Capítulo 04

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Mansão da senhorita Theodora DelRio.

- Pensei que não ia mais vir me ver Rodolffo. - a mulher disse abrindo a porta.

- Theodora minha visita é breve. Vim apenas buscar umas peças de roupas.

- É verdade que trouxe uma mulher dos Conques?

- Ela aceitou tudo que eu quis. O casamento será feito.

Theodora caiu num choro desesperado, enquanto Rodolffo buscava suas coisas.

- Pare de chorar sua idiota. Você sabe que eu preciso casar. Que eu só vou conseguir toda a minha herança se eu casar e tiver um herdeiro. Theodora eu preciso disso. Assim que eu estiver com os papéis do casamento será desbloqueada uma parte da herança e no dia que eu tiver com a certidão de nascimento do meu filho serei dono de todo vale.

- Eu quero matar essa mulher. Vou matar essa desgraçada.

Rodolffo segurou o queixo de Theodora.

- Você não é nem louca de chegar perto dela.

- Ela é horrível ao menos?

- E eu ia escolher uma mulher horrível para casar Theodora? Olhe bem para mim. Eu farei um filho nela, ao menos ela deve ter uma aparência razoável.

Theodora foi para cima de Rodolffo e lhe deu um tapa.

- Você só pode está muito louca.

- Ela não vai tomar você de mim. Eu acabo com ela. Eu a destruo e também a qualquer bebê.

- Frustrada e estérica. Deixe de dizer isso. Você sabe que eu mato quem tenta destruir meus planos. Cada uma saberá o seu lugar e na noite de núpcias eu virei dormir contigo. - Rodolffo se aproximou e deu um beijo em Theodora. - Mas agora eu preciso ir.

A mulher ficou olhando sua partida a chorar. Theodora queria ser esposa, mas já havia sido e por ser estéril foi abandonada pelo ex marido.

- Você é meu. Só meu Rodolffo.

...

Mansão dos Bernard.

Assim que cheguei minha criada de quarto foi me auxiliando e me ajudando na preparação para tomar um banho.

- A água está morna. Muito agradável.

- Eu quero ficar sozinha. Não me sinto bem com alguém do lado.

- Não posso te deixar só e também tenho que lavar os seus cabelos. O senhor Bernard me pediu que te deixasse muito limpa e cheirosa.

- E acaso eu não sei tomar banho sozinha? Isso é demais. Não vou ficar nua na sua frente.

- Acho que não deve contrariar as vontades do senhor Bernard. Ele não é um homem muito agradável quando contrariado.

- Vocês tem medo dele? O quê tem esse homem de tão sombrio?

A mulher não respondeu.

- Senhora tire a última peça e deite na banheira.

- Se me deixar sozinha eu faço isso, se não, passaremos o dia aqui.

- Vai dá muito trabalho ao senhor Bernard e ele vai te bater. - ela disse saindo do quarto de banho.

Entrei na banheira em seguida e tomei um banho maravilhoso. Lavei meu cabelo, esfreguei minha pele, me sentindo renovada. Mas quando sai a criada estava no meu quarto.

- Ao menos vou pentear seu cabelo e lhe ajudar a vestir o vestido.

- Meus vestidos são simples de vestir. Não preciso de ajuda.

- Já joguei suas coisas velhas no lixo senhora. Agora tem um vestuário novo.

- Mas eu gostava das minhas roupas.

- Tenho certeza que gostará muito mais dessas roupas.

A criada me trouxe um vestido cheio de pedraria e que tinha um ajuste na cintura.

- Não sei se me cabe. - disse segurando o vestido.

- Tem esse tamanho e um mais largo. Ele comprou cinco modelos diferentes. O quê não servir ele vai devolver.

A criada penteou meus cabelos, colocou perfume e passou um pó no meu rosto que eu tirei com raiva.

- Não gosto disso. Já basta.

- A senhora é tão bruta. As moças da sua idade adoram isso.

- Mas eu não gosto.

Vesti o vestido com raiva. Eu queria meus antigos vestidos.

- Meu pai nunca deixaria eu usar um vestido desses. - disse de frente ao espelho. - Olhe só, está mostrando a curva dos meus peitos.

- Mas o senhor Bernard gosta.

- Deve ser por isso que eu detesto.

- Ele quer te ver bonita para ele.

- A senhora não se faça. Detesto gente fingida. Não importa para aquele homem se sou bonita ou feia. Ele não quer saber, no fundo ele só quer uma esposa para mostrar a sociedade e lhe dá um herdeiro. Ele é tão pobre, que só tem dinheiro.

Eu estava alterada e com raiva. Foi quando um homem bateu a porta e anunciou:

- Senhor Bernard está a espera da senhora na sala.

Sai feito uma bala daquele quarto. Desci as escadas e lá estava o senhor Bernard.

- Que bom que os vestidos serviram. - ele disse com um riso irritante nos lábios.

- Quero meus vestidos de volta.

- Vai usar esses senhora.

- O senhor não vai mandar nas minhas roupas.

- Será que nada lhe faz bem? Tudo lhe prejudica?

- Eu quero os meus vestidos.

- Não terá. Vai usar esses que lhe deixam mais jovem e combinam com seu tipo. Deixe de ser teimosa.

Trinquei os dentes e sai de perto daquele homem, mas fui seguida por ele, sentindo sua mão segurar o meu braço.

- Ainda hoje começaremos os ensaios do casamento.

- Mas já está anoitecendo.

- Não importa, se alimente e venha começar.

- Ensaiaremos o quê exatamente?

- A dança, a entrada. Só temos cinco dias.

Fechei os olhos e respirei profundamente.

- Tem tanta pressa assim?

- Eu mandei entregar os convites a todo o vale e não posso mais desfazer.

- Que comece o meu calvário. - me soltei do seu braço e subi mais alguns lances de escada.

...

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