Fim do túnel

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Cheguei na beira do mar e já sentia que algo estava diferente, a água estava mais  fria que o normal, a água que antes estava flat agora estava storm com ondas um pouco bravas, estava pronto para entrar na água quando meu pai me agarrou e me puxou pelo braço.

— Você esta tentando se matar por acaso? Não está vendo que o mar está bravio?!

— Por minha causa, pai, tudo por conta da minha burrice. — Falava já com lágrimas nos olhos.

— E ainda assim quer entrar lá, sabendo dos perigos? — Assenti. — Filhote, tudo tem seu tempo, em breve eles se acalmam. — Me abraçou afagando meus cabelos.

— Eu quero fazer isso pai, preciso fazer isso! — Falava entre soluços no abraço do meu pai.

— Você precisa se aclamar Jungkook, agir por impulso só dá ruim.

— Só me deixa ir. — Senti minhas pernas fraquejar e cai no chão ainda abraçado ao meu pai. — Eu não queria magoar ele, pai.

— Eu sei que não, mas agora ele não vai querer te ouvir, e vocês podem brigar ainda mais.

— Eu vou com ele Heyok. — A voz de Hoseok se fez presente atrás de mim.

— Não Hobi, eu vou sozinho, não vou arriscar sua vida por um erro meu.

— Tô cagando para o que você está falando, se eles querem fazer algo, vai fazer com você, se quiser ir, vai ser comigo, se não, pode pegar a prancha e voltar para a faculdade ou para casa!

— Ele está certo, só vai acompanhado ou casa!

Me dei como derrotado, não tinha escolha, ou ia com o Hoseok, ou voltava para casa, e voltar não estava nos meus planos, vi o Hoseok pegar um caiaque e colocar na água entrando nele, peguei minha prancha e entrei na água, senti como se umas correntes elétricas estivessem passando nos meus pés me arrepiando por completo, coloquei a prancha na água e subi nela.

— Vamos até aquele ponto, que fica entre o recife de corais e as rochas, onde tem rocha deve ter sereia, né? — Falei triste.

— Não gosto de te ver assim Kook, a última vez que te vi para baixo assim foi quando terminou com o Tae.

— Vou tentar ficar bem conforme desenvolver essa situação.

— Ei, estou aqui com você, tá? — Fui até o caiaque e me sentei na prancha para abraçar ele e chorei mais uma vez e uma onda forte atingiu nós dois.

Num ato de desespero fui até o Hoseok para ajudar ele a virar o caiaque.

— Cacete, eu disse para não se arriscar por mim!

— Você é meu amigo, meu dongsaeng, acha mesmo que eu não iria fazer nada para te ajudar? E ficar de braços cruzados vendo você ir praticamente para o suicídio?

— Deveria, nunca quis tanto aquele Hoseok medroso de quase um mês atrás, que não queria nem entrar na água calma por nada nesse mundo, e agora tá nesse mar bravio comigo.

— Ele continua aqui, morrendo e medo, mas tirando coragem do cu para ficar com você aqui.

— Puxa a prancha ali por favor. — Pedi e ele usou o remo para puxar. — Agora volta para a areia, deixa eu resolver isso sozinho, já sou adulto, posso fazer isso sem um ajudante!

— Cala essa boca! — Bateu com o remo na minha cabeça. — Daqui eu só saio quando vocês se resolverem. — Cruzou os braços.

Revirei os olhos e voltei para cima da prancha e foi só eu sentar direito e mais uma onda me atingiu e afastou o caiaque com o Hoseok, tentei voltar para a superfície, mas foi em vão, eu via o caiaque se afastar ainda mais não só em direção à areia como a distância que eu estava, podia facilmente sentir a areia do fundo da água.

My Passion Lives In The SeaOnde histórias criam vida. Descubra agora