Brigas de casal na mira da linha inimiga (3)

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Brian foi até a varanda e pegou um cigarro com cheiro de cereja, ele tragava com raiva, Francisco sabia por que estar assim, ele mesmo se perguntou o "Porquê ter pena de uma mulher que nem era da família?" mas ela era como uma irmã para Carmelina, e assim sendo era como sua cunhada e a aceitou assim, mas Brian era diferente.

—Vamos embora.

—Sim, mas o que pensa.

—Queria me ver sentimental?

—Não, mas vi, não se preocupe, ela não vai aparecer nas atas.

—Por que acredita que me preocupo com isso?

—Se for pra ata, vai se sentir parte da história e você não faz parte.

—Então por que tudo isso?

—Se eu precisar de ajuda terei você, sim é por egoísmo e não ligo.

Chegando na mansão Mascal todos jantaram menos Brian e Antônia, durante a madrugada Ana tinha pedido o afastamento dos seguranças, sabia que incomodava tanto Carmelina quanto Antônia, Brian foi para a cozinha, estava fazendo algo para comer, ele olhou para a porta e viu Antônia chegando, estava de fones de ouvido e cantando uma música que só entendia ser em português, ele não parou de fazer a comida, mas viu ela indo para o refrigerador, retirando leite, banana, pegando um prato um garfo e fazendo algo que já tinha visto a pequena Bianca fazer, agora sabia com quem aprendeu, era a tal batida de banana, como não queria fazer barulho fez tudo manualmente, mas se impressionava como não tinha o visto ainda, até perceber que ela estava fazendo tudo de olhos fechados, como se tivesse memorizado como as coisas são na mansão, até para do nada, ela do nada escutou que tinha alguém mais ali quando a música que escutava parou, ela deu um grito, Brian foi até ela tapando a boca dela.

—Cala a boca vai acordar o vô Roberto garota! -Ele a viu abrindo os olhos e batendo na sua mão, assim ele a soltou. —Você gosta de um escândalo né?

—O que?

—Garota barulhenta.

—Não encosta mais em mim, sei que foi você o causador dos meus ataques de pânico hoje!

—Desculpe.

—Pelo que pede desculpas? Isso se sabe?

—Por isso, ainda dói?

—Meu pulso, não tanto, a tia Ana me deu remédio estou bem, obrigado pela preocupação.

Ela toma o conteúdo do copo guarda as coisas e lava a louça, vai até a rua e acende um cigarro, ele a vê olhando para o pulso, arruma seu prato e vai comer na área externa. Ele sabia que ela o observava e não era nem discreta, ele riu de nervoso, era acostumado a isso, mas não na casa Mascal, ela viu que ele tinha servido café, mas não levou, ela deixou o cigarro no cinzeiro e entrou, voltou trazendo dois cafés, ela deu o dele e se sentou tomado outro.

—Não tem veneno?

—Não, foi você mesmo que serviu.

—Porque faz aquilo.

—Do que fala?

—Porque faz as coisas de olhos fechados.

—Aprendi a memorizar locais quando era criança e nunca entendi por que, você é daqui então não tem por que não saber, sou de linha caída, meu padrasto infringiu a lei mundial e matou uma matriarca que não tem voz em linha, assim dando direito ao adversário de linha a ter vingança, e na negociação meu padrasto me vendeu como escrava, sendo que nem tenho o sangue dele..., com isso sofri como Carmelina, mas ela teve sorte, pode ter suas filhas com ela, eu nem ao menos pude velos. Minha mãe antes de morrer mandou um "SOS" para a família do meu pai biológico, por um acaso Francisco estava no Brasil e reconheceu o emblema de linha, e leu no lugar dos meus familiares, assim avisando Jeon e me tirando do cativeiro, devo cada dia da minha vida a essa família, e fazer as coisas de olhos fechados, é um hábito que adquiri no cativeiro, era um lugar escuro sem luz a não ser do sol, e estar em um lugar com vários cadáveres não é a visão mais linda do mundo.

—Necrotério?

—Não, me trancavam em um lugar que parecia mais um porão, onde deixavam os cadáveres já arrumados para sepultamento, ou até serem levados as covas, as vezes demorava uns três dias para tirá-los, mas eram minhas companhias, os únicos que não vi foram os meus. -O cigarro do cinzeiro já tinha se acabado, Brian viu que ela ficava olhando para o cinzeiro, pegou a carteira do bolso, acendeu um dos seus e deu a ela, primeiro sorriso que deu sem ser cantando foi aquele, ela tragou e parecia ter sentido o gosto. —Esse gosto...

—Que gosto.

—Esse...

—Não sei do que fala. -Ela se levanta e beija Brian sem aviso, ele agora sentia o gosto de cereja vindo do beijo dela, mas não sabia que Roberto estava na cozinha e começou a escutar desde que a viu saindo com as duas xicaras de café.

—Sentiu?

—Cereja.

—Não comi cereja.

—Não comi cereja

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The sudden decisionOnde histórias criam vida. Descubra agora