No dia seguinte eu acordei primeiro que Juliette e levantei da cama, mas não antes de cobrir seu corpo e lhe olhar mais uma vez.
Os dias passavam e nós nos amávamos como se fosse a primeira vez a cada novo encontro. Era algo único e que eu nunca tinha sentido com ninguém. Eu já era experiente, mas em matéria de amor era um novato, mas Juliette não.
Ela nunca havia beijado, mas seu corpo soube corresponder desde o primeiro toque. Nunca vou deixar de ser encantado por ela. Amo todos os seus jeitos, desde o bravo até o meigo.
Lhe dei um beijo carinhoso e sai do quarto.
...
Desci as escadas e quando cheguei na sala, lá estava meu padrinho com um telegrama na mão.
- Bom dia padrinho.
- Bom dia filho. Hoje aconteceu um fato interessante. Chegou um telegrama meu, sendo que eu não lhe escrevi nada.
- Como assim?
- Não lhe escrevi nada, mas aqui diz que sou eu. É uma farsa Rodolffo.
Eu peguei o telegrama e fui logo abrindo. Li os absurdos que tinham nele e meu padrinho leu depois.
- É ser muito sem vergonha. Homem sem valor.
- Ele quer que eu saia de casa. É uma emboscada? Ou ele quer pegar Juliette?
- Eu acho que pode ser as duas coisas. Mas você não vai sair daqui para lugar nenhum.
- Eu quero por um fim nisso. De casa eu não vou sair, mas vou deixar que ele acredite que eu tenha saído.
- Rodolffo... Não comece uma guerra.
- É ele ou eu padrinho. Não há mais saídas. Sempre vou viver com medo?
- Seu tio não será eterno... Tenha paciência.
- Não tenho mais paciência. Estou exausto. Prefiro morrer a ter que castigar minha mulher e meu filho ao mesmo destino.
- E se você morrer é evidente que vão matar Juliette.
- Ela é forte e eu sei que o senhor pode... - ele me interrompeu.
- Não posso nada. Acaso não ver que estou velho? Não posso proteger sua esposa e nem seu filho. Eu sinto muito, mas essa missão é sua e não pode deixar a sua família.
- Padrinho...
- Não Rodolffo. Se buscar a morte, trará a morte para quem mais te ama. Tem plena consciência que é amado, não tem?
- Tenho.
- E por que raios quer se envolver em confusões com seu tio? Deixe aquele infeliz padecer consumido pela inveja. Cuide da sua mulher e do seu filho, faça a sua linhagem.
- Ele vai conseguir entrar aqui. Se eu não agir rápido padrinho.
- Se ele entrar, mande seus homens dá um fim nele. Ele estará invadindo uma propriedade, ninguém poderá te julgar.
- Eu sei o quanto meu tio é ruim...
- Se sabe não busque ser pior que ele. Não queira que suas mãos se sujem de sangue de novo...
- De novo? - Juliette disse assustada aparecendo diante de nós.
Meu padrinho me olhou e eu fiquei sem palavras.
- Estou casada com um assassino? É isso?
Meu padrinho respirava profundamente e eu estava paralisado. As palavras me fugiram da garganta e meu tio finalmente abriu a boca.
- Filha... Calma! Eu posso lhe explicar tudo.
- Eu quero ouvir a verdade da boca do meu marido. Como sujou as mãos de sangue Rodolffo? - ela ficou diante de mim. - É um assassino?
Senti um nó na garganta.
...