Mansão da senhorita Theodora DelRio.
- Pensei que não ia mais vir me ver Rodolffo. - a mulher disse abrindo a porta.
- Theodora minha visita é breve. Vim apenas buscar umas peças de roupas.
- É verdade que trouxe uma mulher dos Conques?
- Ela aceitou tudo que eu quis. O casamento será feito.
Theodora caiu num choro desesperado, enquanto Rodolffo buscava suas coisas.
- Pare de chorar sua idiota. Você sabe que eu preciso casar. Que eu só vou conseguir toda a minha herança se eu casar e tiver um herdeiro. Theodora eu preciso disso. Assim que eu estiver com os papéis do casamento será desbloqueada uma parte da herança e no dia que eu tiver com a certidão de nascimento do meu filho serei dono de todo vale.
- Eu quero matar essa mulher. Vou matar essa desgraçada.
Rodolffo segurou o queixo de Theodora.
- Você não é nem louca de chegar perto dela.
- Ela é horrível ao menos?
- E eu ia escolher uma mulher horrível para casar Theodora? Olhe bem para mim. Eu farei um filho nela, ao menos ela deve ter uma aparência razoável.
Theodora foi para cima de Rodolffo e lhe deu um tapa.
- Você só pode está muito louca.
- Ela não vai tomar você de mim. Eu acabo com ela. Eu a destruo e também a qualquer bebê.
- Frustrada e estérica. Deixe de dizer isso. Você sabe que eu mato quem tenta destruir meus planos. Cada uma saberá o seu lugar e na noite de núpcias eu virei dormir contigo. - Rodolffo se aproximou e deu um beijo em Theodora. - Mas agora eu preciso ir.
A mulher ficou olhando sua partida a chorar. Theodora queria ser esposa, mas já havia sido e por ser estéril foi abandonada pelo ex marido.
- Você é meu. Só meu Rodolffo.
...
Mansão dos Bernard.
Assim que cheguei minha criada de quarto foi me auxiliando e me ajudando na preparação para tomar um banho.
- A água está morna. Muito agradável.
- Eu quero ficar sozinha. Não me sinto bem com alguém do lado.
- Não posso te deixar só e também tenho que lavar os seus cabelos. O senhor Bernard me pediu que te deixasse muito limpa e cheirosa.
- E acaso eu não sei tomar banho sozinha? Isso é demais. Não vou ficar nua na sua frente.
- Acho que não deve contrariar as vontades do senhor Bernard. Ele não é um homem muito agradável quando contrariado.
- Vocês tem medo dele? O quê tem esse homem de tão sombrio?
A mulher não respondeu.
- Senhora tire a última peça e deite na banheira.
- Se me deixar sozinha eu faço isso, se não, passaremos o dia aqui.
- Vai dá muito trabalho ao senhor Bernard e ele vai te bater. - ela disse saindo do quarto de banho.
Entrei na banheira em seguida e tomei um banho maravilhoso. Lavei meu cabelo, esfreguei minha pele, me sentindo renovada. Mas quando sai a criada estava no meu quarto.
- Ao menos vou pentear seu cabelo e lhe ajudar a vestir o vestido.
- Meus vestidos são simples de vestir. Não preciso de ajuda.
- Já joguei suas coisas velhas no lixo senhora. Agora tem um vestuário novo.
- Mas eu gostava das minhas roupas.
- Tenho certeza que gostará muito mais dessas roupas.
A criada me trouxe um vestido cheio de pedraria e que tinha um ajuste na cintura.
- Não sei se me cabe. - disse segurando o vestido.
- Tem esse tamanho e um mais largo. Ele comprou cinco modelos diferentes. O quê não servir ele vai devolver.
A criada penteou meus cabelos, colocou perfume e passou um pó no meu rosto que eu tirei com raiva.
- Não gosto disso. Já basta.
- A senhora é tão bruta. As moças da sua idade adoram isso.
- Mas eu não gosto.
Vesti o vestido com raiva. Eu queria meus antigos vestidos.
- Meu pai nunca deixaria eu usar um vestido desses. - disse de frente ao espelho. - Olhe só, está mostrando a curva dos meus peitos.
- Mas o senhor Bernard gosta.
- Deve ser por isso que eu detesto.
- Ele quer te ver bonita para ele.
- A senhora não se faça. Detesto gente fingida. Não importa para aquele homem se sou bonita ou feia. Ele não quer saber, no fundo ele só quer uma esposa para mostrar a sociedade e lhe dá um herdeiro. Ele é tão pobre, que só tem dinheiro.
Eu estava alterada e com raiva. Foi quando um homem bateu a porta e anunciou:
- Senhor Bernard está a espera da senhora na sala.
Sai feito uma bala daquele quarto. Desci as escadas e lá estava o senhor Bernard.
- Que bom que os vestidos serviram. - ele disse com um riso irritante nos lábios.
- Quero meus vestidos de volta.
- Vai usar esses senhora.
- O senhor não vai mandar nas minhas roupas.
- Será que nada lhe faz bem? Tudo lhe prejudica?
- Eu quero os meus vestidos.
- Não terá. Vai usar esses que lhe deixam mais jovem e combinam com seu tipo. Deixe de ser teimosa.
Trinquei os dentes e sai de perto daquele homem, mas fui seguida por ele, sentindo sua mão segurar o meu braço.
- Ainda hoje começaremos os ensaios do casamento.
- Mas já está anoitecendo.
- Não importa, se alimente e venha começar.
- Ensaiaremos o quê exatamente?
- A dança, a entrada. Só temos cinco dias.
Fechei os olhos e respirei profundamente.
- Tem tanta pressa assim?
- Eu mandei entregar os convites a todo o vale e não posso mais desfazer.
- Que comece o meu calvário. - me soltei do seu braço e subi mais alguns lances de escada.
...