Meu Lugar

Cap.8

"Ela chora, a vida segue lá fora, e eu aqui, esperando até quando ela sorrir..."
Não, isso de novo não, por favor. Porque eu não impedi isso?! Eu sou fraca, tão fraca que não consegui te salvar meu lindo. Corro até ele lá no chão, minha culpa é tão pesada que me faz cair ao seu lado. Virei seu rosto pra mim e, espera...não é o Davi. É o Lucas?! Não, por favor, alguém me acordar desse pesadelo. Acorda maninho, fala comigo. Não me deixa por favor, você também não, eu preciso de você...
Acordei chorando mais uma vez, mas eu não conseguia gritar o Lucas. Aquela agonia de não vê-lo e saber que tá tudo bem, aumentava a cada segundo que passava e ele não aparecia. Tirei forças não sei de onde, levantei e sai correndo pro quarto dele. Bati na porta várias vezes até ele abrir, o abracei forte e chorava muito, sussurrava pra ele nunca me deixar.
- Lucas: Hey princesa não vou te deixar, calma. Pesadelo com o Davi de novo? - perguntou enquanto me sentava em sua cama.
- Mari: Não, mas eu preferia que tivesse sido grandão..- disse abaixando a cabeça.
- Lucas: O que foi então pequena?
- Mari: Era você maninho, você tava no lugar do Davi. Eu não quero te perder também Lucas.- disparei a chorar e abracei ele de novo.
- Lucas: Mari, eu to aqui, calma. Isso não vai acontecer.
- Mari: Luquinha, nunca me deixa, por favor. Me promete que vai estar sempre do meu lado? Eu não quero te perder, eu preciso de você. Eu te amo idiota.
- Lucas: Prometo minha linda, sempre vou estar aqui. Eu também te amo alpinista de meio fio.- dei um sorriso e ele me abraçou forte.- Eu nunca vou te deixar ok?!
Ele me deu um beijo na testa e eu cai no sono.
Acordei com um peso em cima de mim. Abri os olhos com dificuldade e vi o Lucas pulando em mim.
- Lucas: Acordaaa tampinha!- ele tava com uma bermuda azul, camiseta preta e sapatênis.
- Mari: Sai de cima de mim encosto!
- Lucas: Agora eu sou encosto? Ontem eu era "Luquinha, grandão, maninho".- fez uma imitação ridícula da minha voz.- Vai se arrumar pra gente sair.
- Mari: Onde a gente vai?
- Lucas: Surpresa querida irmã.- revirei os olhos e levantei.
Fui pro quarto, separei um short rosa e uma blusa branca. Tomei banho, vesti minha roupa e calcei uma sapatilha preta. Soltei o cabelo, peguei meu celular e tinha um trilhão de mensagens no meu whatsapp. A maioria era de grupos, da Karine, da Kit Kat, da minha mãe e de um número desconhecido. Abri a foto do perfil e era o Gusta.
Mensagem on:
- Gusta: Bom dia Mari, só queria ter certeza que nosso encontro ainda tá de pé? Beijos - ele falou encontro?! Meu Deus, meu coração parou de bater!! Mariana para com isso agora.
- Mari: Bom dia Gusta, tá sim, k. Beijos, até mais tarde.
Mensagem off.
Desci pra cozinha, peguei cereal e um copo de suco. Sentei com o Lucas na mesa e ele não me falou onde a gente ia nem sob a ameaça de apanhar com uma colher. Terminamos de lanchar e fomos pra "surpresa" do Lucas. Chegamos e eu comecei a gritar e bater palmas. Ele me levou em um parquinho! Mas esse não é qualquer parquinho, ele é especial, marcou nossa vida toda. Sempre que tinha alguma coisa chata em casa (jantar com a família toda, aquelas tias chatas que só pergunta dos namoradinhos...), eu e o Lucas fugiamos de casa. Em uma dessas fugidas encontramos esse parquinho, depois disso a gente sempre vinha pra cá. A gente brincou pra caramba, morri de rir das palhaçadas do Lucas, comemos muita pipoca e algodão doce, ele até ganhou um ursinho de pelucia pra mim. Saimos de lá e passamos em uma lanchonete, comemos e voltamos pra casa. Já era 16:40 e o Gusta ia passar pra me buscar às 18:00.