tempo conversando sobre os planos para nosso futuro, conseguimos decidir a médica que me acompanharia e marcamos a ultrassom para o final de semana. Erling não quis esperar meu contrato de aluguel acabar, porque isso implicaria mais alguns meses morando separados, disse que tomaria conta de tudo e que eu não precisava me preocupar nem com as minhas malas, coisa que eu achei muito boa e apenas deixei que ele assumisse as rédeas da coisa.

- Estou animado. - Ele veio se deitar em cima de mim, como sempre fazia. - Será que minha cabeça é pesada demais? - Me olhou antes.

- Claro que não. - Eu ri e ele finalmente se deitou.

- Ainda não consigo sentir mexendo, não é? - Encostou o ouvido na minha barriga.

- Eu acho que não. - Ponderei. - Estou com três meses, talvez dê pra sentir melhor no mês que vem.

- Eu errei muito nessa vida, mas acho que acertei pra caramba em algo. - Comentou. - Porque Deus me abençoaria tanto se eu não merecesse?

- Você merece. - Acariciei seu cabelo. - Acho que Deus sabe que você vai ser um pai incrível e alguma criança especial precisa ter a sorte de ser filho seu.

- Acha mesmo isso? - Levantou o olhar para mim.

- Tenho certeza. - Assenti. - A maioria das mulheres morre de medo quando descobre a gravidez. - Continuei. - Eu não tive insegurança nenhuma em relação a você, sempre soube qual seria sua reação.

- Obrigado. - Ele beijou minha barriga. - Você é o amor da minha vida e está gerando o outro amor da minha vida.

- Você não tem que me agradecer. - Eu ri. - Fizemos esse bebê juntos.

- Três meses. - Ele repetiu. - Fizemos esse bebê na noite em que voltamos.

- Eu não tinha parado pra pensar nisso. - Soltei uma risadinha. - Bem, ao menos não o fizemos em dois minutos.

- Ei! - Ele ralhou. - Nunca fizemos nada em menos de meia hora, tá bom? - Fingiu estar bravo. - Me respeita.

- Eu amo você. - Ele piscou algumas vezes quando eu falei. - Acho que um amor tão grande só poderia transbordar em algo maior.

- Para, amor. - Ele baixou a cabeça novamente. - Eu já chorei pra caramba nessas últimas horas, você vai acabar com a minha masculinidade.

- Nina já me mandou mensagens, se oferecendo pra ajudar com a montagem do quarto. - Mudei de assunto.

- Nada disso. - Negou imediatamente. - Ela pode até participar, mas nós vamos fazer isso juntos, cada coisinha.

- Eu não esperava outra coisa de você. - O abracei. - Mas não seja tão ciumento.

- É da minha família que estamos falando. - Ele deu outro beijinho na minha barriga. - Eu já me peguei imaginando esses momentos com você, são pensamentos e desejos se concretizando bem na minha frente.

- Eu me lembro de quando você me disse que não queria acordar ao lado de uma família que não fosse formada comigo. - Ele assentiu. - Bem, estamos começando a nossa.

- Começando a nossa família. - Ele me abraçou com um pouquinho mais de força. - Mal posso esperar pra ver meu filho se desenvolvendo, acompanhar cada fase.

- Vai ser lindo. - Meu peito se aqueceu de tanto amor. - Estamos no caminho certo, amor.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora