"E vou calar a boca de quem não acreditar no meu amor..."
*Mari on
Acordei era umas 7:00 horas e só então me toquei que dormi na casa do Pietro. Se o Lucas já tava grilado comigo, quero nem ver quando eu chegar. Peguei meu salto do lado da cama e sai procurando o pessoal, como não achei ninguém fui pra casa andando mesmo.
Cheguei lá e fui direto pro banheiro, eu necessitava de um banho. Fiquei no chuveiro por uns trinta minutos, sai e vesti uma calça de moletom e uma regata. Fui arrumar alguma coisa pra comer e então encontrei meu pai na cozinha.
- Victor: Bom dia festeira.
- Mari: Bom dia papai.
- Victor: Dormiu na casa do seu amigo?
- Mari: Foi, aconteceu algumas coisas lá e acabou que eu fiquei muito cansada pra continuar curtindo a festa e dormi.
- Victor: O que aconteceu?
- Mari: O Lucas foi dar um de namorado ciumento, bateu no Pietro e eu fiquei de enfermeira.
- Victor: Eita, mas em briga de marido e mulher não se mete a colher, então...
- Mari: Haha. Enfim, ele tá no quarto?
- Victor: Então, não. Ele foi na casa da Keith e não voltou. - é o que?!
- Mari: Hum.
Tem que ser muito idiota ou só ser o Lucas mesmo pra voltar pra ex que traiu ele com o melhor amigo! Terminei meu café da manhã e me joguei no sofá com meu pai. De repente começou a passar a notícia de um atentado em Paris.
- Victor: Você não vai mais pra lá.
- Mari: Oi?!
- Victor: Isso aí. Eu vi essa reportagem ontem e eu não vou deixar minha filha ir pra um lugar que ta sofrendo atentados terroristas.
- Mari: Mas pai..
- Victor: Sem mais, eu já falei com a mãe da Monica também.
- Mari: E pra onde eu vou?!
- Victor: Inglaterra.
- Mari: Como é?!
- Victor: Isso aí.
- Mari: Aah, que saco. - nessa hora a campainha tocou.
- Victor: Vai lá.
- Mari: Nem, não é pra mim.
- Victor: Vai logo marrenta.
- Mari: Eu não sou marrenta. - levantei e fui abrir a porta.
Fui arrastando, mas fui. Quando abri, bang, olha a surpresa.
- Mari: Karol?
- Karol: Oi, a gente pode conversar?
- Mari: Ta...claro...espera aí. - subi correndo pro meu quarto, peguei meu celular e voltei. - Pai, to indo ali na pracinha.
- Victor: Ta. - sabe quando você sente que seu pai nem te deu moral porque ta muito "ocupado" com o Whatsapp?! Pois é!
Fui com a Karol pra pracinha e ela não tava normal, sei lá, não conheço ela muito bem, mas a Karol que eu conheço não é calada. Chegamos e nos sentamos em um banquinho, ficamos caladas até ela quebrar o silêncio.
- Karol: E então, você tá bem?
- Mari: To sim e você?
- Karol: To.
- Mari: Pensei que você não iria mais falar comigo, cê sabe, por causa do seu irmão.
- Karol: Meu irmão é um babaca Mari. Na boa, eu quero desabafar, posso?
- Mari: Dizem que sou uma boa ouvinte.
- Karol: Ta. É o seguinte, você foi a única garota que o Gustavo levou lá em casa que a família inteira gostou, a única que não quis o panaca do meu irmão por causa do dinheiro do papai, a única que eu gostei. O Gustavo sempre levava garota lá em casa, todas siliconadas, se sentindo "Barbie", mas estavam mais pra "Susi". E no final ele descobria que o amor delas por ele, era por causa do dinheiro do papai. Ele foi um imbecil de ter te perdido, a única garota que poderia mudar ele, mas não, ele tem que se enfunar no primeiro rabo de saia que aparece. Eu sei que ela era sua melhor amiga, mas pelo amor de Deus que garota sem vergonha. Ufa, isso foi bom.
- Mari: É.
- Karol: Ai não, eu falei alguma coisa que você não gostou?
- Mari: Não, relaxa. Rsrs.
- Karol: Mari, eu espero mesmo que fiquemos amigas. Sério, eu amei você.
- Mari: Pode ter certeza que seremos amigas. - ela pegou o celular e olhou as horas.
- Karol: Tenho que ir, depois a gente se fala. Se cuida Maroca.
- Mari: Você também Karola. - ela me abraçou e foi embora.
Fiquei ali pensando em tudo que ela me falou (sobre os apelidos idiotas que demos uma a outra),sobre o Lucas ter dormido na casa da Keith...se eu pensar mais um pouco meu cérebro pifa. Peguei meu celular e tinha cinco chamadas da Keith e duas mensagens falando que precisava falar comigo urgente. Resolvi ligar pra ela, até porque sou curiosa.
Ligação on
- Keith: Mariana?
- Mari: Oi.
- Keith: É...oi.
- Mari: Você me ligou ontem, aconteceu alguma coisa?
- Keith: Aconteceu. Será que você pode vir aqui em casa?
- Mari: É...chego aí em meia hora.
- Keith: Okay. Ah, Mariana?
- Mari: Oi?
- Keith: Obrigada por retornar e por vir.
- Mari: Okay.
Ligação off
Na boa, to indo só porque to curiosa. Voltei pra casa, só então me toquei que sai de moletom na rua, mas e daí? Ninguém liga, as pessoas tem que aceitar o moletom como uma roupa social, até porque é muito confortável. Vesti uma calça jeans preta, meu coturno e uma regatinha branca. Peguei a chave da moto, meu celular e o capacete. Avisei pro meu pai onde eu ia (segredo: meu pai deu chilique achando que eu ia pra bater no Lucas, se bem que vontade não me falta). Em meia hora cheguei lá, o Lucas já tinha ido embora (ainda bem). A tia Katerine falou que a Keith tava no quarto dela, cheguei lá e já fui entrando.
- Mari: Oi. - ela não ta bem, essa não é a Keith que eu conheço.
- Keith: Ah, oi Mariana. - o rosto dela parecia uma bolacha, nunca vi tão inchado.
- Mari: Deixa esse trem de Mariana pra lá, é muito estranho.
- Keith: Okay, rsrs.
- Mari: O que ta acontecendo?
- Keith: Mari, eu to doente.
- Mari: Gripe? Vai no médico, sei lá, toma chá...
- Keith: Não Mari..não é gripe... - ela começou a chorar e nessa hora minha maior vontade era abraçar ela, mas me segurei.
- Mari: Calma, me conta o que foi.
- Keith: Sabe aquele dia que você veio trazer minhas coisas? - concordei com a cabeça. - Então, eu tava passando mal, mas depois que você foi embora tudo piorou e eu desmaiei. Depois de uma bateria de exame eu descobri que...- ela voltou a chorar e nessa hora meu coração já tava na minha boca.
- Mari: Fala logo Keith.
- Keith: Eu tenho leucemia Mari.
Nessa hora meu chão sumiu, minha garganta secou, o mundo parou por cinco minutos. Eu não podia acreditar no que tava escutando, não podia ser...
- Mari: Q-quando você descobriu?
- Keith: Tem quatro dias.
- Mari: E porque você não me disse no dia Keith?!
- Keith: Eu não sei.
Eu já chorava tanto que nem consegui falar mais nada, só a abracei, um abraço como nunca. Eu não queria acreditar que aquilo tava acontecendo, eu não podia acreditar que um dia eu estaria sem minha amiga. Sim, amiga, ela vai ser pra sempre minha amiga. De repente ela começou a ficar muito branca e desmaiou. Eu fiquei louca sem saber o que fazer, eu não conseguia gritar, ainda bem que minha tia entrou no quarto na hora e ligou pra ambulância.
X
Já tem quase duas horas (ta legal, tem quarenta minutos) que chegamos no hospital e nada de darem notícia sobre a Keith. Minha tia foi pra casa porque ela tem que contar pro meu tio, e eu nem quero ver a reação dele. Meu pai já veio aqui, e agora o Lucas (blé) ta aqui com o Bryan e a Briana.
- Dr.: Parentes da paciente Keith Kavang. - já viram atleta em pista de corrida? Tipo eu correndo pro médico.
- Mari: Como ela tá?
- Dr.: Você é o que dela?
- Mari: Quase irmã, ela é minha melhor amiga.
- Dr.: Desculpa, não posso dar informações da paciente pra quem não é da família.
- Mari: Olha aqui moço, a minha melhor amiga desmaiou nos meus braços, eu to a quase uma hora sentada aqui esperando notícias, nós nascemos no mesmo dia, somos amigas desde sempre e eu não quero por nada nesse mundo perder minha amiga. Então, ou o senhor me fala como ela tá, ou eu vou fazer o maior barraco que esse hospital já viu!
- Lucas: Calma Mari. - ele veio tentando me segurar, achando que pode encostar em mim.
- Mari: Lucas é o seguinte, fica na sua. Eu to de boa por você ter ido na casa dela, porque ela realmente precisou, mas a gente ainda tem muito o que conversar. Até lá, não encosta em mim, obrigada.
- Dr.: Tudo bem, sem barracos. A paciente está estável, porém vai ter que passar a noite em observação e talvez receba alta amanhã. Ela vai começar imediatamente o tratamento para leucemia, então é de fundamental importância o apoio de todos os parentes e amigos... - enquanto o médico ainda falava, escutei um grito que eu conhecia de longe: Tio João.
- João: Cadê a minha filha?! - enquanto o médico conversava com ele, eu fui na cantina do hospital comprar alguma coisa.
Cheguei lá e vi Kit Kat e Mm's, comprei e me sentei em uma mesa vazia. Comecei a pensar em tudo que já passamos, todas as nossas risadas, choros, palhaçadas, brigas...era tudo tão bom. Deitei minha cabeça na mesa e comecei a chorar. Senti alguém me abraçar, o que eu mais precisava agora.
- Xxx: Eu sei que não é hora mas, me desculpa.
- Mari: Tudo bem Lucas.
- Lucas: Olha aqui pra mim. - levantei minha cabeça e ele segurou meu queixo. - Ela é forte, você sabe melhor do que ninguém. Eu sei que ela vai enfrentar isso tudo com um sorriso no rosto. E eu tenho certeza de que ela odiaria te ver assim.
- Mari: Sabe, eu lembro quando eu comecei a chamar ela de Kit Kat, foi do nada...
Flashback on
- Mari: Kit. - me joguei no sofá da casa da Keith e tava com muita preguiça de falar o nome dela inteiro.
- Keith: Kat. - gritou lá da cozinha.
- Mari: O que você falo?
- Keith: Você falou Kit e eu falei Kat.
- Mari: Boa, seu apelido agora vai ser Kit Kat.
Mais tarde saímos pra comprar um macarrão pra tia Katerine e encontramos um chocolate com o nome "Kit Kat", agora sim que vou pegar no pé da Keith com esse apelido.
- Keith: Quer saber, vou te chamar de Mm's, mas não por causa do chocolate, até porque ele é gostoso. Mari Marrenta.
- Mari: Palhaça.
Flashback off
- Mari: Depois disso pegou. Lucas eu não quero perder minha amiga, eu não quero. - voltei a chorar e ele me abraçou. Ficamos assim até a Briana chegar.
- Briana: Mari, a Keith quer te ver.
- Mari: Obrigada, to indo. - me levantei pra ir, mas antes o Lucas puxou meu braço.
- Lucas: Ela precisa de você morena. E eu to aqui por você. - me deu um beijo e me soltou.
Subi até a ala dos quartos, pensando sempre que eu tinha que ser forte pra ajudar ela.
- Mari: Moça, qual o quarto da paciente Keith Kavang? - perguntei pra recepcionista.
- Moça: Número 216.
- Mari: Obrigada.
" Seja forte por ela. Seja forte por ela." Fui repetindo isso mentalmente pra mim, até chegar no quarto dela.
- Mari: Toc Toc.
- Keith: Oi Mari. - entrei e fechei a porta atrás de mim.
- Mari: Ah, trouxe pra você. - entreguei os chocolates pra ela.
- Keith: Obrigada. Mari me desculpa...
- Mari: Não fala nada, não precisa. Eu to aqui amiga, pra sempre.
- Keith: Você sempre foi a melhor amiga e sempre vai ser.
- Mari: Você também é. Amiga, eu não quero te perder, eu não quero enxergar o mundo sem minha macaquinha. - nessa hora eu já chorava litros.
- Keith: Hey, calma ta. Quando isso acontecer pensa que pelo menos acabou meu sofrimento e que eu to num sono profundo.
- Mari: Eu sei amiga... Ai meu Deus, era pra mim estar sendo forte pra te ajudar.
- Keith: Você sempre foi mole amiga.
Ficamos ali o dia todo. O médico veio, fez algumas perguntas pra ela, falou algumas precauções e sobre o tratamento. Ele aplicou um analgésico no soro e falou que ela ia dormir em alguns minutos.
- Keith: Amiga... - disse e pegou minha mão.
- Mari: Oi.
- Keith: Eu te amo maninha.
- Mari: Eu também te amo maninha. - então ela dormiu.
Fiquei do lado dela mexendo no meu celular. Meu pai veio mandar eu ir pra casa, o Lucas veio, meus tios, mas eu não vou sair daqui, não vou sair do lado da minha amiga.££££££££££££££££££££££££££££££££
Hey hey galerinha. E todos aplaudam o retorno da amizade dos dois chocolates mais gostosos, uhuul, ta parei. Enfim, eu chorei escrevendo essa cap., não sei se eu que tô sentimental ou se o cap. que ta muito emocionante. Me contem se vocês choraram lendo, beleza? Obrigada pelas visualizações e estrelinhas. E queria dedicar esse cap. pra minha amiga linda e maravilhosa Karol, amiga ily <3. E leiam o livro dela "Segunda chance", o livro mais perfect de todos e minhas fofas Mari e Keith aparecem lá.Beijos, Ester.
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Meu Lugar
RandomMariana é uma jovem de 17 anos. Sempre sonhou com seu futuro e com sua independência. Seus pais se separaram quando ela tinha 5 anos, e então ela se mudou pra São Paulo com sua mãe. Garota sonhadora mas sempre com os pés no chão. Ama desenhar e pre...