Cap.49

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"A gente fica de mau por qualquer coisa atoa, mas um minuto é muito e a gente se perdoa..."
Acordei e passei direto pro banheiro, aquele suor estava pregando. Terminei meu banho e fui acordar a Briana e a Monica. Vesti uma calça preta, dobrei a barra, calcei um tênis skatista e uma blusinha florida. Comecei a arrumar minhas coisas e a Briana foi tomar banho.
Terminei de arrumar tudo e sai do quarto para as meninas se arrumarem. Desci pra encontrar meu pai, o Lucas, o Bryan e o Davi, porém eles não estavam lá. Sentei e fui lanchar até eles chegarem.
Depois de mais ou menos 30 min eles chegaram. Me cumprimentaram, se sentaram e foram lanchar.
- Victor: Prontos? - respondemos todos juntos que sim.
- Lucas: Toquinho, passa aquela música pra mim. - como é? Eu ouvi direito produção? Acho que to ficando surda. Resolvi ignorar. - Mari, to falando contigo.
- Mari: Ah, foi mal. É porque até onde sei, meu nome não é toquinho.
- Briana: Turn down for what. - não me segurei e cai na gargalhada.
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O tempo não passou, ele voou mesmo. Ah, no final da história, eu passei a música pro mané do Lucas. Deu 10:00h estávamos no aeroporto fazendo check-in.
- Briana: É...chegou a hora. - disse com voz embargada.
- Mari: É.
- Bryan: Tchau, meu amor. - disse puxando a Monica pra um abraço.
- Monica: Tchau, amor. - eles se abraçaram por no mínimo meia hora. Realmente, foi uma despedida muito fofa, dolorosa, mas fofa.
Nos abraçamos, choramos, choramos, choramos, nos abraçamos e então fomos. Sei que não vai ser uma despedida, é só uma pausa. Fiquei olhando até os dois sumirem do nosso campo de vista. A Monica chorava tanto que nem um pote de Nutella ajudaria. Embarcamos e eu fui do lado dela pra dar um ombro amigo. Ela chorou até pegar no sono, o que não demorou muito. Logo em seguida, apaguei também.
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Acordei com o Lucas me chamando. Descemos do avião, pegamos nossas malas e fomos pra casa. No caminho meu pai recebeu uma ligação falando que o vôo do Lucas iria sair hoje, às 20:00h, agora meu mundo desabou. Sem contar que esses vôos estão virando palhaçada já. Fomos correndo pra casa e eu fui ajudar o Lucas a fazer as malas dele.
- Lucas: Acho que vou levar essa que levei pra São Paulo.
- Mari: Claro que não, isso não daria nem pra um final de semana. - tentei ao máximo disfarçar minha voz de choro, mas parece que não adiantou.
- Lucas: Vem cá. - me puxou e eu o abracei como se fosse nosso último abraço. - Eu vou voltar. Todo final do ano vamos nos reunir. Eu vou te ligar todos os dias.
- Mari: Me promete? Me promete que nunca vai me esquecer, que sempre vai me amar?
- Lucas: É claro. Você é a mulher da minha vida. Eu prometo.
O apertei mais ainda, enquanto ele depositava beijos no topo da minha cabeça. Ele puxou meu queixo e me beijou. Foi um beijo inundado de amor, carinho, respeito e...despedida. Nos separamos e voltamos a arrumar suas malas.
Descemos e fomos arrumar alguma coisa pra comer. Resolvi fazer minha torta de frango. Ela ficou pronta 12:30h (bati meu record pessoal). Comemos, arrumamos a cozinha e ficamos conversando até 18:00h.
Fomos pro aeroporto em um silêncio muito silencioso (só pra quebrar o gelo). Chegamos lá e o Lucas foi fazer o check-in. Quando ele voltou, resolvi descontrair um pouco. Conversei com o Lucas e ele topou.
- Mari: Amor, não vai por favor. - disse (gritei) puxando a mala do Lucas, todos olharam pra nós.
- Lucas: Minha princesa, você sabe que tenho que ir.
- Mari: Não me deixa, por favor. Eu não posso ficar sem você. - comecei a chorar e alguns dos que estavam olhando começaram a filmar. Meu pai logo entrou na brincadeira também.
- Victor: Filha, vamos, ele tem que ir. - me pegou pela cintura e saiu me puxando. O Lucas ficou parado olhando meu pai me levar, enquanto eu chorava.
- Mari: Você não pode ir... eu to grávida! - nisso, todos soltaram um "oooh", que mais pareceu plateia do Silvio Santos.
- Victor: Como é? - parou de me puxar e me encarou.
- Lucas: Eu...eu...vou ser pai?
- Mari: Sim. - pra fechar com chave de ouro, fiquei uns cinco minutos parada, só olhando pro Lucas. As pessoas já estavam agoniadas, quando sai correndo, desviei do meu pai e pulei no colo do moreno.
- Lucas: Casa comigo?
- Mari: Sim, sim, mil vezes sim! - o beijei e todos começaram a aplaudir.
Sai do colo do Lucas e comecei a cumprimentar as pessoas que vinham nos dar os parabéns. Quando tudo isso acabou, começamos a rir tanto que me deu cólica. Mas a hora triste chegou. Todos se despediram do Lucas e foram me esperar no carro.
- Lucas: Agora é sério.
- Mari: É.
- Lucas: Ah, minha morena. - me puxou pra um abraço. O apertei e chorei, baixinho, mas chorei. Senti uma gota cair em minha cabeça, então tive plena certeza do amor daquele moreno por mim. Seus braços me apertavam, numa tentativa vã de diminuir o espaço entre nós dois , o mesmo que eu também fazia ao apertá-lo. A última chamada para seu vôo ecoou pelo aeroporto, percebi que tinha que soltá-lo. Olhei em seus olhos e por uma fração de segundos imaginei tê-lo decifrado, mas vi que me perdi naquela imensidão, mas não fazia questão de me encontrar. Me puxou para um beijo que me fez ficar na ponta dos pés. Aquele beijo veio repleto de emoções e de lágrimas, tanto minhas quanto dele.
- Lucas: Até breve, minha princesa. E aquele pedi...logo será de verdade.
- Mari: Até breve, meu amor. E eu estarei aqui para dizer mil vezes sim.
O vi se afastando e então sumiu do meu campo de vista. Uma lágrima solitária rolou pelo meu rosto, senti parte de mim sendo tirada a força. Achei que não iria aguentar ficar em pé, então senti alguém me abraçar.
- Gusta: Cheguei tarde?
- Mari: Ele acabou de embarcar.
- Gusta: Vem, eu te levo até o carro do seu pai.
Ele foi me ajudando a chegar no carro, mas antes de entrar, dei uma última olhada, só para confirmar que ele realmente foi embora. Agradeci a ajuda do Gustavo, entrei no carro e não dirigi uma palavra até chegarmos em casa. Ao chegar, abri a porta e fui passando direto para meu quarto.
- Victor: Filha, você quer...
- Mari: Só quero deitar. Obrigada pai. - disse ao perceber que ele iria me oferer comida.
Entei no quarto, deitei na cama e chorei. Deixei que tudo o que estava preso em mim, saísse. A Monica entrou no quarto, deitou na cama e só me deu um breve "boa noite, amiga", ela também não estava nada bem, e então dormiu. Davi e meu pai vieram me dar um beijo, e logo saíram. Coloquei nossa música , "photrograph", e a escutei até pegar no sono.

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