Cap.23

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"Lembrei da frase que sempre me falou: valor enquanto ainda estou aqui..."
   Acordei com uma gritaria, dormi no sofá. Olhei pro lado e vi o Lucas dando um murro no Gustavo que cortou sua boca, a Keith levando um tapa na cara dado pela Briana e todo mundo tentando afastar eles.
   Levantei e fiquei olhando aquela cena, até eles me verem e pararem.
— Gustavo: Amor, por favor, me escuta.
— Mari: Não me chama de amor, nunca mais na sua vida. Pessoal nos dê licença, eu quero conversa com o Gustavo e com a Keith.
— Keith: Não me chama de Keith, por favor.
— Mari: Esse é seu nome.— subi pro meu quarto e eles vieram atrás.
   Assim que eles entraram, tranquei a porta e falei pra eles se sentarem na minha cama.
— Mari: Porque?
— Keith: Foi um deslize amiga, me perdoa por favor. Eu nunca quis te magoar.
— Gusta: Isso amor, por favor, me perdoa. Eu te amo..
— Mari: Um deslize ou vários? Porque pelo que eu sei, nao foi só uma vez. E quem ama não trai Gustavo! Eu confiei em você, te entreguei meu coração! E o que você fez?! Me traiu com a minha melhor amiga. E você Keith. Eu te chamava de irmã..
— Keith: Nós somos irmãs Mari.
— Mari: Pra você é Mariana e nunca fomos irmãs. Vocês me dão nojo. E quer saber, sumam da minha casa, da minha frente e principalmente, da minha vida! E Gustavo, aquilo que um dia achei que era uma relação, acabou aqui.
   Sai do quarto e voltei pra sala. O Lucas correu pro meu rumo e me abraçou, retribui o abraço. Depois de 20 minutos, os dois desceram com as malas.
— Gustavo: Mari...
— Mari: Vocês já sabem onde é a saída.
   Eles saíram e todo mundo se sentou do meu lado.
— Briana: Ai Mari...nem sei o que falar.
— Blair: Eu também não, mas vou estar sempre aqui pra te dar um ombro pra chorar.
— Dália: Eu também Mari.
— Monica: Vem aqui meu chuchu.—  me puxou pra um abraço.
— Mari: Obrigada meninas.
   Logo minha mãe me abraçou também, falou algumas coisas pra me acalmar, a Renata também, meu pai e o Julio falou que ele ta jurado de morte (ui assassinos). O Bryan também me abraçou e falou que sempre vai estar do meu lado. O Lucas sumiu, então resolvi ir atrás dele. Procurei nos quartos, nada. Cozinha, nada. Jardim, nada. Liguei no celular dele, nada. Peguei a moto do Julio e fui procurar por ele. O encontrei em uma pracinha ali perto.
— Mari: Não é pra sumir assim nunca mais.
— Lucas: Desculpa pequena.
— Mari: Tudo bem, eu sei que você precisa pensar. Mas eu não vou embora.
— Lucas: Vai mesmo não.— ele passou seu braço na minha cintura e eu deitei minha cabeça no seu ombro.
   Ficamos assim por um bom tempo, sem falar nada, até o Lucas resolver quebrar o silêncio.
— Lucas: Eu quero matar ele por ter feito isso com você.
— Mari: Não perde seu tempo maninho, o que é dele ta guardado. Eu tenho nojo de lembrar da foto, de que eu chamei ele de amor e ela de irmã.
— Lucas: Agora somos nós contra o mundo pequena.
— Mari: Sempre foi grandão. Quero te levar em um lugar.
   Subimos na moto e eu levei ele pro meu paraíso particular.
— Mari: Bem vindo.
— Lucas: Que lugar lindo. Como encontrou isso?
— Mari: Quando mudei pra cá, eu saía muito pra conhecer a cidade, e em uma dessas saídas descobri aqui.
   Ficamos ali até anoitecer. Voltamos pra casa e eu fui direto tomar um banho. Vesti um top azul e um macacão jeans, calcei minhas havaianas e fiz um coque no cabelo e desci pra comer. Minha mãe tinha feito macarronada. Comemos em um silêncio irritante. Terminamos e eu e as meninas fomos ajudar minha mãe a arrumar a cozinha.
— Beatriz: Filha, como você está?
— Mari: To ótima mãe.
— Briana: Não mente pra gente Mari.
— Mari: Eu to bem, só ta doendo um pouco, mas vai passar.
— Beatriz: Eu sei que vai minha princesa. Vamos sair amanhã, só eu e você. Okay?
— Mari: Okay.— sai da cozinha e fui pra sala encontrar com meus protetores, digo, Lucas, papai, Julio e Bryan.
— Victor: Minha princesinha, vem cá.— deitei em seu colo e ele começou a fazer cafuné em mim.— Eu vou matar ele, ninguém machuca minha amorinha.
— Mari: Pai o senhor não me chama assim a séculos.
— Victor: Mas nem por isso você deixou de ser minha amorinha.
   Fiquei ali com eles até pegar no sono. Cochilei uns 5 minutos só e acordei caída no chão. Meu pai tava roncando, o Julio e o Lucas não estavam lá mais. Chamei meu pai, ele foi pro quarto dele e eu pro meu. As meninas já estavam dormindo, então fui pro telhado. Fiquei ali pensando na vida um bom tempo. Fui traída pelo meu namorado e por minha melhor amiga, em duas semanas vou embora pra Paris... Meu Deus, me dá força pra conseguir aguentar isso tudo. De repente alguém senta do meu lado.
— Mari: Que susto Lucas, quer que eu caia daqui de cima?!
— Lucas: Calma pequena, eu sou feio mas nem tanto.
— Mari: Idiota.
— Lucas: Mané.
— Mari: Amanhã vou sair com a mamãe.
— Lucas: Que bom, isso vai te fazer bem.
— Mari: Você se preocupa tanto comigo, eu não mereço isso tudo. Eu prometo que da próxima vez que eu ver aquela...aquela garota, eu vou dar um tapa tão bem dado nela, que ela vai se arrepender de tudo que já fez nessa vida.
— Lucas: Claro que merece princesa, você é a irmã que eu sempre quis ter. Eu falava pra minha mãe que queria uma irmã pra mim poder ser o protetor dela, não deixar nenhum idiota machucar ela. Mas..eu não fiz isso, eu deixei um idiota te machucar. Me perdoa. E não suja suas mãos com isso, ela não merece.
— Mari: Você não teve culpa Lucas, você sempre me protegeu de tudo. Lembra, eu e você contra o mundo. — me sentei ao lado dele e ele me abraçou.— Como você sabia que eu tava aqui?
— Lucas: Quando você subiu eu estava no jardim.
— Mari: Ah sim.
   Ficamos lá até o nascer do sol, que vista linda. Resolvemos entrar e dormir um pouco. Peguei um pijama, fui pro banheiro e troquei de roupa. Deitei na cama, o Lucas me cobriu e me deu um beijo na testa. Não demorou muito e eu peguei no sono.

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