Cap. 4

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"A luz do seu sorriso pela noite é demais..."
   Acordei com a minha mãe me gritando. Levantei, tomei banho, escovei os dentes e fui escolher uma roupa. Peguei uma calça jeans rasgada, meu vans rosa e uma regata branca. Prendi o cabelo em um coque mal feito, peguei meus documentos, celular, fone, joguei tudo dentro da bolsa e desci. O Julio já tinha colocado minhas malas no carro. No caminho até o aeroporto fui abraçada com a minha mãe que não parava de chorar, toda vez é assim.
Chegamos e fui fazer meu check-in. Terminei de fazer e voltei pra me despedir. Abracei eles e fui pro avião. Assim que entrei, coloquei meus fones e antes do avião decolar, eu já tinha dormido. Acordei com a aeromoça falando que já tinhamos chegado.
Peguei minha mala e assim que me virei esbarrei em uma garota. Ela era linda, branca, cabelo preto e olhos que pareciam mais duas jabuticabas. Pedi desculpas e fui embora. Logo vi meu pai, a Renata e o Lucas. Sai correndo pra abraçá-los. Fomos pra casa e no caminho meu pai ficou me perguntando de como estavam as coisas em São Paulo. Chegamos em casa e assim que entrei dei de cara com ela: Keith Kavang, mais conhecida como Kit Kat. Ela é minha melhor amiga, nos conhecemos desde...sempre. Crescemos juntas e quando ela tinha 15 anos se mudou pra Nova York.
- Mari: Kit Kat, que saudades.
- Kit Kat: Mm's, falsa como sempre.- começamos a rir.
Ela me chama de Mm's porque, dizendo ela, sou marrenta, então, Mari Marrenta. Meu pai levou minha mala pro meu quarto e eu subi com a Kit Kat. Ela tem o cabelo curto e os olhos verdes. Ela está com seus 17 anos, carinha de anjo mas quem conhece sabe que ela não é nada disso. Quando ela tinha 11 anos, ela pulava o muro da escola pra jogar bola com os meninos na rua.
- Kit Kat: Nossa, mas o Lucas ta gato em!
- Mari: Pega pra você Kit Kat.
Liguei pra minha mãe avisando que já tinha chegado e que tava tudo bem. A Renata nos chamou pra almoçar, ela tinha feito macarronada e eu amo macarronada. Assim que terminamos, ajudei a Renata a arrumar a cozinha e a Kit Kat foi embora. Voltei pro meu quarto e fui arrumar minhas roupas. Quando abri a mala, surpresa: não era minha mala!! Que ótimo, alguém tinha a mala igual a minha e nós trocamos. Olhei na etiqueta e tinha o número de uma tal de Blair.
- Blair: Alô.
- Mari: Alô, Blair?
- Blair: Sim, quem é?
- Mari: É a Mari. Eu peguei sua mala achando que era a minha...
- Blair: Ah sim. Será que você pode vir aqui em casa pra gente destrocar?
- Mari: Claro.
Ela me passou o endereço e então desliguei. Desci com a mala e dei de cara com quem eu queria.
- Lucas: Uai maninha, já vai voltar?
- Mari: Não idiota, eu troquei de mala com uma garota. Me leva na casa dela por favor?
- Lucas: Ok.
Fomos em direção ao endereço que a Blair me passou. Quando chegamos ao endereço a casa era linda e enorme. Desci do carro e apertei a campanhia. Depois de alguns minutos sai uma garota, acho que é a Blair. Na hora reconheci ela, era a garota que eu esbarrei no aeroporto.
- Mari: Oi, é...você é a Blair?
- Blair: Sou sim, você deve ser a Mari.
- Mari: Isso. Vou pegar sua mala.- voltei ao carro e peguei a mala.
- Blair: Entra, sua mala tá la na sala.
O Lucas tinha que resolver uns problemas, me deu um beijo na testa e foi embora. A Blair entrou e eu fui atrás. A casa era muito bonita: a entrada dá na sala, onde tem outra entrada pra cozinha, tem uma escada e um banheiro na parte debaixo.
- Mari: Linda casa.
- Blair: Ah, obrigada.- disse sorridente- aceita um copo de água?
- Mari: Aceito.
Ela saiu e eu continuei me encantando com a casa. Assim que ela voltou, nos sentamos no sofá e fomos nos "conhecer melhor".
- Mari: Então, me fale sobre você.
- Blair: Bom, meu nome é Blair Monteiro Saverin, sou de Goiânia e tenho 18 anos. Tenho uma irmã de 15 anos que se chama Dália. Quando eu tinha 8 anos minha mãe foi embora e depois disso meu pai se enfiou na bebida e se esqueceu de nós. Minha vó morreu à um mês de diabete crônica. Sei andar de moto. Antes de vir pro Rio trabalhava em uma padaria como atendente. Não sou muito de brincadeiras. Preciso terminar o último ano do ensino médio aqui. Minha tia, de parte de mãe, é cabelereira. Não sei direito no que meu pai trabalha. Pra falar a verdade, não sei praticamente nada dele. Uma vez perguntei se ele tinha namorada e ele engasgou, chorei de rir da cara dele. Ele é ciumento, tanto que achou que o Diego, meu melhor amigo, era meu namorado. Amo lasanha. Nunca tinha viajado de avião e nem pra muitas cidades, só pra Caldas Novas. Não sei absolutamente nada sobre minha mãe, só que ela morava nessa casa. Só vim pra cá porque minha vó pediu e porque achava que meu pai queria distância de mim e da Dália. Eu cuido da minha irmã como ninguém, e apesar das mechas rosas no cabelo, ela é muito responsável. Minha paixão é andar de moto. Meu pai que pagou minha carteira de motorista e me deu uma moto usada. Evito me apaixonar por medo de me magoar. E eu não conheço nada nem ninguém daqui.
- Mari: Nossa, meus sentimentos pela sua vó. E agora me conhece.
- Blair: Obrigada. Agora me conta sobre você.
- Mari: Meu nome é Mariana Borges Nogueira, mais conhecida como Mari. Sou daqui do Rio, tenho 17 anos. Meus pais se separaram quando eu tinha 5 anos, então me mudei pra São Paulo com a minha mãe. Ela se casou de novo e até que me dou bem com meu padrasto. Meu pai se casou de novo também e minha madrasta é minha segunda mãe, ela tem um filho de 18 anos e eu amo ele. Meus pais são empresários. Já viajei algumas vezes e meu pai, sempre que dá, programa uma viajem pro exterior. Trabalhava em São Paulo como caixa em um restaurante. Terminei o ensino médio e quero cursar faculdade de designer. Amo desenhar, tocar violão e andar de moto. Pretendo tirar carteira pra carro e moto. Também não sou de me apaixonar por medo, eu costumo falar que construi a "muralha da China" em volta do meu coração. E eu amei te conhecer.
Conversamos mais e estava muito calor, então chamei ela pra ir em uma sorveteria ótima daqui. Liguei pro Lucas e ele falou que já tava vindo buscar a gente. Ele chegou rápido, quando a Blair entrou no carro, ele ficou babando. Chegamos a sorveteria e enquanto nós duas escolhiamos uma mesa, o Lucas foi pegar os sorvetes. A Blair pediu de chocolate e eu de baunilha. Ficamos conversando que nem vimos a hora passar, quando olhamos já era 18:30. Levamos a Blair pra casa dela, peguei minha mala e combinamos de sair de novo.
- Lucas: Nossa maninha, você só arruma amiga gata.
- Mari: Que isso em gavião, já tá de olho?
- Lucas: Lógico.
- Mari: Boa sorte, dúvido você conseguir essa.
O Lucas é muito garanhão, ao contrário de mim. Sim, se surpreendão, tenho 17 anos e nunca beijei. Chegamos em casa e eu fui arrumar minha coisas. Quando terminei de tirar tudo da mala, caiu minha correntinha preferida. Ela tem um coração e dentro tem uma foto minha quando eu tinha quatro anos, junto com meus pais. Coloquei ela na minha penteadeira e desci. Meu pai saiu com a Renata e o Lucas falou que uns amigos dele estavam chegando pra eles sairem. Eu odeio ficar em casa sozinha, tenho muito medo. Ainda tinha macarronada, esquentei e sentei com o Lucas na sala.
- Mari: Maninho vai me deixar sozinha mesmo?- falei fazendo biquinho.
- Lucas: Agora é maninho né?- mostrei língua pra ele e voltei a comer.
Logo os amigos dele chegaram. Ele me deu um beijo na testa e saiu. Eu me sintia protegida com aquele beijo, o Lucas sempre me protegeu e me escutou, mesmo eu não sendo irmã dele. Eu amo ele, mesmo ele sendo idiota. Peguei meu celular e chamei a Kit Kat pra vir pra cá, mas ela também ia pra festa. Ela tinha que casar com meu irmão, porque nunca vi gostar tanto de festa. Resolvi ir deitar. Tomei banho, vesti uma calça de moletom e uma blusa do mickey. Cai na cama e logo durmi.

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