Você não vai ficar com aquele cara

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Vincent retornou pouco tempo depois com dois drinks incrivelmente coloridos nas mãos, ele escorregou um copo até mim e puxou o banco que estava na minha frente até parar ao meu lado, sentando logo em seguida. 

- Você não é muito fã de futebol, não é? - Perguntei e ele deu um gole na bebida antes de responder.

- Não entendo nada. - Admitiu. - O que me entregou?

- Sua apatia à presença de inúmeros jogadores. - Observei o salão cheio de pessoas ricas e famosas.

- Eu prefiro corridas. - Deu de ombros. - É mais emocionante.

- Eu conseguiria deduzir isso pelo modelo do seu carro. - Ele sorriu.

- Você entende de carros? - Neguei veementemente.

- Entendo de Skyline. - Expliquei melhor.

- Acabou de ficar ainda mais bonita. - Ele brincou. - Quer dançar?

- Eu não sei dançar. - Tentei negar o convite.

- Eu te guio. - Ele se levantou e não me deu tempo pra reclamar, me puxou pela mão e me levou até a pista de dança, que já estava cheia.

- Eu vou pisar nos seus pés. - Avisei quando ele encaixou a mão na minha cintura, aproximando nossos corpos. - Estou usando um salto ponta fina.

- Apenas deixe que eu dite o ritmo. - Disse baixinho, pois nossos rostos já estavam bem próximos. - Vem comigo.

Eu acatei o que ele disse, permiti que guiasse meu corpo pelo salão, Vincent é cuidadoso, mas tem mãos firmes, não me deixava cambalear como uma barata tonta. Ele me girou algumas vezes pelo salão, me fazendo soltar risadas de medo e surpresa, ele estava conseguindo me fazer esquecer da presença de Haaland até o momento em que meus olhos encontraram os dele novamente e o loiro sorriu. Ele sabia que o sorriso dele acabava comigo, eu mesma já havia dito isso em uma das inúmeras vezes em que simplesmente parei no tempo pra observa-lo sorrir.

Se eu o conheço bem, Haaland deve estar espumando por dentro ao me ver dançando tão intimamente com outro homem. Ele surtava por muito menos quando se tratava de Alvaréz, que, por sinal, eu ainda não havia visto na festa. Vincent me girou mais uma vez e eu perdi o loiro de vista, voltando a prestar atenção no meu encontro. Detesto perceber que o amo a cada vez que nossos olhares se cruzam, porque parece que me perco na imensidão daqueles olhos azuis e esqueço tudo ao meu redor. Não me lembro ao certo de quando deixei que ele estabelecesse tanto domínio sobre mim.

Depois de um tempo na pista de dança, meus pés latejavam e eu precisava respirar um pouco. Voltamos para nossa mesa, encontrando Jude, Sebastian e Alvaréz por lá. Eles estavam bebendo e conversando animadamente, nenhum sinal de Haaland, o que me deixou mais tranquila.

- Porque só estou vendo vocês agora? - Perguntei, indo cumprimentar Alvaréz com um abraço.

- Eu custei pra conseguir fugir da moça que me comprou no leilão. - Sebastian reclamou.

- A minha compradora é legal. - Jude deu de ombros. - Me largou assim que entramos aqui.

- Vincent, esse é o Alvaréz, um amigo do antigo trabalho. - Os apresentei e Alvarez sorriu, apertando a mão dele.

- Parece que nós dois a perdemos no leilão. - Vincent brincou.

- Não tive tempo de cobrir a oferta do Haaland. - Julián estalou a língua.

- A Ellie é um item raro. - Jude brincou. - O item mais caro da noite.

- Continua, eu tô amando. - O encarei e o sorriso dele murchou.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora