Nós éramos vizinhos

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Erling Braut Haaland

Estamos indo ver a minha família, finalmente conseguimos uma folga e vamos passar a semana na casa dos meus pais. Gabrielle arrumou as malas no momento que soube da nossa ida, disse que já havia comprado inúmeros presentes para o bebê e que estava surtando por não poder estar acompanhando a gravidez.

Ellie está super animada, mas eu a fiz ir no médico para garantir que poderia mesmo voar. Talvez eu esteja sendo um pouco chato e esteja pegando no pé dela, mas quando a Ellie aceitou ficar comigo, foi a primeira vez que tive algo tão importante em mãos e agora que ela está esperando nosso primeiro filho, esse sentimento simplesmente se multiplicou. Agora enxergo o mundo como um lugar perigoso demais para minhas duas preciosidades e isso está me deixando louco.

- Se você me perguntar isso novamente eu juro que desisto dessa viagem. - Ela ralhou quando perguntei pela quinta vez se ela havia posto as meias que foram recomendadas.

- Tá bom. - Segurei minha língua e observei ela de perfil, se arrumando de frente para o espelho. A barriguinha já estava aparecendo e eu sentia vontade de sair correndo pelado na rua de tanta alegria. - Quer levar alguma coisa pra comer?

- Ainda tem salgadinho? - Meus olhos reviraram automaticamente, porque ultimamente era só isso que ela queria comer.

- Tem maçãs. - Respondi.

- Me dá enjoo só de pensar. - Ela resmungou.

- Você não pode viver de salgadinhos, mi vida. - Suspirei. - Nosso bebê vai nascer com a cor de um cheetos.

- Compramos um sanduíche no aeroporto. - Ela terminou de se arrumar. - Juro que estou tentando comer melhor, mas tenho sentido muito enjoo.

- Tá tudo bem. - Me aproximei e a puxei pra perto. - Vamos passar por isso.

- Sim. - Ela me abraçou. - Eu te amo, me desculpe se estou sendo grossa.

- Bem, para te justificar, eu tenho sido um chato. - Comentei e ouvi uma risadinha em concordância.

- Será que o Schördringer vai ficar bem com o Jude? - Me soltou e foi buscar sua bolsa.

- Difícil vai ser trazer ele de volta pra casa quando chegarmos. - Brinquei.

- Você já está pronto? - Assenti. - Tem que se orgulhar de mim, estou levando apenas uma mala.

- É verdade. - Concordei. - Estamos evoluindo.

- Não se alegra muito. - Ela riu. - Estou preferindo usar suas roupas do que as minhas.

- Eu não me importo. - Peguei as duas malas que iríamos levar e segui com ela até o exterior da casa. - Te acho linda e sexy quando usa minhas roupas.

- Sexy, é? - Provocou enquanto fechava a porta. - Não parece.

- O quê? - Me virei imediatamente.

- Desde que soubemos da gravidez você não encosta em mim. - Seu olhar estava baixo enquanto falava isso.

- Amor. - Me aproximei. - Eu te acho incrivelmente sexy o tempo inteiro. - Ela me encarou com os olhinhos tristes e eu me senti um grande idiota. - Eu só tenho medo de machucar o nosso filho.

Yuánfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora