Sou louca por você, mi vida

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Me diverti na pista de dança, Brahím era um cara simples e animado, mas um pouco retraído, talvez porque também era novo na equipe. Em algum momento Sebastian se afastou de nós e eu não percebi, haviam tantas pessoas ao nosso redor que eu não imaginei que fosse um problema dançar com Brahím até que meu olhar encontrou o do loiro, que não tinha uma cara nada boa. Ele virou as costas quando percebeu que havia conseguido minha atenção e saiu em direção ao gramado da área externa, senti que deveria ir atrás, então pedi licença.

- Eu preciso ir ao banheiro. - Falei com Brahim.

- Claro. - Ele sorriu e continuou na pista com as outras pessoas.

Ele estava parado na frente da fonte de água, de braços cruzados, olhando pra baixo. Se eu não tivesse certeza que ele estava bravo comigo, teria feito alguma gracinha sobre o quão sexy o achei, mas fiquei na minha e me aproximei em silêncio.

- Você está bem? - Me atrevi a perguntar quando ele levantou o olhar, me analisando dos pés até a cabeça.

- Eu deveria? - O tom de voz foi curto e grosso, eu não gostei.

- Bem, essa festa é toda pra você, acho que deveria sim. - Eu precisava descobrir como consegui irritar tanto ele.

- Eu só queria que você tivesse me dado atenção essa noite. - Ele ralhou. - Mas você ficou mais tempo com o Brahím do que comigo.

- Mas eu estava com você. - Retruquei.

- Você não estava nada comigo. - Agora ele estava mais emburrado do que bravo.

- Eu estava com você até os rapazes saírem te arrastando. - Justifiquei. - Não iria me intrometer no seu momento e simplesmente te tirar de lá.

- E quando é que chega meu momento com você, Ellie? - Ele disparou. - Porque, ao que parece, você é bem receptiva com todo mundo aqui.

- O que você queria que eu fizesse? - Respirei fundo, tentando manter a calma. - As coisas estão se resolvendo entre nós, você não vê?

- Não, eu não vejo. - Respondeu na hora. - O que eu vejo é você jogando o anzol, me atraindo e depois puxando a linha, me deixando com uma migalha de isca na boca.

- Está me culpando por ter ficado um pouco arredia com você? - Ele pareceu me olhar de verdade pela primeira vez desde que entramos no banheiro. - Olha, eu tô tentando, tá bom? - E era verdade.

- O que te falta, Ellie? - Ele se aproximou. - Me diz e eu te dou, eu faço, o que está faltando?

- Nada, Erling. - Fui sincera. - Não está faltando nada.

- Meu Deus do céu, Ellie. - Ele passou a mão no cabelo. - Eu não sei mais o que fazer.

- Eu não quero que você faça mais nada, não precisa. - Ele me olhou um pouco desesperado. - Eu amo você, porra. - Haaland deu alguns passos pra trás. - E eu saí de casa super nervosa hoje porquê assumi que te quero de volta pra mim. - Quando comecei a falar, tudo desembestou e saiu de uma vez. - E eu estava querendo te dizer isso a noite toda, mas não tive uma oportunidade porque é a sua noite, eu não queria roubar a atenção.

- Você pode roubar minha atenção sempre, toda hora, todo momento. - Ele sorriu e voltou a se aproximar. - A minha noite teria sido mil vezes melhor se você tivesse me tirado do meio deles e me dito tudo isso.

- Eu só estava nervosa e..

- Ai, amor, cala a boca. - Ele me segurou pela cintura. - Você demorou demais.

- Me desculpa. - Respondi baixinho, por conta da proximidade do rosto dele.

- No seu tempo. - Erling sorriu e acabou com a distância restante entre nós.

Meu corpo se entregou completamente, enrosquei os braços no pescoço dele enquanto os seus me aproximavam mais. Ficar na ponta dos pés de salto era um pouco complicado pra mim, talvez ele tenha percebido minha falta de equilíbrio, pois segurou meu quadril e me pôs sentada em cima da borda de mármore da fonte.

- Gosto muito das fendas dos seus vestidos. - Ele sussurrou enquanto encaixava a mão na minha coxa. - Facilitam meu trabalho.

Não respondi, segurei seu rosto com as duas mãos e o beijei de novo, não queria conversar, já havíamos conversado demais. Arfei quando ele apertou minha perna, sabia onde iríamos parar se continuássemos e eu não iria transar em público, na frente de uma casa de festas, em cima de uma fonte. Não sou a Kim Kardashian.

- Calma. - Espalmei as mãos no peito dele. - Estamos quase no meio da rua.

- Sim, é verdade. - Ele riu, mas continuou me segurando com força.

- Erling. - Ele piscou devagar e se afastou. - Obrigada.

- Volta pra casa comigo hoje? - Perguntou.

- Eu vim de carro. - Desci e ajeitei meu vestido.

- Bem, eu posso ir pra lá também. - Deu de ombros. - Mas não quero que você fique envergonhada por Jude ouvir seus gemidos.

- Eu vou pra sua casa. - Me aproximei dele pra arrumar seu paletó. - Não é justo atrapalhar o sono do Jude.

- A gente pode ir agora? - Ele avançou na minha direção, mas eu não deixei.

- Sua festa ainda não acabou.

- Minha festa vai ser em outro lugar. - Ele riu.

- Temos tempo. - Fiquei na ponta dos pés e lhe dei um selinho. - Eu sou sua, mi vida, temos a vida toda.

- Mi vida. - Ele repetiu. - Soa bonito quando você diz.

- Fica melhor na sua boca. - Assenti e pisquei pra ele.

- Saia de perto de mim antes que eu te jogue no meu porta malas. - Ele me deu outro selinho. - E nós não vamos ficar até o final.

- Você que manda. - Me afastei, esperando ele se recompor pra voltarmos a entrar no salão.

- Se eu mandasse mesmo, estaríamos a caminho da minha casa agora. - Ele passou a mão na calça de alfaiataria.

- Não seja tão resmungão. - Segurei a mão dele.

- Eu amo você. - Ele me puxou pra perto novamente. - Você não faz ideia de como estou aliviado agora.

- Eu também estou. - Fui sincera. - Sou louca por você, mi vida.

- Pode repetir isso mais vezes? - Ele segurou meu rosto levemente. - Assim, umas três vezes no dia?

- Deixa de exagero. - Sorri antes dele me beijar. - Tudo bem, mantenha sua boca longe da minha até chegarmos na sua casa.

- Na nossa casa. - Ele me corrigiu. - Tudo que é meu também é seu.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora