Cap.15

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"Sei que é pra sempre, meu coração sente o amor sorrindo pra gente..."
   Acordei com o sol na minha cara, olhei pro lado e vi o Lucas e a Kit Kat dormindo. REVENGE. Sai de fininho pra não acordar ninguém, corri na cozinha e enchi um balde com água gelada e pedrinhas de gelo. Voltei pro quarto e ela tava até babando. Pra minha sorte, ou sorte dele, o Lucas tava do outro lado do colchão.
- Mari: Amor acorda.- tentei imitar a voz do Lucas e falei no ouvido dela.
- Kit Kat: Só mais um pouquinho amor.- segurei a risada e levantei, peguei o balde e virei nela.- Aaaaaaaaaaaah!
- Mari: Não meche comigo baby.- finalmente pude soltar a gargalhada que tanto prendi.
Depois de passar a "raivinha" da Kit Kat, nos arrumamos e descemos pra tomar café. Ficamos juntos até umas 14:00 horas, até o Lucas resolver sair com a Kit Kat e me abandonar (eu que não quis ir pra segurar vela). Aproveitei que tava sozinha e fui dar uma volta na praia. Assim que comecei a andar vi uma garota sozinha chorando, fui até lá ver o que tava acontecendo e tentar ajudar.
- Mari: Olá, ta tudo bem?- me sentei ao seu lado na areia.
- Xxx: Ah, oi. Ta sim.- ela tentava enchugar suas lágrimas mas era em vão.
- Mari: Hey calma, qual seu nome?
- Xxx: Monica.
- Mari: Prazer, Mari. Vem, vou te levar lá em casa e você bebe uma água, tudo bem?- ela concordou com a cabeça, então a levei pra minha casa.
Entramos e eu fui pegar um copo de água pra ela. Voltei pra sala, nos sentamos no sofá e ela começou a me explicar sua história.
- Monica: Resumindo, meu pai não se importa comigo ele preferia que eu não tivesse nascido, minha mãe descobriu que tá com câncer e meu namorado me traiu. Tem como piorar?!
- Mari: Oh meu Deus Monica... - fico sem reação e meus olhos começam a se encher de lágrimas. Reparei que ela passa muito a mão no pulso e então não consegui conter minha curiosidade. - Você se corta?
- Monica: Se eu falar que sim, vai me achar maluca?
- Mari: Não, eu já passei por isso.
- Monica: Já?
- Mari: Sim. Meus pais se separam quando eu tinha cinco anos, então me mudei com a minha mãe pra São Paulo. No colégio que eu estudava quando tinha 13 anos, eu sofria muito bullying e eu não conseguia contar pra minha mãe por medo, desde então eu passei a me cortar. Mas eu consegui parar.
- Monica: Então você me entende. Eu não sei mais o que fazer, não sei mais se sou capaz de lidar com isso tudo._ ela começa a chorar, eu a abraço e choro junto com ela. É como se uma entendesse o sofrimento da outra.
Ficamos ali por mais alguns minutos e eu parei pra pensar: tanta gente, como eu, que acha que seus problemas estão de mais...isso é só porque não conhecemos o que se passa com as outras pessoas. Uma certa vez eu li que, quanto maior e mais brilhante é o sorriso, mais sofrimento ele tenta esconder.
- Monica: Agora eu vou, obrigada por me ouvir.
- Mari: Você vai pra casa?
- Monica: Não, eu sei que tenho que enfrentar meus problemas, mas hoje não consigo.
- Mari: Então você não vai a lugar nenhum. Você vai ficar aqui.
- Monica: Não Mari, não posso, você já fez muito por mim.
- Mari: Ótimo, quero fazer mais.
- Monica: O mundo precisa de mais pessoas como você Mari.
- Mari: Obrigada, agora vamos conhecer a casa.
"Mas Mari, você nem conhece ela!". É , eu sei mas não ligo, eu vejo em seus olhos que ela é uma pessoas boa, ela só precisa de alguém que a escuta e a entenda, ou pelo menos de alguem que tente a entender. Levei ela pra dar um tour na casa e mostrei suas instalações (meu quarto). O quarto dos hóspedes está cheio de coisas do meu pai. Ficamos conversando, contei mais um pouco sobre mim e ela me contou sobre ela, até consegui arrancar alguns sorrisos dela. Meu celular tocou e era o Gusta.
Ligação on
- Mari: Oi Gusta.
- Gusta: Oi princesa.
- Xxx: Oi Mari!- uma garota grita no fundo.
- Mari: Quem é?
- Gusta: Minha irmã, ela tá super ansiosa pra te conhecer.
- Mari: Eu também.
- Gusta: Só liguei pra avisar que passo aí às 19:00.
- Mari: Quantas horas já são?
- Gusta: 18:00.
- Mari: Ai meu Deus, tchau Gusta e manda um beijo pra Karol.
- Gusta: Tchau maluquinha.- ele deu uma risada gostosa e desligou.
Ligação off
Corri pro banheiro pra tomar um banho, eu perdi completamente a noção das horas. Quando sai a Monica tinha separado minha roupa: o vestido que comprei e um salto preto (foto da mídia), no cabelo ela me ajudou a fazer aqueles topetes de princesa e make foi só delineador, rímel e batom vermelho. Terminei de me arrumar às 19:00 em ponto e o Gusta acabou de chegar, o homem pontual.
- Mari: Obrigada pela ajuda Monica.
- Monica: Isso é o mínimo que eu posso fazer depois de tudo o que você fez pra mim.
- Mari: Então estamos quites okay? Eu volto mais tarde. Já avisei pro meu irmão que você tá aqui. Agora eu tenho que ir, qualquer coisa me liga e sinta-se em casa.- a abracei e sai.
O Gusta tava do lado de fora do carro, lindo como sempre: calça jeans escura, camisa branca com a manga dobrada, sapatênis preto da osklen, cabelo em um perfeito topete e o sorriso mais lindo do mundo. Ele me deu um beijo, abriu a porta do carro pra mim e deu a volta pra ocupar seu lugar de motorista.
Fomos conversando sobre coisas aleatórias e rindo, até começar a tocar a música mais perfeita do Projota. Aumentei o volume e comecei a cantar, logo o Gusta também se juntou a mim.
- Gusta: "Foi fácil te nator naquele dia, ela é um diamente em meio a esse monte de bijuteria...".- ele apertou minha mão e sorriu, nesse momento meu coração acelerou e eu abri um sorriso de orelha a orelha.- Essa vai ser nossa música, princesa.- eu apenas concordei com a cabeça.
Chegamos na casa dele, ou devo dizer mansão, além de grande é linda (foto da mídia). Entramos e encontramos seus pais e sua irmã nos esperando.
- Xxx: Olá Mari, seja bem vinda. Meu nome é Cristina mas pode me chamar de Cris ou de sogrinha se preferir. - ela deu um sorriso e eu corei.
- Xxx: Oi, prazer meu nome é Fábio. Seja b vinda a família garota.- o pai do Gusta tem um sorriso muito acolhedor e que contagia todo mundo.
- Karol: Ai chega desse nhe nhe nhe, me dá uma abraço aqui cunhadinha.- ela me deu um verdadeiro abraço de urso.
- Mari: Boa boite a todos, é um prazer conhecer vocês.
- Cristina: Tava na hora né meu filho!
- Gusta: Hora de que mãe?
- Cristina: De você arrumar uma moça linda, de família e educada.
- Gusta: É, mas agora já achei ela.- ele passou seu braço pela minha cintura e abriu um lindo sorriso.

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