"É que esses papo de amor, que de fato compensou, não sei, só vou saber se isso passar, sei lá... Se Deus quiser com você vou, e vou ficar..."
Acordei no outro dia e a Briana ainda estava dormindo. Fui no banheiro, fiz minha higiene, vesti um short jeans e uma camiseta enorme do Lucas que tava no meu quarto. Desci e meu pai estava no celular, dei um beijo em sua bochecha e fui tomar café. Logo meu pai se juntou a mim na cozinha.
- Victor: Tudo bem filha?
- Mari: Tudo. Quem era no telefone?
- Victor: Um rapaz que arrumei pra fazer uma homenagem pra sua mãe aqui em casa.
- Mari: Que homenagem?- nem sou curiosa.
- Victor: Espere e verás, baby.
- Mari: Ta bom. Pai, a gente pode conversar?
- Victor: Claro. - se sentou em uma cadeira do lado da minha.
- Mari: Bom...é que...- comecei a gaguejar.
- Victor: Filha, calma.
- Mari: Ta.- respirei fundo.- Eu to gostando do Lucas.
- Victor: Isso é ótimo princesa. - disse e abriu um sorriso de orelha a orelha.- Pelo menos ele, eu sei que vai te dar o valor que você merece. Ele não é um muleque igual aquele outro lá.
- Mari: É. Mas sei lá pai, eu era irmã dele a três dias atrás.
- Victor: Isso, era, não é mais. Filha aproveita, dá pra ver nos olhos dele que o sentimento é mútuo.- assim que meu pai terminou de falar, o Lucas entrou na cozinha com a cara toda amassada, mas sem deixar de ser fofo.
- Lucas: Bom dia Victor.
- Victor: Bom dia meu genro. - acho que nessa hora o Lucas acordou de verdade, ele olhou pra mim com uma cara tipo "foi isso mesmo que eu ouvi?" e eu só dei de ombros.- Relaxa, a Mari me contou.
- Lucas: Então tá, bom dia morena.- me deu um selinho.- Minha camisa fica linda em você.
- Mari: Obrigada. Bom, eu vou sair.
- Lucas: Pra onde?
- Mari: Pro meu lugar preferido no Rio. E não, você não pode vir. Desculpa moreno, mas eu quero ficar sozinha.- ele só balançou a cabeça em um sinal positivo e me puxou pra um beijo.
Me separei dele e subi pro quarto. A ursa, digo Briana, ainda estava ibernando. Só calcei meu vans preto, peguei o capacete, a chave da moto, corri no guarda roupas e peguei minha mochila de desenho, meu celular e pronto. Dei um beijo no Lucas, me despedi do meu pai e fui pro meu "paraíso carioca".
Quando eu era pequena meu pai me trazia aqui todo final de semana. É uma cachoeira que fica escondidinha, sem contar com a calma desse lugar. Parei a moto e deixei o capacete em cima dela. Me sentei em uma pedra, joguei a mochila do meu lado e fiquei com os olhos fechados. Um filme desse último mês se passou na minha cabeça. Viajem pra Vegas, mensagem de um anônimo que me avisou da traição do Gustavo, apunhalada pelas costas pela Keith, morte da minha mãe e minha paixão pelo Lucas. Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto, mas logo as limpei. Peguei minha mochila e resolvi desenhar eu e o Lucas (foto da mídia). Enquanto desenhava, lembrei de ontem, do nosso primeiro beijo, de tudo o que ele me falou e um sorriso bobo brotou em meu rosto. Terminei o desenho e até que ficou legal.
To lá viajando na maionese, como minha mãe dizia, e meu celular resolve tocar. Se eu assustei? Que nada. Atendi sem nem ver quem era.
Ligação on
- Mari: Alô?
- Xxx: Oi Mariana, que bom que me atendeu. - na hora reconheci aquela voz e me arrependi amargamente de não ter olhado quem era antes de atender.
- Mari: Como você tem coragem de me ligar Gustavo?
- Gustavo: Eu preciso falar com você Mariana.
- Mari: Que pena, eu não preciso, tchau.
- Gustavo: Cinco minutos!- não respondi. - Mariana?
- Mari: Seu tempo ta correndo.
- Gustavo: Mariana me perdoa, por favor. Eu sei que você vai falar que não tem perdão, mas me dá uma segunda chance, só mais uma pra te mostrar que eu te amo.
- Mari: Gustavo você acertou, realmente eu vou falar que não tem perdão. Segunda chance eu dou pra quem merece e você não ta nessa lista. E se você me amasse não teria me traido. Dizem que as pessoas só procuram na rua o que não tem em casa, então faça bom proveito da Keith. E além do mais, sabe o que eu descobri? Eu não te amava Gustavo, o que eu senti por você foi apenas uma paixão mas passou, assim como tudo na vida passa. Essa falta que você sente de mim agora vai passar.
- Gustavo: Você tem outro, não é?
- Mari: A fila anda Gustavo, mas pelo menos agora eu to com alguém que sabe me dar valor, repeito e acima de tudo amor. Tudo o que você não me deu. Agora, passar bem Gustavo.
Ligação off
Assim que desliguei, corri nas configurações do celular e bloqueei o número dele.
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Meu Lugar
RandomMariana é uma jovem de 17 anos. Sempre sonhou com seu futuro e com sua independência. Seus pais se separaram quando ela tinha 5 anos, e então ela se mudou pra São Paulo com sua mãe. Garota sonhadora mas sempre com os pés no chão. Ama desenhar e pre...