Era agora que Nicole tinha a confirmação, de como esta linha era fraca e desorganizada. Fazia bastante calor no outro dia, Gomes chegou quando o sol estava indo embora e percebeu que Luana não estava.
—Cadê a Psula?
—Ela está na outra sala sedada senhor.
—Está bem, podem se retirar quero ficar a sós com ela.
Nicole percebeu os olhares lascivos de Gomes ao corpo dela, ele pegou um balde de água e jogou em Nicole. Assim a roupa desenhava cada curva de seu corpo, ela entendeu o que ele queria fazer, a deixar constrangida para assim implorar, mas com ela isso não ia funcionar, Nicole pensava "—Tortura de iniciante com ela?" Nunca que iria mesmo funcionar já que isso era normal para um treinamento da linha de matriarcas da linha Corel, isso só a ajudou a se refrescar do dia quente. Gomes estava esperando-a falar algo, mas ela só ria de forma sarcástica para ele, ele não estava entendendo o que estava se passando, nunca viu uma mulher agir assim a um sequestro, cadê o choro, os gritos de clemencia, cadê o "—Faço o que quiser, mas me solta?".
—Parece que não é uma garota normal.
—Se eu não for?
—Quer dizer algo, diga.
—Por que pensa que quero gastar saliva, falando com um inútil de linha mal estabelecida que nem a sua?
—Tem veneno na boca criança.
—Tenho? Desculpa ele jorra sozinho quando estou perto de gente inútil.
—Gosta desta palavra.
—Qual?
—Inútil.
—Gosto, já que descreve muita gente, posso usar insignificante também.
Nicole olhava para as janelas bem altas do galpão, e viu que já tinha anoitecido, assim se ia mais um dia, e o tempo limite dos resgates Mascal estava se esgotando. Gomes saiu e voltou com uma garrafa de Vodka, se sentou e começou a olhar para ela enquanto tomava a garrafa, ali ela sabia que poderia receber os danos que precisava, um homem bêbado era mais fácil de ser controlado, o problema agora era, qual era o limite alcoólico dele? Na família e linha Mascal, Corel, Valtelhas e Bonelle, eles eram ensinados a beber e a tolerar uma certa quantidade, mas essa linha era estranha, nunca fez pesquisa de campo sobre eles e assim só poderia contar com a sorte.
—Pobrezinho, deve ter sido humilhado pelo velho de ontem.
—O que?
—Sua cara de bosta.
—Garota cala a boca.
—Viu estou certa, o inútil teve uma má noite por ser incompetente dentro da linha, sendo que o que está fazendo é algo simples e fácil de mais, já tive trabalhos assim.
—Teve?
—Sim e fiz todos com sucesso desde os meus 10 anos de idade.
—Quer se gabar?
—Não posso?
—Claro que não.
—Que pena nunca tive um trabalho falho nem na minha linha e nem com as vertentes.
—Bom pra você.
—Sabe gente inútil não sabe fazer planos e nem seguir planos de terceiros, só faz merda quando tem que pensar sozinho.