Eu tenho um palpite

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Tudo bem, eu estou uma pilha de nervos. É noite de jogo contra o City e eu não sei como ser profissional nessa situação, só quero surtar e sair correndo pela rua com um balde na cabeça. Além de toda a minha loucura, estou tendo que lidar com a do meu namorado também, que, diga-se de passagem, está muito pior do que eu. É apenas o quinto jogo dele pelo Real Madrid e já precisaria enfrentar a equipe que o fez ser quem ele é hoje, a situação não estava fácil.

- Se eu não marcar as pessoas vão dizer que fiz de propósito. - Ele disse enquanto dirigia até o centro de treinamento. - Se eu marcar, vão dar um jeito de falar mal de mim também.

- Eu brigo na internet se precisar. - Tentei deixar ele mais tranquilo. - Te defendo, mi vida.

- Você é perfeita. - Ele sorriu. - Eu estou falando demais, me desculpe.

- Ficar nervoso é completamente normal. - Fingi não estar preocupada. - Principalmente nessa situação.

- Os caras sabem como eu jogo. - Disse, preocupado. - Guardiola me ensinou muito do que eu sei hoje.

- Ninguém está esperando que você faça quatro gols no City, amor. - Coloquei a mão na coxa dele e apertei de leve. - Eu nem teria te relacionado no time principal no lugar do Ancelotti.

- Eu adoraria ficar no banco hoje. - Disse algo que eu nunca esperava ouvir, o que me mostrou que ele estava realmente muito nervoso.

- Você vai dar o seu melhor e apenas isso. - Pontuei. - Vai se esforçar pra marcar como faz em todos os jogos, esse é o seu trabalho, guarde o seu coração e seus sentimentos somente para mim. - Ele me olhou com um sorrisinho no rosto. - Entre lá e seja o robô que os comentaristas de futebol dizem que você é.

- Eu te amo. - Disse depois de um tempo. - Fique em um lugar visível, quando eu precisar me acalmar, vou olhar pra você.

- Pode deixar. - Também sorri pra ele e seguimos o caminho com uma energia mais leve.

O clima do lado de fora do Santiago Bernabeu era um pandemônio, como é em absolutamente todos os jogos do Real Madrid em casa, não importando o adversário. Ancelotti não permitiu que os jogadores concedessem entrevistas antes do jogo, mandou que todos seguissem o mais rápido possível para o vestiário.

- Ellie, você fica perto de mim no campo. - Me disse antes de entrar no vestiário. - Você conhece bem nossos adversários.

- O senhor sabe que eu não posso sair falando assim, não é? - Ele apenas riu.

- Vai lá. - Apontou com a cabeça para o caminho que levava ao campo. - Chego em alguns minutos.

Eu estava quase chegando ao campo quando ouvi uma algazarra enorme atrás de mim, me virei e dei de cara com parte do elenco do City. A parte que eu era mais próxima.

- Ellie! - Alvaréz foi o primeiro a me ver. - Oi! - Ele se afastou do pessoal e veio até mim.

- Oi Julián. - Sorri e lhe abracei quando ele chegou perto o suficiente. - Tudo bem?

- Claro. - Ele assentiu, com um sorriso no rosto.

- Doutora! - Grealish me abraçou também.

- Não faz tanto tempo assim que nos vimos, mas, oi. - Foden também se aproximou. - Como vai, Ellie?

- Muito bem. - Eu lhe dei um abraço também. - Vocês parecem bem também.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora