Brian desconfiava que Nicolas já deveria saber de algo que aconteceu quando ele tinha 28 anos, mas esperava que o pai tocasse no assunto, mas isso nunca aconteceu.
Sete anos atrás
Francisco estava terminando os papeis para uma reunião que haveria no outro dia na imobiliária, já fazia alguns dias que ele, Carmelina e os gêmeos tinham regressado a Coréia, em alguns dias seria o aniversário dos gêmeos e a família já estava indo para a mansão Mascal a pedido dos gêmeos. Carmelina chega no escritório perto do final do expediente, Antônia a recepcionista de Jeon estava trabalhando para Francisco já que com a chegada dele Jeon preferiu ficar com os netos e a pequena Tabata, filha de Sebastian, Carmelina fica a conversar com Antônia, elas já se conheciam a algum tempo, ela sabia que a garota tinha 25 anos e tinha mãe coreana e pai brasileiro, também sabe que o pai dela foi morto pela linha de seu padrasto, que a assumiu como filha, agora sua linha era caída e ela a única herdeira, mas teria que se casar para poder ter os ativos de sua linha, no momento estava fazendo faculdade de Artes, para assim assumir a gerencia da galeria de artes de Ana Corel na França, mas somente as matriarcas sabiam disso. Carmelina entrou no escritório e Antônia continuou seu trabalho, levou alguns papéis para o escritório de Brian, ele nunca olhava para ela, sempre de fones de ouvido focado no trabalho, então sempre que entrava lá tinha um postite com as instruções a ela, ele via com o olhar periférico quando pegava o postite e deixava os papéis de pasta vermelha e outra de pasta preta, foi a primeira vez que ele agiu de forma estranha.
—Como tem acesso a isso? -Brian retirou o fone de ouvido, pegou a mão de Antônia com uma mão e com a outra continuava a digitar e a olhar para a tela do computador, ele sentiu que ela tremeu com o aperto da mão dele, assim ele parou tudo e olhou para ela, fazia meses que trabalhava no lugar de seu pai, ele nunca deu nem um bom dia a ela e agora perguntava isso?
—Pode me soltar senhor Lainerier?
—Me responda.
—As pastas vieram pela senhora Carmelina e só estou fazendo meu trabalho e um favor, assim como está escrito aqui. -A garota levanta a pasta preta e na pasta vermelha tinha um postite amarelo escrito, "♥Querida Nia, sei que não é seu trabalho, mas pode fazer o favor de dar as pastas a B. Lainerier? ♥Obrigada minha fofinha, te espero na sexta-feira, não esqueça de trazer o convite que mandei por Gael. ♥"
—Pode sair.
—Para isso precisa me soltar, senhor Lainerier. -Brian a solta, ela sai irritada batendo a porta, isso foi escutado no escritório de Francisco, Brian fica irritado e vai até Antônia a segurando no corredor, quando Francisco e Carmelina chegam ela estava irritada, com lagrimas nos olhos, Brian a segurando pelo braço quando ela segurava o pulso vermelho. Brian nunca imaginou que tinha a machucado, ela simplesmente tremeu, não demostrou dor.
—A solte agora Brian Lainerier! -Quando ele a soltou Antônia se sentou no chão, segurando o pulso tremendo, Brian não entendeu, mas Francisco e Carmelina a conheciam bem, sabiam seu trauma. Carmelina retira seu chale e se ajoelha na frente de Antônia, ele usa o chale para cobrir as pernas de Antônia que tremia. —Me escute querida, você não está em Moçambique não é mais escrava, não está em um lugar perigoso.
—Não... A voz....
—Querida... Que voz?
—Os paços... é do sapato de coro de crocodilo...
—Já entendi, não ele não está mais vivo, se acalme Antônia, está na Coréia não em Moçambique.
—Ele... senti eu senti...
—O que sentiu?
—Aquela mão gelada que me segurava era ele..., era ele 'Niguer'..., ele vai voltar, vai matar ele de novo e de novo... ele nunca nasce vivo...
—Francisco vamos levá-la, para os Mascal.
Brian a pega no colo, sabia que ele de certa forma foi culpado, ela se debatia nos braços dele, Carmelina segurou a cabeça dela assim ela parou.
—Olha pra mim Antônia, sou eu Lainerier.
—Brian...