"Meu amor, ainda sou todo seu..."
*Mari on
Acordei no outro dia com uma bela dor nas costas. A Keith ainda dormia, então aproveitei pra fazer minhas higienes e ir comer alguma coisa. Não achei nada de "interessante" na lanchonete, só dei de cara com a pessoa mais detestável desse mundo.
- Gustavo: Oi Mariana...
- Mari: Oi e tchau. - quando me virei pra sair, ele puxou meu braço. - Não encosta em mim.
- Gustavo: Por favor, me escuta.
- Mari: O que você quer falar? Que a culpa da minha mãe estar morta é minha?!
- Gustavo: É mais ou menos isso...não...quer dizer...a gente pode conversar?
- Mari: Não.
- Gustavo: Mariana, por favor, me escuta. Eu sei que errei, okay? Mas como que você vai poder me perdoar se...
- Mari: Eu não vou te perdoar. Isso que você fez não tem perdão Gustavo. - respira e não pira Mari.
- Gustavo: E por que você perdoou a Keith?
- Mari: Porque...porque... Droga! Eu te dou cinco minutos Gustavo. Cinco!
- Gustavo: Obrigado. - fiquei conversando com ele por quase uma hora. "Mas não era cinco minutos tia Mari?" Mas fazer o que né, eu sou trouxa demais.
- Mari: Ta Gustavo, você me contou a sua história toda. Mas eu já confiei uma vez em você e o que aconteceu? Isso aí, levei chifre. Você foi o primeiro pra quem eu realmente entreguei meu coração, eu tinha prometido pra mim mesma nunca me apaixonar, mas me deixei levar por suas palavras e me ferrei. Quem garante que eu não vou me dar mau de novo?
- Gustavo: Eu te dou minha palavra.
- Mari: Palavras são vazias e com o tempo ficam sem valor.
- Gustavo: Me dá só mais essa oportunidade, eu faço o que for preciso. - sabe aquele momento que você conta até um milhão e se odeia por saber que vai acreditar e perdoar a pessoa?
- Mari: Okay Gustavo, eu te perdôo. Mas se você me decepcionar novamente, eu te garanto que faço estrogonofe de Gustavo. - ele deu uma risada tão gostosa, que foi impossível não rir junto.
- Gustavo: Tudo bem. É...posso? - ele abriu os braços pra um...abraço?
- Mari: Hum...é...acho que sim.
Nos abraçamos e eu vi que gostava dele. Não como gosto do Lucas, eu senti que podia ajudar ele de algum jeito, eu podia ser aquele ombro amigo quando ele precisasse. Me despedi dele e voltei pro quarto da Keith. A família tava toda reunida e a Keith já tinha acordado.
- Mari: Amoraaaaa.
- Keith: Jujubaaaaa.
- Lucas: Malucaaas.
- Mari: Enjoado.
- Katerine: Que apelidos são esses?
- Keith: Só falei o que veio na cabeça.
- Mari: Eu também.
- João: Lucas você não tinha um recado pra Mari?
- Lucas: Ah é. A rosinha te ligou e falou que não é pra você esquecer.
- Keith: Quem é "rosinha"? E o que você não pode esquecer?
- Mari: É uma amiga minha de Vegas e ela me chamou pra ir ao shopping hoje, ta bom mãe? - nessa hora bateu uma bad e acho que todo mundo percebeu, minha mãe sempre me fazia esse tipo de pergunta quando eu ia sair.
- Victor: Filha, vamos pra casa? Tem tanto tempo que não ficamos um pouco juntos.
- Mari: Okay. - me despedi de todo mundo e fui pra casa com meu pai.
No caminho passamos no supermercado e compramos nosso Kit depressão. "Tia Mari, o que é isso?" Isso é uma coisinha que eu inventei com meu pai, nós compramos muito chocolate, lenço de papel, mais chocolate, locamos filmes para fazer chorar, e pra não ficar taaaão deprê, jogamos video-game.
Chegamos em casa era 11:00 horas, eu tava morrendo de fome. Meu pai foi pra cozinha fazer omelete e eu fui pro sofá. Deitei e abracei uma almofada, comecei a lembrar de todos os momentos com a mamãe e em poucos segundos já estava quase dando desidratação de tanto chorar. Meu pai chegou com nossos omeletes e se sentou comigo no sofá.
- Victor: Vamos comer?
- Mari: To sem fome.
- Victor: Vamos pro hospital agora, você tá muito mal. - pai e seu dom de me fazer sorrir.
- Mari: Ta, vamos comer o omelete do chef Victor.
- Victor: Que tem como ingrediente principal muito amor.
- Mari: Ai meu Deus, que fofo.
Almoçamos em silêncio. Terminamos e eu fui lavar vasilha. Do que eu lembrei? Isso aí, eu e minha mãe lavavamos vasilhas juntas. Era a maior farra, ela me sujava de sabão, eu jogava água nela e a gente cantava uma musiquinha: Lava lava lava, esfrega esfrega esfrega! Gostoso pra xu xu xua xua.
Sabe quando você sente que tem alguém te observando? Pois é. Virei e vi meu pai encostado no batente da porta me olhando.
- Victor: Você é a cara dela. Em todos os sentidos, rsrs.
- Mari: É... - falo e abaixo a cabeça. Meu pai vem e me abraça, um abraço bem desajeitado, no estilo Victor.
- Victor: Deixa isso aí, depois a gente lava. Vamos ver algum filme?
- Mari: Vamos.
Deitei no sofá e meu pai pegou colchão, travesseiro e coberta pra gente. Deitamos no chão e colocamos Querido John, eu definitivamente não posso ver esse filme. Comi chocolate até sair "pelo nariz", como diria minha vó. Ah sim, meus avós, nunca falei deles pra vocês porque eles morreram eu era pequena, então não tive uma convivência muito longa com eles. "Como eles morreram?" Eu não sei ao certo, mas minha mãe falou que eles já eram bem de idade e tinham algumas doenças. E meus avós de parte de pai, não aprovavam o casamento do meu pai com a minha mãe, então sumiram e eu nunca vi.
O filme acabou e junto com ele se foi três barras de chocolate e metade da caixinha de lenço de papel. "Você e seu pai comeram as barras de chocolate?" Não, só eu mesmo. Então meu pai veio com a temida frase...
- Victor: Quer conversar? - não pai, eu só quero chorar.
- Mari: Pode ser.
- Victor: O que eu acho mais parecido em vocês duas são os olhos. Não só a cor, mas o que eles dizem... Deu pra entender?
- Mari: É...deu.
- Victor: É, não sou muito bom com palavras, então eu quero ouvir você.
- Mari: Ta. - respirei fundo e soltei tudo o que vinha guardando dentro de mim. - Quando eu tinha 6 anos, eu comecei a chorar bem na hora de dormir, falando que queria vir pra cá, que queria o senhor. A mamãe colocou o Julio pra ir no meu quarto com a luz desligada e fingir que era o senhor. Eu acreditei e depois disso só ele me colocava pra dormir. Eu descobri que não era o senhor porque um dia eu encostei a mão no rosto dele e vi que não tinha barba, e assim, meu pai não tira a barba toda nunca na vida, sempre deixa aqueles cabelinhos irritantes pra ficar passando na gente e fazendo cócegas. Mas eu gostava, e ainda gosto, muito do Julio, então não importei dele me colocar pra dormir. - fiz uma pausa e fui me lembrando de todas as outras histórias. - O senhor lembra quando eu fui arrancar meu primeiro dente e a mamãe se vestiu de dentista?
- Victor: Lembro, rsrs. - ele fez uma cara de...dor...saudade...uma mistura de sentimentos.
- Mari: Quando eu fiz 15 anos, a mamãe me fez uma promessa...
- Victor: Qual?
- Mari: Que ela estaria comigo sempre e pra sempre. Mas por minha culpa ela não vai cumprir essa promessa. - não aguentei mais e então eu disparei a chorar.
- Victor: Hey hey, a culpa não foi sua. Tira isso da sua cabeça. - deitou minha cabeça em seu colo e começou a fazer cafuné em mim.
- Mari: No dia do acidente ela tava tão feliz porque ia "voltar" com o senhor. A última coisa que ela falou pra mim foi "filha, eu te amo, não esquece nunca disso, a culpa não foi sua". Eu sinto tanta falta dela papai, as vezes eu penso que tudo não passou de um pesadelo e que eu vou acordar com ela abrindo a janela do meu quarto, ou que ela vai entrar gritando no meu quarto porque eu to atrasada, ou que ela simplesmente vai estar na cozinha fazendo seu delicioso estrogonofe. Eu...eu...queria a mamãe de volta.
- Victor: Eu também filha. Eu também. - senti uma lágrima pingar no meu rosto e então vi que meu pai também estava chorando.
Me levantei e abracei meu pai, não sabia quem chorava mais.X
Depois da super sessão depressão com meu pai, fui me arrumar pra ir no shopping com a Briana. Tomei banho, vesti um short jeans cós alto, cropped preto e all star branco. Minha cara tava mais inchada que tudo, dei uma disfarçada com base, pó e rímel.
14:00 horas em ponto a Briana tava me gritando da sala. Peguei meu capacete, minhas chaves (de casa e da moto), meu celular e minha bolsa.
Chegamos no shopping e a Briana ficou fazendo drama, falando que eu corro demais, que quase morreu do coração, que não anda mais comigo na moto e blá blá blá. Fomos andar um pouco e encontramos o Bryan e a Monica, mas não estávamos afim de ficar de candelabro. Depois de uma hora batendo perna, a rosinha decidiu dar uma "mudada no visual". Ela foi pro salão e eu pra praça de alimentação. Comprei um milk-shake e sentei na cadeira do salão. Terminei de tomar e nada da Briana. Bati meu recorde no subwaysurfs, futriquei todas as minhas redes sociais, acabei com a bateira do meu celular, li três revistas, dormi...e só então a Briana ficou pronta. O que ela fez? NADA! O cabelo dela continua rosa, só que agora com umas pequenas mechas pretas e um pouco, pouco meeesmo, mais curto.
Ficamos mais um tempo no shopping (traduzindo: praça de alimentação e parquinho). Voltamos pra casa já era umas 21:00 horas. Hoje to muito cansada pra ir pro hospital, eu preciso de uma noite na minha cama. Fui no quarto do Lucas e ele disse que a tia Katerine e o tio João vão dormir lá hoje. Fiquei um pouco com ele e então fui dormir.
Fui pro meu quarto, vesti uma calça de moletom, uma camiseta do Lucas que tava no meu guarda-roupa e capotei, hoje meu dia foi bem cansativo.&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
Oi oi meus amorecos, tudo bom?! Só passei pra dar um oi, agradecer pelos comentários, pelos votos e pelas visualizações. Vou contar também uma ideia que tive: eu pensei em só publicar a segunda parte do livro quando estiver totalmente escrita, aí eu aviso quando começar a postar, sairia um cap por semana. O que vocês acham? Dêem sugestões, please. Espero que estejam gostando da história.Beijos, Ester. <3

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Meu Lugar
AcakMariana é uma jovem de 17 anos. Sempre sonhou com seu futuro e com sua independência. Seus pais se separaram quando ela tinha 5 anos, e então ela se mudou pra São Paulo com sua mãe. Garota sonhadora mas sempre com os pés no chão. Ama desenhar e pre...