Esperei que Rodolffo dormisse para que eu saísse do seu quarto. Eu não respondi nenhuma das suas perguntas e também não disse nada com relação as coisas que ele disse no meu ouvido. Ele foi carinhoso comigo, mesmo que isso não combinasse com seu jeito habitual.
Chorei depois de me entregar para ele por que eu entendi que tudo entre nós começava e terminava naquele justo momento. Isso doeu tanto, muito mais do que eu cogitei.
Sai na ponta dos pés de perto dele e busquei meu vestido que estava no chão, mas não ia conseguir vestir devido ao escuro. Para não sair nua, vesti a sua camisa e abri a porta com cuidado.
Quando entrei no meu quarto, procurei ascender um lustre e quando fechei a porta, minha ficha caiu completamente. Minha vida nunca mais seria a mesma depois de tudo isso. Fui até o meu espelho no quarto de vestir e me olhei nele por muito tempo.
Fiquei de lado e passei a mão na minha barriga.
- Em breve serei você e eu bebê. Minha barriga vai crescer e eu vou te esperar ansiosa. Sabe o quê eu sinto? Que já mora em mim.
Rodolffo não me deu garantias
que eu ficarei grávida na primeira tentativa, mas eu acredito que isso pode sim acontecer.Me olhei no espelho e vi que ficava engraçada usando sua camisa, então lembrei de nossos beijos e dos seus toques. Queria dizer que foi ruim, mas não foi e sempre será inesquecível.
...
Acordei de manhã com o sol alto lá fora e percebi que Juliette não estava na cama.
Fui até o quarto de banho e ela também não estava, afinal em nenhum lugar no meu quarto.
- Por que faz assim mulher? - disse me sentindo contrariado.
Depois do nosso ato ela ficou chorosa, calada e imóvel. Era diferente para mim a experiência por que as outras mulheres que tive sempre eram sorridentes, satisfeitas e carinhosas. Mas tentei entender que essas mulheres já tinham experiência e sentiam prazer, o quê não aconteceu com Juliette.
Era inevitável que pensamentos rondem a minha cabeça e eu já tinha tendência a ser paranóico, coisa que herdei de meu pai e meu padrinho identificou. Amanhecer sozinho me deu a impressão que fiz tudo errado e que no fundo eu forcei a situação.
Juntei minhas roupas que estavam pelo chão e senti falta da minha camisa. Não sei que fim levou, mas depois a encontro.
Juntei também os lençóis da cama que estavam sujos e comecei a me arrumar para descer e tentar conversar com Juliette.
Quando desço, o mordomo me informa que ela foi dá uma volta nos arredores da casa e eu fui ao seu encontro.
Não demorei a avistá-la próximo da casa, mas vi também o maldito professor de música se aproximar dela e ter em mãos um ramalhete de flores.
Ele ofereceu o ramalhete a ela e eu apressei o passo. Seria possível que ele ia continuar cercando a minha mulher dessa forma?
- O senhor por favor saia de perto de mim. - escutei Juliette dizer afobada.
- Lhe amo senhora. Me dê uma oportunidade.
- Eu sou uma mulher casada. Me respeite.
Consegui chegar a tempo para que a conversa não fosse alongada.
- Saia das minhas vistas e da minha propriedade. Lhe dou meio dia, se não sair lhe jogo no poço.
O professor me olhou com ódio e me disse:
- Ela nunca vai amar o senhor. É um homem agressivo, mal e insano. Além de tudo é um opressor.
- Opressor por que não deixo que corteje a minha mulher nas minhas vistas? Ela é minha, só minha. Sai daqui agora!
Depois que o professor se foi, eu encarei Juliette.
- Não devia sair assim.
- Eu estou ao redor da casa. Não fui eu quem me aproximei dele. Só estava tomando um ar.
- Vamos entrar agora Juliette.
- Eu sabia que não ia tardar e ia voltar a me dá ordens.
- Precisamos conversar. Não entendi o seu silêncio ontem... não entendi por que acordei sozinho.
- Não precisa entender nada. Foi como tinha que ser.
- Não é assim. O seu modo de falar parece que não foi nada e essa noite representou muito.
Ela se afastou um pouco de mim e depois me olhou.
- Eu tenho certeza que estou grávida. Então não devia ficar me aborrecendo. Isso faz mal ao bebê.
- Não deveria confiar tanto nisso. Deveria também não me tratar dessa forma tão fria por que isso causa coisas ruins em mim e não sei lidar bem com isso.
Para não discutir mais, deixei Juliette sozinha. Assim era melhor por hora.
...