Cap.35

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"Se o meu destino é viver sem você, não quero mais viver..."
*Mari on
Acordei no outro dia parecendo que tinha sido espancada. O Lucas tava dormindo na cadeira segurando minha mão e meu pai no sofá. Fiquei olhei pro teto e imaginando como minha amiga tava. Levantei com cuidado pra não acordar ninguém, peguei meu soro e fui pro quarto da Keith. Cheguei lá e ela tava tão branca, mas sempre com cara de sapeca. Sentei do lado dela e fiquei pensando em tudo que aconteceu nesses últimos dias, pensei tanto que dormi.
Acordei com alguém gritando meu nome. Abri o olho e vi o Lucas entrar correndo no quarto.
- Lucas: Meu Deus Mariana, quer matar a gente?!
- Mari: Que drama.
- Victor: Drama? Eu durmo e quando acordo minha filha sumiu...
- Mari: Eu acordei mais cedo e resolvi ver como a Keith ta.
Meus "seguranças" acalmaram e então começamos a conversar civilizadamente. Contei pra eles o que aconteceu quando sai do hospital ontem e eles falaram que vão matar o Gustavo (mais barulhento que fusca). O médico passou e me deu alta, ainda bem. Segurei a mão da Keith e dei um beijo na testa dela, quando senti ela apertar minha mão.
- Mari: Pai chama o médico da Keith, ela apertou minha mão.
- Victor: Filha...
- Mari: Sem essa de "filha" pai, agora não. Chama ele logo, por favor.
Meu pai foi atrás do médico da Keith e eu fiquei conversando com ela. O médico chegou e fez um monte de teste com ela e blá blá blá.
- Dr.: Realmente, a Keith já está acordando, é bem provável que hoje ainda ela acorde por completo.
Assim que o médico saiu, eu comecei a pular, a abraçar todo mundo, a dançar...
- Lucas: Ta bom gnomo pula pula, vamos pra casa, você precisa de um banho.
- Mari: Ta falando que eu to fedida?!
- Lucas: Nunca, amor. Eu to falando que você É fedida!
- Mari: Você é um homem morto Lucas.
Dei um beijo no meu pai e sai correndo atrás do Lucas, até o segurança do hospital mandar a gente parar. Fomos pra casa conversando e eu escutando o Lucas falando que vai matar o Gustavo (isso é porque não mata nem barata). Chegamos e eu já fui entrando.
- Lucas: Amor, vou no supermercado.
- Mari: Okay, traz Nutella pra mim.
- Lucas: Ta bom, baleinha.
- Mari: Desculpa aí, geração saúde.
Ele me deu um beijo e foi embora. Eu corri pra casa e a primeira coisa que eu fiz foi??! Me jogar no sofá! Mentira, escorreguei e cai. Me recuperei do meu tombo e fui tomar um banho. Fiquei quase uma hora no chuveiro e quando saí o Lucas ainda não tinha chegado. Vesti um short jeans, amarrei o cabelo e fui no quarto dele roubar uma camiseta pra mim (nem sou folgada). Peguei qualquer uma lá e quando ia saindo do quarto dele, reparei que tinha uma foto nossa em um porta-retrato, em cima da mesa do computador. Peguei e vi que tinha um papel atrás, como não sou nem um pouco curiosa, resolvi ler. Nessa hora escutei a porta abrir e ele me gritar. Enfiei o papel no meu bolso e sai do quarto como quem não quer nada.
- Lucas: Essa camiseta fica melhor em você.
- Mari: Tudo fica melhor em mim meu bem.
- Lucas: Ah, trouxe uma coisa pra você.
- Mari: Nutella?!
- Lucas: Não fofa, humildade.
- Mari: Haha idiota. Me dá minha Nutella.
- Lucas: Vem pegar.
Vocês repararam que ele saiu correndo com a MINHA Nutella?! Pois é. Fui correndo atrás dele, mas não consegui alcançar, então resolvi usar o velho truque do tombo. Me joguei no chão e comecei a gritar.
- Mari: Aaaai meu pé, ta doendo muito. - globo, me contrate.
- Lucas: Amor, o que aconteceu?
- Mari: Torci o pé. - assim que ele abaixou do meu lado e soltou a sacola, eu peguei ela e sai correndo. - Pobre garotinho, tão doce e inocente.
- Lucas: Você me paga Mariana Borges.
Me joguei no sofá e liguei em um canal qualquer, tava passando "Se eu ficar".
- Lucas: Amor se esse filme fosse sobre você, o nome seria "Se eu ficar gorda". Espera, não tem como, você já é.
- Mari: E se esse filme fosse sobre você amor, seria "Se eu ficar mais idiota". Ah, espera, não tem como, já ta no seu limite.
- Xxx: Quem vê assim pensa que são duas crianças e não um casal. - quando olhei pra trás vi minha rosinha.
- Mari: Moranguinhoooo! - sai correndo e pulei em cima dela.
- Briana: Oi pequenez.
- Mari: Que saudade amiga.
- Briana: Saudades também. Vamos matar essa saudade amanhã. Você está convocada a ir no shopping comigo amanhã às 14:00 horas e sair só...sei lá, não tem hora pra sair. Agora tenho que ir, porque meu irmão quer um castiçal pro encontro dele com a Monica, aff.
- Mari: Okay, até amanhã então. Ou até hoje a noite...sei lá.
Voltei pro conforto dos braços do meu... sofá, claro.
- Lucas: Vou tomar banho.
- Mari: Vai lá George.
- Lucas: George?
- Mari: Aham, George Pig.
- Lucas: Nooossa, to rindo internamente.
- Mari: Beijo pro recalque.
Mal esperei ele subir e peguei a carta pra ler. Ah, só pra vocês saberem, a foto é uma antiga pra caramba. Quando eu tinha cinco anos e ele uns sete, meu dente da frente caiu e no dia seguinte o dele caiu. Aí meu pai achou super fofo e essas baboseiras todas, foi e tirou uma foto (e eu nem sei pra que o Lucas guarda isso). Enfim, fui ler a carta e pra surpresa mundial, a letra dele é bonita.

Então Mari, eu sei que falo o tempo todo que te odeio, mas eu amo muito você. Amo tanto a ponto de querer te proteger até da sua sombra. Eu prometo tudo aquilo que você me pede: um príncipe pra minha namorada, tratar ela como eu gostaria que meu genro tratasse minha filha. E eu prometo isso tudo principalmente se ela for você. Eu sei que somos irmãos e por mais egoísta que isso pareça, eu já torci muito para que nossos pais se separassem. Por mais que você seja uma baixinha folgada... Eu amo cada defeito em você, até sua mania de ficar levantando a sombrancelha quando ta irritada. E quer saber de um segredo sobre você? Você tem quatro tipos de sorriso: quando você está realmente feliz, quando você só quer ser simpática, quando está com vergonha e quando você acorda. Sim, você sempre acorda sorrindo. Como eu sei? Eu já passei noites em claro sentando na cadeira do seu quarto, só pra observar você dormir, por mais que falando isso eu pareça um maniaco. Eu sei que essa carta não vai chegar até você. Por que? Porque eu sou covarde o suficiente pra não conseguir te entregar ela. Mas eu to escrevendo, porque eu espero que daqui vinte anos eu esteja com você e leia isso, pra lembrar que desde sempre eu amo você.
20 de setembro de 2013

Quando eu terminei de ler, eu chorava tanto. "Por que tia Mari?" Porque eu tenho certeza que eu amo ele, mais do que eu pensava. Subi correndo pro quarto, lavei o rosto e voltei pra sala.
- Lucas: Amor, vamo jogar vídeo game? -gritou do topo da escada.
- Mari: Ta.
- Lucas: Futebol ou corrida.
- Mari: Você que escolhe.
- Lucas: Sério?
- Mari: Vou te dar esse privilégio hoje.
- Lucas: Ta legal.
Ele escolheu futebol e ficamos jogando até umas 18:00 horas.
Terminamos de jogar e o Lucas falou que ia fazer macarronada. Fiquei deitada no sofá mexendo no celular, mas não tinha nada de interessante. Ele terminou e me chamou pra sentar na mesa.
- Mari: Huum, ta uma delícia.
- Lucas: To sabendo.
- Mari: Ótimo, agora só você vai fazer comida.
- Lucas: Além de gorda é folgada.
- Mari: E você me ama.
Terminamos de comer e eu fui ajudar o Lucas a arrumar a cozinha.
Lá pras 21:00 horas, pedi pra ele me levar no hospital.
Cheguei lá e todos estavam no quarto da Keith, mas ela ainda não tinha acordado.
- Mari: Nada ainda?
- João: Não. - fui até a maca pra dar um beijo nela.
- Keith: Buuu.
- Mari: Aah, sua gorda. Como assim ela acorda e ninguém me avisa?!
- Victor: Ela pediu pra ser surpresa.
- Mari: Muito obrigada. E da próxima vez que você me passar um susto desse, eu te mato.
- Keith: Você me ama um tanto suficientemente grande pra não fazer isso. Mas eu mato você, se aprontar de novo!
- Mari: Sim senhora.
Ficamos conversando até umas 23:00 horas, mas o sono bateu, então o pessoal resolveu ir embora. Eu deitei no sofá e capotei.

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