Cap.33

94 8 2
                                    

"E eu me lembro de nós dois juntos deitados na sua cama, minha camisa te servia de pijama..."
*Mari on
Acordei no outro dia toda dolorida, isso que dá dormir sentada. A Keith ainda dormia, então fui ao banheiro pra jogar uma água no rosto. Assim que sai, encontrei meu pai e meus tios no quarto.
- Mari: É só eu ir ao banheiro e chega a caravana do Faustão aqui?
- Victor: Meu Deus, como que pode minha filha dormir sentada e acordar de bom humor?
- Keith: Puxou a irmã.
- Katerine: Nunca, puxou a tia.
- Mari: Olha, não sei quem eu puxei, mas posso garantir que não foi nem meu pai nem meu tio.
- Katerine: Isso é verdade.
Meu pai e a Keith me expulsaram do quarto, então eu fui pra casa. Cheguei em casa e pelo jeito o Lucas ainda ta dormindo. Passei na cozinha, preparei um cereal com leite e me joguei no sofá pra assistir Bob Esponja. Terminei de comer e fui tomar um banho. Quando eu entrei no quarto, não acreditei no que vi: o teto do meu quarto cheio de balões com fotos minha e do Lucas, tava tocando a música do meu casamento One Direction - Little Things. Eu quis chorar, eu quis gritar, eu quis sair correndo e abraçar o homem lindo que tava sentando na minha mesinha, eu quis rir...mas minha única reação foi ficar parada sem conseguir falar.
- Lucas: Eu sabia que você ia chegar e ia pra cozinha primeiro, então eu tirei um cochilo enquanto isso.
- Mari: Idiota. Ta tão lindo, agora eu entendi porque que todos me expulsaram do hospital.
- Lucas: Me lembre de agradecer depois. Mas e aí, gostou?
- Mari: Eu amei.
- Lucas: Que bom, porque foi muito difícil fazer isso.
- Mari: Você tem o dom de estragar o clima, meu Deus.
- Lucas: Mas agora falando sério. Morena, eu queria te pedir desculpa por tudo, por todas as minha crises de ciúme principalmente, mas se eu faço isso é porque tenho medo de te perder. Me desculpa por bater no Pietro, e por falar nele, foi ele que me ajudou a arrumar aqui. Me desculpa por ser um idiota e se alguma vez te fiz chorar. Me desculpa por muitas vezes não dar moral pro que você falava, por não escutar seus conselhos e tudo mais. Obrigado por tudo também, por todas as risadas, por cuidar de mim quando eu chegava um pouquinho mal...
- Mari: Pouquinho?!
- Lucas: Ta, quando eu chegava muito mal. Obrigada por ajuntar meus cacos as duas vezes que uma menina quebrou meu coração. E de nada por quebrar a cara do primeiro que quebrou seu coração. - realmente, o Lucas não consegue ficar sério por muito tempo. - Enfim, eu prometo estar contigo agora e pra sempre, ao infinito e além, prometo cuidar de você, te proteger e te ajudar em tudo, prometo ser o melhor cara do mundo, prometo te ensinar a andar de skate e jogar video game...
- Mari: Fala sério, eu ganho de você toda vez no vídeo game.
- Lucas: Mari fica quieta. E por fim, eu quero que você prometa uma coisa pra mim: cuida bem do meu coração, porque ele é inteiramente e unicamente seu. Promete?
- Mari: Prometo. - tenho que confessar, eu to muito chorona. "Tia Mari, já ta chorando?" To meus amores, eu to chorando muito. Tem algum homem mais lindo que o meu?!
- Lucas: Não chora minha princesa. Mas agora..- ai meu Deus ele ajoelhou! - Mariana Borges Nogueira, você aceita ser minha, repito, MINHA namorada, amiga, companheira e principalmente, minha morena?
- Mari: Sim, sim, mil vezes sim.
Ele colocou a aliança no meu dedo e me beijou, naquele momento eu esqueci de todos os meus problemas. Depois de todo esse momento fofo, eu voltei a ser "bruta" como alguns dizem. Expulsei meu namorado do meu quarto e fui tomar banho pra tirar aquele cheiro de hospital de mim. Terminei, vesti uma calça clara, uma regata rosa e calcei meu all-star branco. Fiz um rabo de cavalo, peguei meu celular, minha bolsa e meu capacete. Sim, já vou voltar pro hospital. Desci e o Lucas tava jogado no sofá, assistindo futebol. Sentei do lado dele, só pra não falar que nem dei moral pro meu namorado.
- Lucas: Amor, faz cafuné em mim?
- Mari: Ai meu Deus, eu arrumei um homem ou um bebê?!
- Lucas: Os dois.
- Mari: Ta, só um pouco e eu vou voltar pro hospital.
- Lucas: Ta.
Ele deitou no meu colo e eu fiquei fazendo cafuné nele, enquanto assistia o futebol, mesmo não entendendo nada. Depois de uns trinta minutos, eu decidi voltar pro hospital.
- Mari: Amor, levanta, tenho que ir. - nada. - Amor, tenho que ir. - nada. - AMOR.
- Lucas: Ai morena pra que isso?
- Mari: Tenho que ir.
- Lucas: Ta legal, mais tarde vou lá também.
- Mari: Okay. - dei um beijo nele e fui.
Cheguei lá e não tinha mais ninguém no quarto, tipo, ninguém mesmo, nem a Keith. Perguntei pra enfermeira onde a Keith tava e ela me informou que ela deu hemorragia e tiveram que correr com ela pra sala de cirurgia. Legal meu dia, comecei tão bem, agora minha amiga ta em uma mesa cirúrgica. Fui pra sala de espera e encontrei meu pai.
- Mari: Pai cadê minha tia e meu tio?
- Victor: Foram pra casa, sua tia não aguentou ficar aqui.
- Mari: Ah.
- Victor: Filha, vai ficar tudo bem. — pais e seu dom de saber quando os filhos não estão bem.
- Mari: Tomara pai.
Ficamos ali por mais de uma hora, e dessa vez é sem exageros. Eu não conseguia sentar, não queria ficar em pé... Eu queria mesmo era entrar naquela sala de cirurgia e ver minha amiga.
- Dr.: Familiares da paciente Keith Kavang. - isso ta irritando.
- Mari: Aqui.
- Dr.: Você de novo.
- Mari: Sim, eu de novo. E se o senhor não ta afim de receber algumas reclamações da parte do seu superior, acho melhor ficar pianinho e falar logo o que minha amiga tem. - gente, to revoltada.
- Dr.: Que menina abusada. Mas enfim, as notícias não são muito boas. A paciente está em coma..
- Mari: Como é?!
- Victor: Mari, espera o médico terminar de falar.
- Dr.: Então, existem duas maneiras diferentes de causar coma em alguém. A primeira é lesar apenas a área de ativação cerebral, localizada no tronco. Esta lesão pode ser causada pela presença de um tumor, por hemorragia ou pela falta de sangue, chamada de isquemia, entre outras causas menos comuns. No caso da Keith, foi por causa da hemorragia. Mas o tempo previsto pra ela acordar é dentro de uma semana.
- Mari: Ta, e até lá o que pode ser feito?
- Dr.: Ela vai continuar recebendo a medicação. E o que vocês podem fazer é orar por ela. Tenho que atender outros pacientes, tenham um bom dia.
- Mari: Pai, fala que ela vai ficar bem.
- Victor: Ela vai fica bem, minha pequena.
X
Por volta das 21:00 horas meu pai foi pra casa. Meus tios e o Lucas passaram aqui, e também foram embora. Agora eu to aqui, sentada do lado da minha macaquinha lendo pra ela. É o livro preferido dela: Cidades de papel. Ela já viu o filme mais de quinhentas vezes, mas lê o livro quase todo mês.
— Mari: Hey macaquinha, eu ouvi falar uma vez que alguém só pode sair dessa se quiser. Então, seja aquela Keith corajosa e cheia de força e sai dessa logo. Temos tanto o que fazer juntas ainda. — dei um beijo na testa dela e fui deitar no sofá que tinha no quarto. Em pouco tempo eu dormi.

Meu LugarOnde histórias criam vida. Descubra agora